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CM Indica: A IA pode ser um risco para quem resiste à mudança

CM Indica: A IA pode ser um risco para quem resiste à mudança

O livro "O executivo empreendedor" compartilha aprendizados e insights para empreendedores no mercado de tecnologia.

A dinâmica empresarial tem passado por intensas mudanças provocadas pela Inteligência Artificial (IA). Ao mesmo tempo, alguns desafios impactam a adoção dessa tecnologia. Entre eles está a resistência à mudança. Muitas empresas ainda operam sob modelos tradicionais e hesitam em adotar novas tecnologias por medo de perder o controle ou enfrentar dificuldades na transição. Existe ainda a falta de qualificação. A necessidade de profissionais capacitados para implementar e gerenciar IA é um entrave, exigindo programas de requalificação e treinamentos contínuos.

Entre os desafios, está o fato de empresas consolidadas muitas vezes operarem com sistemas antigos que não se integram facilmente com soluções baseadas em IA. Existe ainda a questão da segurança e da ética. A proteção de dados e a transparência nos algoritmos são desafios fundamentais, especialmente em um cenário de regulamentações cada vez mais rigorosas.

“Por exemplo, no setor financeiro, bancos tradicionais enfrentam desafios ao integrar IA em seus sistemas de análise de crédito, enquanto fintechs, como o Nubank, já nascem com processos ágeis e centrados na IA”, comenta Mozart Marin, engenheiro de dados, especialista em Inteligência Artificial (IA) e Software, e autor do livro “O executivo empreendedor”, da editora Appris, que será lançado no dia 22 de março.

A obra traça um guia prático para aqueles que desejam empreender no mercado tecnológico, que está em constante expansão e evolução. No livro, Mozart compartilha aprendizados e insights valiosos de inovação, liderança e transformação.

Livro “O executivo empreendedor”, de Mozart Marin, da editora Appris.

Uso pessoal vs. Uso corporativo da IA

No Brasil, a sociedade está altamente conectada no uso pessoal da tecnologia. Mas, essa digitalização não se reflete da mesma forma no ambiente corporativo. Marin identifica três razões principais para essa desconexão: burocracia e cultura organizacional rígida, falta de visão estratégica e dificuldade em mensurar o retorno sobre o investimento (ROI) das inovações tecnológicas.

“Enquanto consumidores adotam assistentes de voz como a Alexa para tarefas diárias, muitas empresas ainda não utilizam chatbots inteligentes para otimizar o atendimento ao cliente”, exemplifica.

Impacto da IA no mercado de trabalho

A automação de tarefas repetitivas e a criação de novos modelos de negócios impactam diretamente o mercado de trabalho. “Muitas funções operacionais estão sendo substituídas por IA, o que exige que os profissionais adquiram novas habilidades para ocupar cargos mais estratégicos”, alerta. Nesse cenário, a adaptabilidade e o aprendizado contínuo são essenciais para os profissionais que querem se manter competitivos.

As profissões ligadas à ciência de dados, Machine Learning e ética em IA têm crescido rapidamente. Empresas como Microsoft e Google já oferecem treinamentos e certificações gratuitas para capacitação em tecnologia. “A IA permite a criação de ecossistemas digitais mais flexíveis, ampliando oportunidades globais. Aqueles que investirem em aprendizado contínuo terão melhores oportunidades nesse novo cenário”, recomenda.

Além disso, de acordo com Mozart Marin, o líder do futuro precisa ter um perfil híbrido, e unir o pensamento estratégico a um entendimento mínimo da tecnologia. Gestores devem ainda ter uma visão estratégica para entender o impacto dessas inovações no negócio.

“É importante liderar equipes multidisciplinares que combinam expertise técnica com gestão de negócios. Exemplo: executivos como Satya Nadella, CEO da Microsoft, não são programadores, mas entendem profundamente como a IA pode ser aplicada estrategicamente para transformar seus negócios”, destaca.

Usos distintos de IA

Mozart Marin, engenheiro de dados, de Inteligência Artificial (IA) e de Software, e autor do livro “O executivo empreendedor”.

Startups e grandes empresas adotam IA de formas distintas. Startups têm mais flexibilidade para testar soluções inovadoras, mas enfrentam dificuldades no acesso a capital e validação de mercado. Já grandes empresas possuem mais recursos para investir em IA, porém enfrentam processos mais lentos de implementação e resistência interna à mudança.

“Enquanto startups como a OpenAI experimentam novos modelos de IA rapidamente, empresas tradicionais como a IBM levam anos para consolidar suas soluções corporativas”, observa Mozart.

Já para muitas pequenas e médias empresas (PMEs), a IA ainda parece algo inacessível, mas a democratização da tecnologia tem mudado esse cenário. “Hoje, existem ferramentas no-code e low-code que permitem automação de processos sem necessidade de uma equipe técnica especializada”, pontua.

Plataformas acessíveis, como Google Cloud AI e Microsoft Azure, oferecem soluções sob demanda para análise de dados e automação. Além disso, parcerias estratégicas com startups e o uso de modelos SaaS podem facilitar a adoção da IA em pequenas empresas.

“Já vemos pequenos restaurantes usando IA para prever demanda e evitar desperdício de alimentos por meio de ferramentas simples de análise preditiva”, exemplifica.

Nesse cenário, a inovação dentro das empresas não depende apenas de tecnologia, mas de uma mentalidade aberta à transformação digital. Sendo assim, é importante investir em treinamentos contínuos, incentivo à experimentação e uso prático da tecnologia são essenciais para criar uma cultura digital. O recomendado é implementar IA em pequenas atividades diárias para demonstrar seu valor gradualmente.

“Empresas como Amazon já implementam programas internos para capacitar colaboradores em IA, garantindo que todos os funcionários participem ativamente dessa evolução tecnológica”, destaca.

O risco do gap tecnológico

A IA tem criado uma linha divisória clara entre empresas inovadoras e aquelas que resistem à digitalização. Grandes empresas adotam IA rapidamente, enquanto PMEs podem ter dificuldades para acompanhar. A diferença, segundo Mozart, está na mentalidade corporativa.

“Empresas que priorizam a inovação se destacam, enquanto organizações que mantêm modelos tradicionais correm o risco de se tornarem obsoletas”, explica. Além disso, ele acrescenta que os negócios que investem em IA têm expandido rapidamente para mercados internacionais, enquanto os que não investem ficam limitados ao mercado local. O setor bancário, por exemplo, demonstra bem essa divisão.

“A adoção da IA não é mais uma questão de opção, mas de sobrevivência no mercado digital. O livro deixa claro que a transformação já está acontecendo, e aqueles que não se adaptarem ficarão para trás. Empresas e profissionais precisam agir agora, investindo em aprendizado, experimentação e novas abordagens para integrar a IA ao dia a dia dos negócios”, finaliza.

O lançamento do livro “O executivo empreendedor”, de Mozart Marin, acontecerá no dia 22 de março às 18h, na Livraria da Vila, no Morumbi Shopping, em São Paulo.

*Fotos: Assessoria / Shutterstock.com

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