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A estratégia de crescimento do ecossistema iFood por meio do CX

A estratégia de crescimento do ecossistema iFood por meio do CX

Com 55 milhões de usuários e 110 milhões de pedidos mensais, iFood amplia sua atuação para além do delivery de restaurantes e investe em novos serviços.

O iFood consolidou sua posição como um dos principais players do delivery no Brasil, e os números apresentados no evento iFood Sessions comprovam essa força. Com 55 milhões de usuários e 110 milhões de pedidos mensais, a plataforma segue com a expansão do seu ecossistema e investimentos em inovação. Durante o evento, foram revelados dados estratégicos sobre o comportamento dos consumidores, a evolução do marketplace e os desafios para o futuro do setor.

De acordo com Roberto Gandolfo, CEO de Marketplace no iFood, dentro dos anúncios online há espaço para muita inovação. Muitos formatos operados existem há pouco tempo, mas a empresa passou a trazer novas opções para tornar a plataforma mais ampla. Além disso, o executivo explica que, em seu início, o iFood era um aplicativo que atendia o restaurante, o entregador e o consumidor.

“Isso cresceu com o tempo e descobrimos novos meios de atender o cliente”, conta. “Hoje, 20% dos pedidos acontecem fora do aplicativo do iFood, pelo WhatsApp, em uma ferramenta chamada ‘Anota AI’, um bot conversacional que simplifica o fluxo com o consumidor. Essa ferramenta ajuda o restaurante a vê-la como um canal próprio de venda. Nossa intenção é prover soluções”.

Soluções iFood

O leque se aplica e alcança a indústria. Um exemplo disso é o iFood Shop, que conecta atacadistas e restaurantes para viabilizar a compra de insumos. Assim, é possível que as vendas sejam feitas tanto para o B2B, quanto para o B2C. Além disso, existem outras verticais de negócio: atacado, mercado, shopping, farmácia, produtos para a pet, itens de conveniência, entre outros. “O iFood Ads é um meio de conectar um ecossistema que tem se ampliando”, complementa.

Além disso, a empresa lançou sua própria fintech, o iFood Pago. Assim, todos os pagamentos processados dentro do aplicativo passam por esses meios criados pela companhia. São R$ 75 bilhões de reais ao ano. Isso gera uma ainda uma oportunidade de crédito para o lojista e impulsiona os pequenos negócios. Nesse sentido, o iFood consegue ainda prover soluções competitivas de crédito.

“O iFood é feito de pequenos negócios, e esses pequenos negócios, às vezes, não têm acesso ao crédito. Aqui, eles passam a ter essa solução porque, como conhecemos melhor o comportamento de vendas, conseguimos prover condições melhores de crédito para eles poderem investir. Isso é um indicador de sucesso para nós”, frisa.

Nesta ponta, veio também o iFood Benefícios, que está muito ligado ao usuário final e ao trabalhador que, muitas vezes, por meio do programa do PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador), tem acesso a um tipo de benefício oferecido pela empresa. O iFood trouxe inovação na forma como esse benefício pode ser utilizado. Dessa forma, há uma nova geração de demanda para empresários e lojistas, seja no setor de restaurantes, na indústria ou em qualquer outro segmento.

“Para completar esse ecossistema, ao longo do tempo percebemos que os restaurantes queriam mais tecnologia, então criamos componentes que auxiliam na operação do salão. Um exemplo é o dispositivo que acompanha um smartphone com nosso aplicativo Android, permitindo que os pedidos feitos na mesa sejam enviados diretamente para o sistema do restaurante. Também falamos sobre a oferta de totens de autoatendimento, cuja presença está se tornando cada vez mais comum. No ano passado, realizamos três lançamentos no iFood Mobile, além de inserir a ‘maquinona’”, comenta.

A “maquinona” vai além do processamento de pagamentos, como explica o executivo. Ela também oferece ferramentas de CRM para os restaurantes, reforçando a conexão que o iFood fornece ao utilizar dados para ajudar os restaurantes a identificar clientes recorrentes e a criar estratégias, como oferecer cashback ou promoções personalizadas conforme a sensibilidade ao preço. “Assim, o iFood se torna um aliado dos restaurantes dentro e fora do salão”, completa.

Novos negócios

Outro ponto importante é a relevância desse ecossistema. O GMV (Volume Bruto de Mercadorias) representa o volume total transacionado dentro e fora da plataforma. Inicialmente, o iFood funcionava apenas como um marketplace, conectando restaurantes a consumidores sem intervir na logística. Posteriormente, foi lançando o próprio serviço de logística, que expandiu para novas categorias, como o iFood Mercado e o iFood Pago. Esse crescimento foi impulsionado por um modelo de inovação constante, que permitiu que novas áreas surgissem e se consolidassem. Hoje, mais de 30% da receita do iFood vem desses novos negócios. Essa evolução segue um padrão de crescimento baseado na curva S.

“Começamos com uma inovação, atingimos um forte crescimento e, conforme o negócio maduro, novas áreas são criadas para sustentar a expansão. Muitas empresas enfrentam desafios para manter o crescimento, mas o iFood conseguiu empilhar inovações e construir um ecossistema robusto. Esse processo gerou o chamado ‘efeito iFood’, cujo impacto na economia é significativo. Estudos mostram que o iFood já movimenta o equivalente a 0,55% do PIB brasileiro”, comenta Roberto.

iFood Sessions | Foto: iFood.

Além do impacto econômico, o iFood investe em programas sociais. Um exemplo é o programa de formação para entregadores, que já ajudou mais de 6.000 profissionais a obterem o diploma do ensino médio por meio do exame nacional. Hoje, são cerca de 400 mil entregadores cadastrados, e o objetivo é zerar o número de entregadores sem ensino médio, abrindo portas para oportunidades de ingresso em universidades ou concursos públicos.

