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Retomada do horário de verão pode aumentar movimento de bares e restaurantes em até 15%

Retomada do horário de verão pode aumentar movimento de bares e restaurantes em até 15%

Associação de bares e restaurantes pede o retorno do horário de verão, alegando que o adiantamento no relógio estimula um maior fluxo de consumidores nas ruas

O horário de verão no Brasil sempre foi sinônimo de dias ensolarados, noites prolongadas e uma atmosfera propícia ao consumo e à experiência gastronômica, principalmente ao fim dos dias de trabalho. No entanto, desde 2019, uma importante mudança vem impactando profundamente o comportamento dos consumidores e, consequentemente, o faturamento desses estabelecimentos: a suspensão do horário de verão no Brasil.

Criado em 1931, o horário de verão foi descontinuado em 2019, sob a alegação de que não trazia benefícios consideráveis ao setor elétrico, dadas as transformações nos hábitos de consumo de energia e aos avanços tecnológicos. No entanto, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) está levantando uma perspectiva: o retorno do horário de verão pode não apenas aumentar o faturamento desses estabelecimentos, mas também impulsionar o consumo.

Esta análise vai além dos números de faturamento, mergulhando nas nuances da experiência do cliente e nas estratégias de marketing que podem se beneficiar dessa mudança. Em um contexto pós-pandêmico, os empresários buscam maneiras de reativar seus negócios e se adaptar às tendências de mercado em constante evolução.

Impacto do horário de verão no faturamento

A principal alegação da Abrasel é que a adoção do horário de verão tem o potencial de aumentar o faturamento dos bares e restaurantes em até 15%. Esta estimativa está em consonância com dados indiretos que sugerem que a simples mudança no relógio gera um aumento notável no fluxo de clientes, impulsionado pelo aproveitamento da luz natural durante mais tempo.

A Abrasel argumenta que a antecipação do horário devido ao verão garantiria de duas a mais horas de funcionamento aos bares e restaurantes, o que, de acordo com a associação, justifica o aumento do rendimento do negócio. Essas perspectivas positivas em relação ao retorno do horário de verão refletem um momento no qual os empresários buscam maneiras de reativar seus negócios e se adaptar às tendências de mercado em constante evolução.

No entanto, vale destacar que a decisão final sobre a retomada do horário de verão ainda está sendo avaliada pelo governo, e leva em consideração diversos outros aspectos, incluindo econômicos e ambientais.

Economia e impacto social do horário de verão

Além do benefício direto para bares e restaurantes, a Abrasel argumenta que a adoção do horário de verão tem um impacto significativo na economia de forma mais ampla. Esta perspectiva se alinha com a ideia de que o horário de verão não é apenas benéfico para os negócios da alimentação, mas também para outros setores, como comércio e turismo.

A Abrasel destaca que, durante o horário de verão, os turistas tendem a estender suas atividades até mais tarde. Isso resulta em um fluxo maior de visitantes não apenas nos bares e restaurantes, mas também em lojas e atrações turísticas. Portanto, a medida não apenas impulsionaria o consumo nos estabelecimentos alimentícios, mas também beneficiaria o comércio local e o setor de turismo como um todo.

Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, ressalta que o retorno do horário de verão proporcionaria mais tempo de luz natural durante os dias. Esse prolongamento da iluminação natural não apenas favorece o consumo e a frequência de clientes nos estabelecimentos, mas também cria um ambiente mais seguro e dinâmico nas cidades. Essa atmosfera vibrante pode atrair tanto moradores locais quanto visitantes, contribuindo assim para a vitalidade das áreas urbanas.

Histórico do horário de verão no Brasil

O horário de verão é uma prática que possui uma história longa e diversificada no mundo, com períodos de adoção, interrupção e retomada ao longo dos anos. A primeira sugestão de aproveitar a luminosidade do verão foi feita por ninguém menos de Benjamin Franklin no século 18. Mas a primeira medida oficial de adiantar os relógios em uma hora para aproveitar melhor a luz natural só foi tomada em 1916. Atualmente, o horário de verão é adotado em toda a União Européia entre março e outubro, da América do Norte, entre abril e outubro. No hemisfério sul, é adotado entre outubro e março em Austrália, Nova Zelândia e Chile.

No Brasil foi em 1931, durante a presidência de Getúlio Vargas, que o horário de verão foi implementado pela primeira vez. Desde então, passou por diversas fases e transformações até que, em 2008, foi regulamentado.

Essa medida visa aproveitar ao máximo a iluminação natural durante os meses mais quentes do ano, quando os dias são mais longos e as noites mais curtas. O objetivo era duplo: economizar energia elétrica e reduzir o risco de apagões, contribuindo para o setor elétrico brasileiro.

No entanto, em 2019, o cenário mudou significativamente com o fim do horário de verão no país. A falta de dados significativos sobre o efetivo percentual de energia elétrica e o argumento de que estender o período diurno não se alinha mais aos hábitos de consumo de energia da população, que se distribui mais ao longo do dia em vez de se concentrar no período da noite.

Essa decisão não apenas trouxe reflexões sobre o impacto no setor energético, mas também debates sobre como a medida afetaria outros setores, como bares e restaurantes, que tradicionalmente sentem um aumento significativo no faturamento durante o período de vigência do horário de verão.

Um debate em andamento

A partir desse ponto, a discussão sobre o retorno ou a permanência do horário de verão tornou-se uma pauta relevante, envolvendo tanto aspectos técnicos e energéticos quanto as implicações sociais e econômicas dessa medida em um Brasil em constante transformação.

Enquanto o Ministério de Minas e Energia avalia a possibilidade de retomar o horário de verão com base em critérios técnicos, os empresários do setor de bares e restaurantes enfatizam os benefícios econômicos e sociais que essa medida pode trazer. A discussão continua, e a decisão final recairá sobre como equilibrar o impacto do horário de verão no consumo de energia com os benefícios que ele traz para a economia e o cotidiano das pessoas.


 

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