Nos últimos três anos o mundo encarou transformações desafiadoras. A crise gerada pela pandemia de Covid-19 afetou não só a saúde, como a economia e o desenvolvimento social. Os impactos atingiram também o mercado de trabalho, que passou a se reconfigurar. Dentro desse cenário, surgem novas tecnologias que têm modificado os empregos, sendo a inteligência artificial (IA) uma das que mais levanta debates.
Um dos apontamentos quanto a IA é sobre ela substituir postos de trabalho, levantando o dilema máquina x humanos. As suposições dizem que as novas ferramentas podem tirar o lugar do profissional. Outras sugestões dizem que os empregos do futuro deverão caminhar de forma colaborativa com a inteligência artificial.
É importante ressaltar que os empregos naturalmente se moldam às novas realidades, como quando a Revolução Industrial mudou o mercado de trabalho. Agora, a IA surge para replicar hábitos humanos. Esse novo cenário aponta para algumas mudanças, e um estudo da Goldman Sachs explica os principais efeitos da inteligência artificial no mundo atual.
Leia mais:Como a inteligência artificial está impactando os cargos de liderança?
Efeitos da IA no crescimento econômico
O surgimento dos recursos da inteligência artificial traz o questionamento: estamos em um processo muito rápido na aceleração das tarefas, o que poderá gerar economia dos custos de mão de obra, mas com aumento de produtividade? Se a resposta é positiva para essa dúvida, existe a possibilidade de impactar diretamente o mercado de trabalho.
A pesquisa da Goldman Sachs mostrou que, nos Estados Unidos, aproximadamente dois terços dos empregos estão expostos a algum grau de automação de inteligência artificial. Quando a substituição é feita pela IA, e poderá atingir até um quarto dos trabalhadores. Nesse cenário, a IA pode impactar 300 milhões de empregos em todo o mundo com a automação em tempo integral.
Por outro lado, historicamente essa automação cria novos postos de trabalho. Sendo assim, ficamos diante da possibilidade de um avanço na produtividade, que pode aumentar em um cenário em que esses trabalhadores não sejam descolados e desempenhem suas funções com o auxílio da IA. Esse cenário já é previsto nos Estados Unidos, onde esperam que a IA possa aumentar o crescimento da produtividade anual em 1,5 ponto percentual (pp) em 10 anos. Já a nível global, o aumento da produtividade com o auxílio da inteligência artificial pode aumentar o PIB mundial em até 7%.
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IA pode complementar o trabalho humano, e não substituí-lo
De acordo com o estudo, dois terços das ocupações nos EUA estão expostas a algum grau de automação da IA. A estimativa mostra também que um quarto das tarefas do trabalho podem ser automatizadas pela inteligência artificial, sendo as mais expostas a isso aquelas que envolvem funções administrativas (46%) e jurídicas (44%), e as menos propensas são as fisicamente intensivas, como construção (6%) e manutenção (4%).
Apesar de ser notável o impacto dessas mudanças tecnológicas no mercado de trabalho, a maior parte dos empregos está apenas parcialmente exposta à automação. Ou seja, é mais provável que a IA venha para somar com a mão de obra humana, que para substituí-la.
O estudo da Goldman Sachs mostra que ao menos 50% das tarefas definidas por importância e complexidade serão expostas à automação; e nesse caso, provavelmente serão substituídas por IA. Por outro lado, trabalhos com uma exposição de 10 a 49% têm maior probabilidade de serem complementados, e é improvável que empregos com uma exposição de 0 a 9% sejam afetados.
A IA pode colaborar com a produtividade e o crescimento econômico?
De acordo com o estudo, a inteligência artificial pode contribuir com a produtividade no trabalho e, como consequência, a produção global. Em empresas que a IA foi adotada pelos trabalhadores, houve um aumento na produção de 2-3 pp ao ano. Foi notado também que as pessoas que foram tiradas de seus cargos pela automação da inteligência artificial, logo foram realocadas em novas ocupações criadas a partir da adoção da IA.
A inovação tecnológica levou à criação de novas ocupações que respondem pela maior parte do crescimento do emprego. Um estudo do economista David Autor e coautores mostrou que 60% dos trabalhadores hoje ocupam cargos que não existiam em 1940. Em resumo, cerca de 85% do crescimento de empregos nos últimos 80 anos é resultado da criação de novos postos, impulsionado pelos avanços tecnológicos.
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