Estratégia de crescimento

“Agora, falando sobre o crescimento do iFood nos últimos 10 anos: um dos fatores-chave foi o modelo de gestão. Ele se baseia em um processo simples, mas poderoso: a análise SWOT. Esse modelo permite que a liderança tenha uma visão clara do cenário, identificando pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças”, relata.

A partir dessa análise, ferramenta tradicional na gestão de negócios, é feito um mapa estratégico que direciona as ações da empresa. Tudo que está fora desse mapa é considerado uma distração e não deve ser priorizado. Outro fator essencial é a mentalidade voltada para o ecossistema. Assim, foram criados fóruns de restaurantes com 25 representantes de diferentes regiões do Brasil, que são renovados anualmente. Durante encontros presenciais, eles ajudam a identificar problemas e propor soluções. O mesmo ocorre com os entregadores e demais parceiros. “Ao abrir espaço para diálogo e construção conjunta, garantimos um modelo mais eficiente e sustentável”, reforça.

Por exemplo, após a pandemia, houve uma queda no volume de pedidos, pois os restaurantes retornaram a operar presencialmente. Assim, foi ajustado o mapa estratégico para garantir a retomada do crescimento, que foi motivado por um modelo de gestão disciplinado, de uma mentalidade voltada para o ecossistema e de uma cultura organizacional que valoriza a inovação e a colaboração.

“Esses fatores permitem que o iFood continue impactando positivamente seus parceiros, clientes e a sociedade como um todo. É um processo disciplinado. O tempo todo estamos testando coisas novas, assumindo riscos e sentindo aquele frio na barriga que faz parte”, destaca.

Comportamento do consumidor

Entender o comportamento do consumidor é fundamental para o iFood decidir o que pode ser feito dentro do aplicativo. De acordo com Camila Alvarez, head de negócios do iFood Ads, o cliente gosta de transitar entre as verticais da plataforma e, em média, passa cerca de uma hora navegando no aplicativo, explorando novidades. Diante disso, é importante entender o que é relevante para ele.

“Isso gera uma frequência de compra muito maior do que um usuário menos engajado. O engajado faz, em média, nove compras por mês no aplicativo, nas diferentes verticais. Além disso, 60% das buscas dentro do app são ‘unbranded’, ou seja, os consumidores pesquisam categorias, novidades e benefícios”, relata.

Além disso, dois em cada três consumidores que compram durante o mês não são fiéis a uma única marca, trocando entre diferentes opções dentro da mesma categoria. “Isso significa que precisamos nos comunicar de forma estratégica, não apenas oferecendo preços atrativos, mas também construindo uma conexão emocional e contando histórias que envolvem o consumidor”, reforça.

O preço é sempre um grande chamariz: quase 50% dos pedidos possuem algum tipo de mecânica promocional atrelada. Além disso, o programa de fidelidade reforça esse engajamento. Os consumidores do Clube iFood, por exemplo, estão mais abertos a novas experiências e realizam mais compras dentro da plataforma.

Outro ponto essencial é a busca. Cerca de 80% de todas as transações dentro do aplicativo começam por uma busca. Os consumidores utilizam esse recurso para localizar produtos dentro das categorias, comparar preços e descobrir novidades.

Para ilustrar isso, em segmentos de beleza e autocuidado, as buscas por desodorante cresceram quase 100% em relação ao ano passado. Loção pós-sol teve um aumento de 80%. Protetor solar cresceu 35%. Além disso, os produtos para consumo ao ar livre também apresentaram crescimento. A busca por cerveja sem álcool cresceu 200%. O refrigerante zero aumentou quase 200%. Maionese teve um crescimento de 70%. No segmento pet, foi visto um crescimento de 400% na busca por areia biodegradável.

“Isso mostra um movimento do consumidor que vê o iFood como um local onde pode encontrar produtos para o seu autocuidado, sem precisar ir até uma farmácia Esses números refletem um esforço conjunto entre o iFood e os parceiros para fortalecer categorias específicas dentro do app”, frisa.

Os diferentes papéis do iFood

O comportamento do shopper dentro do aplicativo, de acordo com as informações de Camila, é sonoro: ele transita entre diferentes categorias, explora novidades e pode até abandonar uma compra para depois voltar e finalizar.

Em média, os consumidores visitam cinco verticais diferentes por sessão: Food, Mercado, Pet, Pharma e Shopping. Isso mostra que, mesmo que ele não compre imediatamente, ele está descobrindo produtos e pode retornar depois para concluir a compra. Quanto às missões de compra, quatro principais se destacam: emergencial, conveniência, reposição e abastecimento. Cada vertical tem um papel específico dentro dessas missões. Por exemplo, no Mercado, as compras são mais abrangentes, indo desde conveniência até abastecimento.

Além disso, no último ano, foi visto um crescimento significativo em categorias: 60% no GMV de frios; 70% em alimentos secos; 70% em higiene pessoal; e 60% em produtos de limpeza.

Quando analisados os segmentos de bebidas, foi notado que as compras de bebidas não distribuídas acontecem de maneira linear ao longo da semana. Já as bebidas alcoólicas têm um pico nas sextas e sábados, diminuindo as compras emergenciais para eventos sociais. No segmento pet, 80% dos compradores utilizam a busca para encontrar produtos. Já no setor de farmácia, a maior parte das compras são emergenciais, mas quase 50% das cestas incluem itens não emergenciais, como higiene e cuidados pessoais, doces e sobremesas.

“Isso demonstra que o consumidor está utilizando o iFood não apenas para emergências, mas também para abastecer sua casa”, finaliza.

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