O GPA, um dos maiores grupos supermercadistas do País, detentor das marcas Pão de Açúcar, Extra, Assaí, dentre outros, conseguiu fechar o ano no azul em 2015, mas não foi fácil. É que a crise econômica afetou em cheio os resultados da companhia, que viu o lucro líquido ajustado cair 61,5%, passando de R$ 1,546 bilhões de 2014 para R$ 595 milhões no ano passado.
O recuo no lucro veio mesmo com aumento nas receitas líquidas da companhia, de 5,5%. A empresa verificou forte aumento nas vendas de seu atacado Assaí, cuja receita líquida foi 25,5% maior no ano passado. O faturamento da marca atingiu R$ 11,3 bilhões no ano, consolidando a bandeira na segunda posição no segmento de cash & carry, segundo o GPA.
O Multivarejo da empresa – que considera as bandeiras Extra e Pão de Açúcar – cresceu pouco: 1,2%. Já a Cnova Brasil, apesar dos problemas com roubo de estoques, conseguiu aumentar em 55,7% a receita líquida e 5,1% as vendas. A Via Varejo, como divulgado ontem (24) apresentou recuo de 15% – sendo a única empresa do Grupo a apresentar queda nas vendas no ano passado.
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“A Via Varejo, mesmo em um cenário desafiador para o mercado de eletroeletrônicos, avançou em medidas para adequação da Companhia ao cenário e promoveu ajustes em sua estrutura, otimizando processos e racionalizando despesas. Além disso, a intensificação de iniciativas comerciais a partir do terceiro trimestre propiciou recuperação de market share e de um melhor patamar de vendas”, disse a companhia em relatório.
Tanto a Cnova, como a Via Varejo, foram consideradas o calcanhar de aquiles da companhia. Os problemas das duas empresas contribuíram para a queda no lucro do GPA.
Considerando os investimentos, a empresa aportou R$ 2 bilhões – recursos voltados principalmente para abertura de lojas. Ao todo, foram inauguradas 118 novas lojas, sendo 91 lojas do segmento alimentar (46 Minimercado Extra, 27 Minuto Pão de Açúcar, 11 Assaí, 5 Pão de Açúcar, 1 Extra Super e 1 posto de combustível) e 27 Casas Bahia.
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No ano passado, o GPA investiu na integração dos negócios, em especial nas áreas de backoffice. “Desde o início do ano, a companhia implementou iniciativas para adequar o nível de despesas, tanto nas áreas operacionais como nas administrativas, com o objetivo de mitigar os efeitos da inflação e maiores gastos com energia elétrica ao longo do ano. Como resultado, as despesas com vendas, gerais e administrativas apresentaram crescimento de 7,4%, abaixo da inflação no período”, disse a empresa.
A bandeira Extra segue com o plano de reformas das lojas – já foram modernizadas 62 operações (35 hipermercados e 27 supermercados). Segundo o GPA, as reformas já representam aproximadamente 25% das vendas da bandeira. “As lojas reformadas seguem apresentando um significativo diferencial de crescimento se comparadas às lojas não reformadas”, diz a empresa.
Ao longo do ano, a empresa reduziu o número de funcionários de 160 mil para 146 mil – foram 14 mil demissões, sendo que 13 mil foram apenas da Via Varejo. A empresa encerrou o ano com 2.181 lojas, sendo 1.941 das marcas do grupo e 83 postos de combustível e 157 drogarias.
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