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As organizações estão falhando em IA?

As organizações estão falhando em IA?

Menos da metade dos líderes de TI têm pleno entendimento das demandas da tecnologia, gerando lacunas críticas no ciclo de vida da IA.

Embora empresas de todo o mundo busquem na Inteligência Artificial (IA) uma aliada para realizarem melhorias em seu ecossistema de negócios, estariam as organizações falhando nessa abordagem?

Uma pesquisa recente encomendada pela Hewlett Packard Enterprise, aponta que a IA ainda é um terreno cinzento para a maioria das organizações.

A maioria ainda peca em compreender as demandas de computação e redes no decorrer do ciclo de vida da IA, com menos da metade dos líderes de TI entrevistados tendo um pleno entendimento das demandas de diferentes cargas de trabalho de IA incluindo treinamento, ajuste e inferência. Lacunas críticas nas estratégias, como a falta de alinhamento entre processos e métricas, revelam uma fragmentação significativa na abordagem à IA.

  • Apenas 7% das organizações estão aptas a realizar atualizações de dados em tempo real;
  • Apenas 26% estabeleceram modelos de gestão de dados e são capazes de realizar análises avançadas;
  • Apenas 57% das organizações estabelecem uma única estratégia consolidada em IA, a a maioria ainda está adotando abordagens em silos;
  • Apenas 22% dos líderes de TI estão envolvendo os times jurídicos nas conversas sobre a estratégia de IA de suas empresas.

Abordagem holística se faz necessária

A pesquisa intitulada “Architect an AI Advantage“, constatou que embora o compromisso global com IA demonstre investimentos crescentes, empresas estão negligenciando áreas estratégicas que afetam a capacidade de fornecer resultados bem-sucedidos via IA – como baixos níveis de maturidade de dados, possíveis deficiências em sua provisão de redes e computação, e considerações vitais de ética e conformidade.

O relatório também indica desconexões significativas tanto na estratégia quanto no entendimento, o que pode afetar negativamente o retorno sobre investimentos (ROI). Para Sylvia Hooks, vice-presidente da HPE Aruba Networking, mesmo diante de desafios, “a adoção de IA está ganhando ritmo”, com quase todos os líderes de TI planejando ampliar os investimentos em IA nos próximos 12 meses. “Essas descobertas demonstram claramente o interesse pela IA, mas também destacam pontos cegos que podem fazer com que o progresso fique estagnado caso uma abordagem mais holística não seja adotada”, diz.

Para Sylvia, o desalinhamento na estratégia e na interação entre departamentos pode, por exemplo, impedir que as empresas aproveitem suas áreas de expertise, tomem decisões eficazes ou garantam que um roadmap de IA holístico beneficie todas as áreas do negócio de forma congruente.

Reconhecendo a baixa maturidade dos dados

Outro ponto importante do estudo revela que um bom desempenho em IA, que resulte em impacto positivo nos negócios, depende da qualidade dos dados. A pesquisa aponta que, embora as empresas entendam isso, rotulando a gestão de dados como um dos elementos essenciais para o sucesso da IA, a maturidade de dados dessas empresas permanece baixa.

Apenas uma pequena porcentagem (7%) das organizações entrevistadas pode realizar atualizações de dados em tempo real para possibilitar a inovação e a monetização de dados externos, enquanto apenas 26% estabeleceram estratégias de governança de dados para análises avançadas.

Outra questão é: aproximadamente 6 em cada 10 respondentes da pesquisa informaram que sua organização é capaz de lidar com qualquer uma das etapas chave de preparação de dados para uso em modelos de IA – desde o acesso (59%) e armazenamento (57%), até processamento (55%) e recuperação (51%).

Essa discrepância não apenas corre o risco de retardar o processo de desenvolvimento de modelos de IA, mas também aumenta a probabilidade de insights imprecisos fornecidos pelo modelo, além de um ROI negativo.

Ciclo de vida de ponta a ponta

Ponto importante destacado pelo estudo é quando os entrevistados são questionados sobre os requisitos de computação e rede ao longo do ciclo de vida de ponta a ponta da IA. À primeira vista, os níveis de confiança parecem altos nesse sentido: 93% dos líderes de TI acreditam que sua infraestrutura de rede está configurada para sustentar o tráfego de IA, enquanto 84% concordam que seus sistemas têm flexibilidade suficiente na capacidade de computação para atender às demandas únicas em diferentes estágios do ciclo de vida da IA.

