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Ainda somos os mesmos, mas já não vivemos como os nossos pais¹

Ainda somos os mesmos, mas já não vivemos como os nossos pais¹

"Não somos diferentes dos Millennials, nem dos Z's, ou dos atuais Alphas. O que nos diferencia é como lidamos com a oferta manifestada a nossa volta"

Com frequência escuto pais de família preocupados com filhos mais interessados no videogame do que na conversa do jantar. Vejo alunos mais absortos nas conversas do WhatsApp do que no conteúdo do professor. O que mudou? A diferença fundamental não é o menor interesse nos pais ou na oratória acadêmica, mas na maneira de demonstrar o desinteresse. Enquanto aluna na faculdade, lembro de desviar a atenção em algumas aulas, deitando a cabeça na mesa dura de madeira ou desenhando no caderno. Certamente, se existissem smartphones naquela época, não resistiria em concentrar ali a minha atenção. Não somos diferentes dos já adultos Millennials (entre 18 e 32 anos), nem da geração Z (formada por jovens nascidos entre 2000 e 2010), ou dos atuais Alphas (crianças nascidas a partir de 2010). O que nos diferencia é como lidamos com a oferta manifestada a nossa volta.

Tidos como os “eternos Peter Pans”, os Millennials fazem parte da geração talvez mais caricata já construída, a partir de características tão peculiares quanto já exaustivamente debatidas. Por isso, esse artigo não é sobre eles, mas sobre todos nós. Nós, os mesmos revestidos de diferentes camadas que variam de acordo com o contexto vivido. Este sim, o influenciador das diferentes atitudes geracionais.

Junto com a famosa geração da virada do milênio, por exemplo, nascia a internet, em meados dos anos noventa. Se já não podemos imaginar a vida sem conexão, podemos entender a significativa mudança comportamental provocada naqueles nascidos sob sua influência. A questão central não está em estereotipar toda uma geração, mas em entender como as mudanças a nossa volta demandam por novas formas de se relacionar, educar, consumir, comunicar, viver.

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Os estímulos oferecidos às novas gerações (Millennials, Z e Alpha) demandam por uma mudança na forma em como as gerações antecessoras (X e Baby Boomers) lidam com elas. Não basta pedir para que os filhos desliguem seus celulares, é preciso conquistar a atenção pelo mérito (para os pais que queiram uma inspiração de como fazer isso, assistam ao filme ‘Nossas noites’, com Jane Fonda e Robert Redford).

Não digo que seja fácil, mas antes de julgar o outro temos que pelo menos assumir a nossa própria falta de pertinência e procurar repensar a forma como sempre fazemos as coisas. Não deixa de ser um feedback para que a aula seja mais interessante e o professor, mais relevante. Ao invés de interpretar esses novos jovens como egoístas e mimados, deveríamos adotar uma nova lente em como enxergá-los, tendo o novo contexto como referencia e seus inúmeros estímulos, como oportunidade para mudar.

Como seres sociais que somos, fomos e seremos, sempre tivemos a necessidade de nos comunicar. Mas, ao longo dos anos, diferentes “COMO” foram surgindo alinhados aos distintos contextos. Hoje não vivemos sem o WhatsApp, mas já foi do telefone fixo e do fax serem indispensáveis. Estamos saindo de uma sociedade de comando e controle, com foco em desenvolver produtos em uma linha de produção eficiente e rentável, para uma mais descentralizada e coletiva. O mundo compartilhado democratizou o acesso a serviços, mudando completamente a mentalidade das pessoas, desvalorizando o apego ao produto para valorizar a conveniência do uso, quando necessário.

Com a possibilidade de compartilhamento, torna-se desnecessária a aquisição de algo de forma permanente. Mas nem sempre foi assim. A geração dos meus pais (Baby Boomers), por exemplo, defendia a compra de um imóvel como garantia de investimento para a segurança futura. Justificavam que valia a pena pagar as prestações porque, ao final, o imóvel seria uma propriedade, ao invés de pagar aluguel e jamais possuir nada. “Pagar aluguel é jogar dinheiro fora”. Mas, as últimas gerações utilizam o mesmo argumento de maneira totalmente contrária: “Por que vou pagar uma prestação, que vale o mesmo que um aluguel, e abrir mão da liberdade de me mudar quando quiser?”. Para uma geração preparada para romper com o status quo, a liberdade que a mobilidade oferece é inegociável.

Os argumentos mudam porque acompanham a transformação que o contexto nos oferece.

A nova geração já não tem interesse em permanecer no mesmo trabalho por anos, como as gerações anteriores. A busca pelo tão-falado-propósito traz com ela a mudança. E mudar de trabalho implica em trocar de endereço, para economizar tempo de locomoção todos os dias. Hoje, a liberdade do acesso a serviços considera a posse como âncora.

Somos os mesmos de há 100 anos, mas o mundo das coisas se tornou completamente diferente durante esse mesmo Delta T. Se recorremos aos livros clássicos, como A Divina Comédia ou O Príncipe vemos como as questões humanas continuam as mesmas. Ao entender que as nossas necessidades são as mesmas o que muda é o contexto, que molda a forma em como elas serão mais bem atendidas.

Dessa forma, a proposta é ir além do entendimento de “O QUE” precisamos (necessidades), para refletir em diferentes “COMO”, novas soluções para as mesmas necessidades. Como você pode criar uma relação de maior engajamento com o seu filho, ao adotar o ponto de vista dele? Como tornar a aula mais dinâmica, divertida e lúdica, trazendo para o seu lado os mesmos estímulos que roubam a atenção dos alunos? Ou ainda, como o consumo desse conteúdo poderia ser melhor, por exemplo? É o que me proponho a responder para o próximo artigo. Porque o que muda de geração para geração não é O QUE precisamos, mas COMO queremos.

¹Título inspirado na letra da música “Como nossos pais”, livremente alterada para se adequar ao contexto do artigo.

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