O mundo passou a adaptar-se a uma nova forma de trabalho. Reuniões online ganharam um capítulo importante na comunicação, moldando uma interação mais dinâmica em toda cadeia de valor organizacional desde o início da pandemia. Se por um lado ganhamos economia financeira e de tempo ao poder, de casa, da cafeteria ou de qualquer lugar nos comunicar e gerenciar tomadas de decisões que afetam organizações, de outro há um desconforto enorme com estar em um 3×4 na tela.
Em tempos de debates acalorados sobre distúrbios da autoimagem, empresas de tecnologia estão investindo em recursos que permitem aos convidados de reuniões online e videoconferências se produzirem, com o intuito de se sentirem mais mais confortáveis em estar com a câmera ligada.
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Teams e Maybelline ‘maquiam’ usuários
O Microsoft Teams anunciou recentemente uma nova parceria com a marca de cosméticos Maybelline, empresa do Grupo L’Oréal, para fornecer aos mais de 300 milhões de usuários corporativos maquiagem virtual no Teams. Em comunicado, a marca reforçou o compromisso com a inovação, tecnologia e a experiência de inclusão: “Essa é uma iniciativa para capacitar a todos, proporcionando autoconfiança para alcançarem seus objetivos, especialmente no ambiente de trabalho”.
Além de poder usar maquiagens, outra novidade é que os usuários poderão usufruir de 12 looks desde o natural ao ousado, através de filtros. Essa tecnologia é baseada nos serviços de realidade aumentada, e envolve representações digitais de seus produtos reais.
Filtro para todos os tipos de pele?
Sim, é possível. Esse recurso foi desenvolvido por meio de inteligência artificial, habilitada pelo Modiface, tecnologia que permite o uso de realidade aumentada para a indústria da beleza, adquirida pelo grupo L’Oréal. Essa tecnologia apresenta 70 pontos do rosto para criar um “mapa virtual” que permite aplicação dos filtros digitais com precisão e refinamento.
Desenvolvido em colaboração com o Geena Davis Institute, ele tem como objetivo atingir uma população mais diversificada, abrangendo olhos, lábios e rosto e cores de pele também. Os usuários poderão visualizar como o visual ficará antes de participarem de videoconferências ou transmissões ao vivo.
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E quanto aos filtros nas plataformas digitais?
Saindo do ambiente virtual mais formal e adentrando na plataforma mais descontraída como o TikTok, o app, lançou recentemente um filtro chamado “My New Twin”, mais conhecido popularmente como “o galã de novela” por transformar o rosto das pessoas em imagens perfeitas, onde as imperfeições da pele ou rosto são praticamente nulas. Esse fenômeno embora inofensivo, pode mexer e muito com o psicológico das pessoas, interferindo no modo como se compartam e relacionam na sociedade.
Impacto de filtros na autoimagem
Em terra de perfeição nas plataformas digitais, os filtros ganharam uma maior adesão por melhorarem a aparência e por massagear o “ego” com curtidas e elogios e interações positivas. Mas muito já se fala do potencial que eles têm de interferir na autoimagem e na saúde mental dos indivíduos.
Existem poucos dados disponíveis que comprovam a mudança de comportamento pelo uso exagerado dos filtros virtuais. No entanto, algumas constatações sobre o impacto desses filtros já são disponíveis. A multinacional Allergan Aesthetic, empresa que fabrica e comercializa portfólio das principais marcas e produtos de estética médica, encomendou uma pesquisa à Offerwise e Let’s Mind para entender a real opinião das pessoas sobre os filtros de imagem. Foram ouvidas 650 pessoas em oito capitais brasileiras, sendo 24% homens e 76% mulheres, entre 18 e 50.
Na pesquisa foi constatado que 98% afirmam que as redes sociais impactam na autoestima de uma pessoa, e para 24% dos entrevistados, de forma negativa. Outras 94% concordam total ou parcialmente que o uso exagerado dos filtros de imagem nas redes sociais pode fazer com que uma pessoa deixe de gostar de sua imagem “real” e passe a querer aquela imagem “virtual”.
“Os filtros de imagem são cada vez mais presentes nas vidas das pessoas e, infelizmente, vem causando efeitos indesejáveis sobre como as pessoas se veem, como querem parecer e como se sentem. É uma conversa difícil e complexa, mas muito necessária”, afirma na pesquisa Camila Cazerta, diretora médica associada da Allergan Aesthetics no Brasil.
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