Na sociedade a cultura é formada pela história e costumes de um povo. A cultura organizacional é feita a partir da mesma lógica. Ela funcionará como um guia de comportamento e mentalidade para os funcionários. Ou seja, suas práticas, hábitos, comportamento, princípios, política, crenças entre outros fatores.
Portanto, e de forma resumida, a cultura organizacional é o jeito de fazer as coisas na empresa, e a ideia é que todos os colaboradores tenham os mesmos objetivos estratégicos e utilizem os mesmos princípios e meios para alcançá-los.
A estrutura da cultura organizacional
Missão, visão e valores são os pontos-chave que geralmente as companhias buscam para a implementação de uma cultura organizacional. Mas, na prática, muitos outros fatores envolvem esse sistema de valores necessários para orientar as ações de toda a equipe.
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Edgar Schein, psicólogo, professor e um dos maiores teóricos sobre o tema, elaborou um modelo que ajuda a melhorar o entendimento sobre esse assunto simples e ao mesmo tempo complexo. De acordo com ele, a cultura de uma organização é semelhante a um iceberg e se compõe, basicamente, de três níveis:
- Primeiro nível: é o mais visível, o mais palpável, sendo composto por elementos como o próprio escritório e suas instalações, seus rituais formais e informais, o dress code, formato de reuniões, etc.
- Segundo nível: é composto pelas normas e valores. São as regras da empresa, os valores fixados pelos fundadores do negócio, as normas e a filosofia da empresa. Dessa forma as pessoas sabem o que é e o que não é esperado delas.
- Terceiro nível: são crenças e pressupostos básicos. Tudo que a empresa acredita e não está aberto a discussão. É o coração da organização, ou seja, sua essência. Porém, por estar em um nível mais profundo, aqui encontramos os ‘tabus’ e a intangibilidade da cultura. Por isso dificilmente se torna possível mudá-la. Nessa camada estão os sentimentos e crenças inconscientes, está o propósito da organização como um todo.
Acompanhando tendências para manter a cultura viva
Estar atento às movimentações que acontecem no mundo é crucial, e hoje existe uma série de possibilidades para acompanhar essas tendências.
Para Marcela Pimenta, Superintendente de Gente & Gestão no Banco Triangulo, entender o negócio e procurar sobre as evoluções do segmento do negócio é essencial. “Você vai encontrar canais em redes sociais, futuristas e pessoas que são referência no assunto, treinamentos, benchmarking, entre outros meios formais e informais”, esclarece.
Corroborando com esta ideia, a famosa frase de um dos maiores pensadores a respeito da gestão moderna, Peter Drucker, atesta: “A cultura deve evoluir diariamente, e ela acompanha a estratégia. Pois se acontecer ao contrário, a cultura pode devorar a estratégia”.
Por isso, atualmente as empresas investem muito no código de cultura e na formalização da cultura organizacional. Esse é um modelo mais completo e atual porque todas as práticas da empresa, funcionamento dos processos internos e o manifesto do que a empresa acredita são colocados nesse documento de forma simples, visual e didática.
O impacto do home office na cultura organizacional
Se a cultura é moldada conforme a evolução do comportamento humano e o uso das tecnologias de forma exponencial, as relações do dia a dia é que norteiam essa relação.
Com a pandemia e a popularização do home office, a cultura organizacional ganhou outras perspectivas, já que o distanciamento e o trabalho remoto fizeram surgir novas demandas.
Para Marcela Pimenta, muitos paradigmas foram quebrados com a possibilidade de fazer home office. Entretanto, outros assuntos vieram à tona, como saúde mental e gestão por performance.
“Fomos acostumados a ver as pessoas trabalharem e achar que estava tudo bem, porém muitas pessoas podem estar apenas presencialmente e mesmo assim não entregar o que é preciso. A gestão que sempre foi um desafio para as empresas se tornou um ponto de atenção para que as áreas de pessoas tenham reforço especial nesse quesito”, pontua.
Por isso, a evolução das competências comportamentais como gestão das emoções será essencial para esses novos tempos. E o engajamento dos colaboradores será o maior desafio.
“O presencial, quando puder acontecer, será um grande diferencial, pois apesar de sabermos que podemos trabalhar usando a tecnologia, quando temos o presencial podemos sentir fluir a informação, comunicação e agilidade”, acredita Marcela.
Benefícios de uma cultura organizacional bem implementada
Uma boa cultura tende a deixar os funcionários satisfeitos, mais motivados e mais produtivos. A convivência é outro fator relevante e que é diretamente influenciado por uma boa cultura organizacional.
A empresa que possui uma cultura organizacional bem alinhada e fortalecida facilita a compreensão dos membros da equipe acerca de regras, apostando na transparência e confiabilidade no ambiente de trabalho.
E, sentindo-se mais satisfeitos, os colaboradores tornam-se mais engajados e felizes por fazer parte daquela empresa. Eles buscam crescer ali dentro, dando o máximo de si nas tarefas do dia a dia.
Por isso, é essencial que, desde a contratação do colaborador, o código de conduta da organização seja bem explicado para que seja seguido e, com o tempo, enraizado.
Uma cultura bem definida possui termos de ética, qualidade do serviço e comprometimento com o próximo, tornando o ambiente corporativo mais produtivo e agradável. Empresa, funcionários e clientes só têm a ganhar com isso.
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