Os grandes números de informações consumidas pela Geração Z influenciam desde seus comportamentos, hábitos de consumo, e até mesmo os investimentos feitos por esse público. À medida que os novos jovens chegam à fase adulta, eles têm se preocupado também com o futuro financeiro. Diante disso, escolhem uma solução para investir parte da renda baseada em uma série de fatores.
Uma pesquisa da CFA Institute e da Fundação para a Educação de Investidores da Autoridade Reguladora da Indústria Financeira (Fundação FINRA) mostrou que mais da metade (82%) dos investidores da Geração Z dos Estados Unidos iniciaram seus investimentos antes mesmo de completarem 21 anos. No Canadá o cenário não se difere muito, uma vez que, por lá, 79% dos jovens investidores também começam cedo. O mesmo acontece com 81% dos jovens do Reino Unidos, e 63% dos investidores chineses da Geração Z.
Diferenças entre investidores e não investidores da Geração Z
Quando analisados os comportamentos entre integrantes da Geração Z que fazem ou não investimentos, é possível notar que as metas se diferem. Os investidores estão mais voltados ao planejamento. O foco desses jovens é ter dinheiro o suficiente para viajar ou tirar férias (62%), criar uma poupança para despesas inesperadas (55%) ou poupar para ter um estilo de vida confortável quando se aposentar (51%).
Enquanto isso, os não investidores têm focado nas necessidades imediatas, como conseguir pagar as contas mensais (63%). Eles também buscam não viver de salário em salário (63%) e, assim como os integrantes da Geração Z que têm feito investimentos, pensam também em ter dinheiro suficiente para viajar ou tirar férias (61%).
Além disso, 47% dos investidores buscam a independência financeira com seus investimentos e querem ter uma fonte de renda além do trabalho, contra 35% dos que não investem. Porém, ambos concordam que o aumento no custo de vida, ou a inflação, é um desafio para atingir seus objetivos financeiros.
Desafios para atingir metas financeiras e fontes de informações
Se o custo de vida tem se apresentado como desafio também para investidores (68%) como para aqueles que não fazem investimentos (70%), as condições do mercado também têm seus impactos quando o assunto é atingir metas financeiras. Essa complicação é relatada tanto pelos que investem (43%) como pelos que preferem não investir (28%). Além disso, para investidores (38%) e para os não investidores (46%), a renda também é um fator chave dentro desse assunto.
Importante pontuar também que, a geração que nasceu na era da informação, tem uma variedade de recursos para aprender sobre finanças e investimentos. Porém, se diferem no percentual de como atingem tanto quem investe, como quem não é investidor. Exemplo disso é 48% dos investidores da Geração Z usam as mídias sociais para se informar sobre assuntos financeiros, enquanto os que não fazem investimentos são 47%.
Porém, quando a família é usada como fonte de informação, o percentual é maior entre os não investidores (51%), do que entre os investidores (45%). Os amigos também tendem a ensinar os sobre tópicos financeiros para aqueles que se dispõem a investir (40%) e para os que não fazem investimentos (37%).
“Embora as redes sociais e as aplicações de investimento facilitem o acesso à informação financeira à Geração Z, ainda existem barreiras que impedem muitos Gen Z de começarem a investir. Isto inclui a falta de educação financeira, que continua a ser motivo de preocupação. Os governos, os reguladores e os profissionais de investimento têm um papel coletivo a desempenhar para ajudar a Geração Z a adquirir o conhecimento necessário para tomar decisões de investimento bem-informadas e responsáveis”, explica Paul Andrews, diretor geral de Pesquisa, Advocacia e Padrões do CFA Institute.
O que motiva o público Z a fazer investimentos?
Existem motivos para a Geração Z fazer seus investimentos, assim como há justificativas para que não sejam feitos. No segundo caso, os não investidores afirmam não ter poupanças suficientes (65%), renda insuficiente (64%) e há também uma parcela (56%) que justifica o não conhecimento suficiente sobre investimento. Ainda há uma parte focada em outras despesas (51%).
Enquanto isso, os que investem são motivados pela capacidade de começar a investir com pequenas quantias (67%) e até mesmo por interesse próprio (65%). Além disso, alguns relataram terem conseguido dinheiro para investir (57%), enquanto outros contam com apoio de algum membro da família (54%).
Outro apontamento de estudo mostra que metade dos investidores da Geração Z (50%) afirma ter feito um investimento impulsionado pelo FOMO. Daqueles que o fizeram, é mais provável que digam que o investimento foi criptográfico 57%), ações individuais (32%) ou ações de memes (28%). O FOMO trata-se do medo de perder oportunidades, eventos ou experiências. Esse sentimento está relacionado às redes sociais, uma vez que é um ambiente onde as conquistas pessoais são constantemente divulgadas.
O estudo mostrou ainda que a criptografia é uma escolha de investimento popular entre os investidores da Geração Z: mais de dois em cada cinco (44%) investidores começaram a investir com criptografia, em comparação com 35% dos investidores da Geração Y dos EUA e 23% dos investidores da Geração X dos EUA. A criptografia também foi o investimento mais comum com o qual os investidores da Geração Z começaram no Canadá (35%) e no Reino Unido (43%).