A geração TikTok está cada vez mais determinando novos rumos em diversas áreas em detrimento da urgência por consumo de conteúdos, informações e serviços mais ágeis e dinâmicos.
Há um tempo, a plataforma de vídeos curtos vem impulsionando marcas dispostas a reverem sua maneira de se comunicar com as novas gerações. Tudo porque nesse canal a audiência é crescente e nela estão futuros (ou presentes) consumidores.
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Fazendo um paralelo ao título desse artigo, um amigo dia desses convidou seu filho de 10 anos para assistir uma partida futebol no estádio do time que eles torcem. Sabe qual foi a resposta do garoto? “Ah, pai, não vou. Jogo de futebol demora muito”.
Pois é, talvez de olho nessa geração, mas também repensando a evolução do esporte, foi que a Ifab (International Football Association Board), órgão responsável por autorizar ou não mudanças no esporte, discutiu em seu último encontro em Doha, no Qatar, a redução de tempo do jogo de 90 minutos para 60 minutos. Serão 60 minutos em dois tempos de bola em jogo, igual ao basquete. E se o jogo para por algum motivo o cronômetro para também.
O fim da “cera” e ascensão de novas audiências?
Eu particularmente fiquei muito feliz com essa nova regra em curso de aprovação. Pode ser o fim da “cera”. Talvez a introdução de um pouco mais de tática e inteligência de jogo, de novas jogadas e de todo um novo cenário para apresentação de novas audiências e conteúdos eu até consiga assistir novamente alguma partida sem ficar procurando algo no celular enquanto 22 milionários estão em campo fazendo todo tipo de encenação, xingamentos e, vez ou outra, tentando uma jogada rumo ao gol.
Essa mudança proposta pela Ifab tem fundamento. Foram feitas inúmeras pesquisas e testes em categorias de base. Para se ter uma ideia, dados comprovam que no campeonato inglês (um dos mais prestigiados do mundo), a média de jogo – com bola rolando de verdade – é de 55 minutos. Alguns até com menos, 42 minutos.
Vale lembrar que se a mudança ocorrer, toda uma nova infraestrutura será exigida. Cronômetro visível para todos e mesários cuidando disso – como no basquete. Se essa alteração será introduzida aos poucos, apenas em competições maiores onde há verba e infraestrutura, ainda não se sabe. O fato é que essa nova regra pode se muito bem-vinda para a renovação do esporte, sobretudo para novas audiências.
Geração TikTok virando mainstream
Voltando ao tema das novas gerações e redes sociais, evidente que uma mudança como essa no futebol, um esporte tão popular, poderá atrair e segurar novos públicos e também atrair novas marcas que já conversam com a geração TikTok em outros contextos.
Peguemos o skate como exemplo. Esporte antes marginalizado, hoje se tornou mainstream. Alcançou redes de TV aberta graças a uma audiência enorme entre as novas gerações – fruto da renovação de atletas e de púbico. E o TikTok está lá, não apenas como plataforma de compartilhamento de conteúdo de atletas e fãs do esporte, mas também na forma de patrocínio junto a marcas que nunca se quer pensaram em patrocinar esse esporte.
É válido também afirmar que como plataforma de viralização em entretenimento, o TikTok é uma máquina poderosa. O futebol sabe disso e vem usando essa ferramenta há uns três anos pelo menos. Clubes, ligas, jogadores, comentaristas e jornalistas especializados estão lá, promovendo todo tipo de conversa e criando conteúdo para os fãs da bola.
Recentemente um famoso jogador do brasileiro foi alvo de comentaristas esportivos sobre sua má atuação em campo. Não marcando nenhum gol em dois jogos, 180 minutos, o atleta foi criticado: “O negócio dele é fazer TikTok…”, “a única coisa que faz hoje em dia é dançar no TikTok…”. Bom, se esse jogador não está em dia com sua audiência em campo e com a sua torcida, certamente ele está batendo um bolão no TikTok.
Enfim, são essas narrativas que constroem toda a paixão envolvida em torno do futebol. Com as novas ferramentas de entretenimento e uma nova geração envolvida, acredito que tardou para o esporte passar por reformulações visando maior agilidade e longevidade com essa audiência – até mesmo visando novos potenciais de negócios com novos públicos e novas marcas.
Vamos aguardar. Quem sabe para os próximos jogos esse meu amigo não consiga levar seu filho ao estádio para assistir uma partida de dois tempos de 30 minutos, com telão de cronômetro e tudo mais? Ah, mas é claro que eu vou pedir para ele me mandar uma dancinha no TikTok uniformizado no meio da galera.
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