Las Vegas (EUA) – Nos Estados Unidos não se fala em outra coisa a não ser das eleições presidenciais. A poucos dias de conhecer seu novo líder, e depois de uma das campanhas mais quentes – e também mais inusitada da história recente do país – muitos setores seguem se perguntando quem será o melhor “parceiro”: a candidata democrata Hillary Clinton ou o republicano Donald Trump?
A pergunta se repete entre as empresas do setor de serviços financeiros e o consenso é que a resposta deve continuar no ar por algum tempo. “O quanto essas eleições importam para o setor? Qual é a percepção pública dos serviços financeiros e da indústria de tecnologia?”, questiona Raj Date, managing diretor da Fenway Summer. Ele mediou uma conversa, durante o Money 20/20, entre dois veteranos da política e da indústria: Tim Pawlenty, former governador de Minnesota e CEO da Financial Services Roundtable; e Neal Wolin, former deputy secretary do Departamento do Tesouro e consultor independente.
Primeiro round
No primeiro round de conversa, Hillary disparou na frente, assim como nas pesquisas eleitorais atuais. “Ela tem um discurso forte em relação a questão de proteção ao consumidor e tem uma política de aumentar o foco em grandes instituições financeiras em favor do consumidor”, afirmou Wolin. “Hillary expressa mais sobre acesso ao crédito, sobre a saúde financeira da população e tem uma característica de se voltar mais para o consumidor”, afirmou. “Nesse sentido, não vi Trump sobre nada disso…apenas sobre o tal do muro”.
Segundo round
Em um segundo momento, pareceu que poderia ocorrer algum empate entre os candidatos. “Cada candidato tem sim algo no discurso sobre regulação e fintechs”, rebateu Pawlenty. Segundo ele, uma das preocupações é como lidar com as instituições financeiras de maneira a não dar tratamento especial a nenhuma delas e de forma a melhorar o ambiente de inovação e dar espaço para as fintechs. “É um discurso fascinante, mas difícil de se colocar em prática”, avaliou.
Terceiro round
Finalmente, em determinado momento, um certo consenso permaneceu durante a conversa: há muito o que se discutir ainda e tanto Hillary como Trump não construíram uma agenda para os serviços financeiros. “Vamos combinar que essa campanha não tem sido…normal”, disse Wolin. “Hillary é a favorita, mas nem ela, nem Trum, construíram uma agenda especifica para a indústria financeira. Ela está articulando sobre taxas e é mais agressiva nesse ponto dos limites de regulação. Já Trump…segue tentando construir uma cena”, avaliou Pawlenty.