Vale mencionar que, de acordo com o Gartner, espera-se que a IA Generativa atue em cerca de 70% das tarefas mais intensas em texto e dados até 2025, em comparação com menos de 10% em 2023, no entanto, menos da metade dos líderes de TI entrevistados no estudo admitem ter uma compreensão completa das demandas de diversas cargas de trabalho de IA incluindo treinamento, ajuste e inferência – o que gera uma dúvida quanto a precisão do que deve ser provisionado para elas.

Conexões entre departamentos, compliance e ética

Seguindo com as análises do estudo, o documento aponta que muitas empresas estão falhando em conectar áreas chave de seus negócios, com mais de um quarto (28%) dos líderes de TI descrevendo a abordagem de IA em suas empresas como “fragmentada”.

Como evidência disso, mais de um terço (35%) das organizações optaram por criar estratégias de IA separadas para funções individuais, enquanto 32% estão desenvolvendo conjuntos diferentes de objetivos.

Um fator ainda mais preocupante da pesquisa destaca a ética e o compliance – que parecem ser negligenciados em muitos dos casos, apesar do apoio crescente em torno destes temas, sobretudo, por parte dos consumidores.

O estudo mostra que aspectos legais/compliance (13%) e ética (11%) foram considerados pelos líderes de TI como os menos críticos para o sucesso da IA. Além disso, os resultados mostraram que quase 1 em cada 4 empresas (22%) não estão envolvendo equipes jurídicas nas conversas sobre as estratégias de IA em seus negócios.

Ponto sensível que denota uma agressividade maior na oferta e em menor grau nas questões éticas e de segurança? Seguimos.

O medo de perder oportunidades e o risco do excesso de confiança

À medida que as empresas rapidamente buscam entender todo o alarde em torno da IA, sem uma ética e compliance adequadas para IA, as organizações correm o risco de expor seus dados proprietários – um ponto chave para manter a vantagem competitiva e preservar sua reputação.

Entre os problemas, as empresas que não possuem uma política de ética em IA correm o risco de desenvolver modelos que não atendem aos padrões adequados de compliance e diversidade, resultando em impactos negativos na marca da empresa, perda de vendas, altas multas e processos.

O estudo aponta também riscos adicionais nessa questão, pois a qualidade dos resultados dos modelos de IA é limitada pela qualidade dos dados ingeridos. Isso se reflete na pesquisa, que mostra que os níveis de maturidade de dados nas empresas ainda permanecem baixos.

Isso, combinado com a informação de que metade dos líderes de TI admitiu ter uma compreensão incompleta das demandas de infraestrutura no ciclo de vida da IA, destaca um aumento no risco geral no desenvolvimento de modelos ineficazes, incluindo o impacto das chamadas “alucinações de IA”. Além disso, o estudo analisa que, como o consumo de energia para executar modelos de IA é alto, isso pode contribuir para um aumento desnecessário nas emissões de carbono dos data centers. Desafios que reduzem o ROI da IA e podem impactar negativamente a marca da empresa.

Nesse ponto, Eng Lim Goh, vice-presidente sênior de Data & AI da HPE, afirma que a IA tem a carga de trabalho mais intensa em dados e consumo de energia, e reforça que as empresas devem monitorar cuidadosamente o equilíbrio entre “ser um pioneiro e o risco de não compreender completamente as lacunas ao longo do ciclo de vida da IA”. “Caso contrário, os grandes investimentos de capital podem resultar em um ROI negativo”, diz.

Uma tecnologia cada vez mais presente

A pesquisa “Architect an AI Advantage“, foi conduzida com mais de duas mil lideranças de TI de 14 países, entre eles o Brasil. Dados revelam um paradoxo complexo para as organizações. Nunca uma tecnologia como a IA foi tão intensa em atrativo e possibilidades – algo comparável ao surgimento da própria internet. Entretanto, as organizações lidam com infraestruturas engessadas e uma cultura organizacional ainda tímida frente aos avanços propostos pela IA.

É notável que a possibilidade dessa tecnologia em inovar e aprimorar a maneira como nos relacionamos com as marcas (e vice-versa), a forma como consumimos, nos informamos e construímos conhecimento e, sobretudo, como as empresas e colaboradores produzem, oferece um novo caminho para novas experiências.

Se a Inteligência Artificial será mais ou menos determinante – e necessária – para a qualidade desse universo de relações e para um mercado onde novos modelos de negócios emergirão, realmente ainda é muito cedo para cravarmos qualquer análise definitiva, o fato é, a IA não se desvencilhará tão cedo de nossas vidas.

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