A economia criativa tem se destacado como um setor em crescimento, impulsionando a inovação, gerando empregos e contribuindo para dinâmica da economia global. A área, multifacetada, abrange uma ampla gama de atividades, que vão de cineastas a arquitetos, passando por web designers e criadores de conteúdo, vai criar um milhão de novos empregos até 2030. É o que aponta levantamento feito pelo Observatório Nacional da Indústria, núcleo de inteligência e análise de dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Essas atividades profissionais representam atualmente 3,11% do PIB brasileiro e empregam 7,4 milhões de trabalhadores no país, segundo dados mais recentes da Pnad Contínua. Daqui a apenas uma década, o total de trabalhadores no ecossistema da economia criativa deve chegar a 8,4 milhões.
Do cinema à realidade virtual, a economia criativa abrange áreas bastante distintas. Pode-se dividi-la em quatro grandes setores:
- Consumo – arquitetura, design, moda e publicidade;
- Cultura – expressões culturais, patrimônio e artes, música e artes cênicas;]
- Mídias – editorial e audiovisual;
- Tecnologia – desenvolvimento de softwares, jogos, aplicativos e plataformas digitais, inteligência artificial, internet das coisas (IoT).
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Principais desafios da Economia Criativa no Brasil
Os problemas e obstáculos enfrentados pelo setor são bem conhecidos tanto pelos empreendedores que atuam nele quanto pelos formuladores de políticas públicas. Alguns desses desafios listados no Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil, incluem:
Restrição de acesso ao financiamento e crédito para empreendimentos criativos, especialmente aqueles de menor porte. Sendo difícil para pequenos negócios criativos obterem financiamento e crédito para apoiar suas operações e crescimento.
Dificuldade de recrutamento e treinamento da força de trabalho com perfil e qualificação adequada. Esse é outro desafio de encontrar e contratar trabalhadores com as habilidades e qualificações específicas permitidas para o setor criativo, o que pode ser complicado devido à natureza especializada dessas atividades.
Desafios decorrentes da digitalização de mercados e produtos. Com a digitalização em curso, o setor criativo enfrenta desafios relacionados à adaptação às mudanças tecnológicas, à concorrência online e à necessidade de criar produtos e serviços que atendam às demandas do mercado digital.
Política Nacional de Desenvolvimento da Economia Criativa
No Brasil, circula na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 2732/22 que cria a Política Nacional de Desenvolvimento da Economia Criativa. Entre os destaques do projeto, estão a criação de fundos de financiamento para projetos culturais e criativos, a concessão de incentivos fiscais para empresas que investem em cultura e a promoção de ações de capacitação e formação de profissionais do setor.
Uma das principais medidas é incluir a economia criativa no rol das atividades beneficiadas pela Lei da Inovação. Com isso, as empresas ligadas ao setor passam a poder captar, de forma direta, recursos públicos para financiamento de atividades em pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica, além de receber incentivos fiscais.
Renda varia em diferentes segmentos da economia brasileira
Para entender como a renda dos trabalhadores se comportou no quarto trimestre de 2022 em comparação com o mesmo período do ano anterior, o Ipea apontou que os trabalhadores formais da economia tiveram um aumento na renda habitual de 6,2% em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Isso significa que os trabalhadores com empregos registrados e formais viram um aumento em sua renda.
Por sua vez, os trabalhadores informais, como aqueles que trabalham por conta própria ou sem carteira assinada – perfil da maioria dos trabalhadores da economia criativa -, tiveram um aumento ainda maior na renda efetiva, com um aumento de 12,3% para os trabalhadores por conta própria e 12% para os sem carteira. Isso significa que os trabalhadores informais viram um crescimento significativo em sua renda real.
Essa tendência se reflete em diferentes setores de atividade econômica. Os setores mais informais, que foram mais afetados pela pandemia, agora estão apresentando um aumento na renda. Isso inclui setores como agricultura, transporte, construção, serviços pessoais e coletivos, alojamento e alimentação.
No entanto, os formais, como administração pública, educação, saúde e indústria, tiveram um aumento menor na renda efetiva. Ou seja, no quarto trimestre de 2022, os setores mais informais da economia estavam se recuperando mais rapidamente do que os setores mais formais em termos de aumento da renda.
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