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Farm, C&A, Riachuelo e Pernambucanas se unem em festival de moda sustentável

Farm, C&A, Riachuelo e Pernambucanas se unem em festival de moda sustentável

Visto como um movimento inédito, Festival Colabora Moda Sustentável surge para promover uma moda regenerativa, acessível e com impacto social

Em um setor historicamente marcado pela competição, a moda brasileira testemunha uma iniciativa inédita de colaboração radical. Farm, Riachuelo, Pernambucanas e C&A se uniram no Festival Colabora Moda Sustentável, um movimento liderado pelo Instituto C&A que busca ampliar o debate sobre moda regenerativa, acessível e com impacto social. O evento irá ocorrer nos dias 17 e 18 de junho, no Espaço Unimed, em São Paulo.

O festival é fruto da plataforma Colabora Moda Sustentável, criada em 2017 para reunir diferentes atores da cadeia da moda em torno de uma agenda comum de sustentabilidade. Em 2025, essa plataforma deu um novo passo: ganhou o formato de festival cultural, educativo e colaborativo, com ações que vão da revelação de novos talentos à aceleração de soluções sustentáveis.

“A ideia do Festival Colabora Moda Sustentável surgiu da necessidade de ampliar e democratizar o debate sobre uma moda mais sustentável e responsável no Brasil, trazendo o grande público consumidor mais para perto para promover ações concretas que engajem marcas, criadores e consumidores em torno de soluções regenerativa”, explica Cyntia Kasai, gerente sênior de Comunicação e ASG da C&A.

“Reconhecendo que os desafios da moda sustentável não podem ser enfrentados de forma isolada, o Instituto C&A assumiu o papel de agente mobilizador para firmar essa parceria com outras grandes varejistas, como Farm, Riachuelo e Pernambucanas, que toparam a ideia”, completa.

Concorrência colaborativa

Cyntia Kasai, gerente sênior de Comunicação e ASG da C&A.

Um dos pilares mais ousados do festival é a proposta de unir concorrentes em torno de um propósito comum. Segundo Cyntia, o desafio de alinhar diferentes marcas, com suas identidades, prioridades e estruturas. Isso exigiu escuta ativa, abertura ao diálogo e confiança mútua. “Não se trata de uniformizar narrativas, mas sim de construir uma visão compartilhada, onde cada marca possa contribuir com o que tem de mais forte e autêntico”, pontua.

Outro desafio importante foi garantir que essa colaboração acontecesse de forma genuína e horizontal, mesmo entre empresas que são, na prática, concorrentes diretas no varejo. Para viabilizar a articulação, o Instituto C&A atuou como mediador neutro, criando um espaço seguro para que as empresas pudessem dialogar e construir coletivamente. “Esse é um movimento que exige coragem, desprendimento e uma visão de futuro que vá além da lógica de mercado tradicional”, afirma a executiva.

Na prática, a colaboração tem funcionado de forma horizontal. Cada marca apadrinha uma das quatro regiões de São Paulo (Norte, Sul, Leste e Oeste). Além disso, deve oferecer mentoria a criadores de moda autoral selecionados por chamada pública. Essa atuação inclui desde a orientação sobre processos produtivos até apoio logístico e conexão com redes e fornecedores. Cada varejista é responsável por acompanhar de perto o desenvolvimento da coleção, com o objetivo de garantir suporte técnico, logístico e criativo. Há ainda uma divisão de tarefas em outras frentes do Festival: o Instituto C&A lidera a articulação institucional e o desenho metodológico, mas todas contribuem.

“Por exemplo, o Colabora Investe, uma das etapas do Festival, engloba um investimento financeiro direto de cada uma das marcas parceiras, bem como a análise de pitchs de investimento em projetos. Uma oportunidade também para que iniciativas que promovem moda sustentável de todo país possam apresentar suas propostas para quatro grandes varejistas”, explica.

Três etapas e os múltiplos impactos

O Festival Colabora Moda Sustentável está estruturado em três frentes principais: a chamada pública para criadores periféricos, o Esquenta Colabora e o Colabora Investe. Cada etapa tem metas claras e impactos esperados.

Na primeira fase, o objetivo é revelar novos talentos da moda autoral das periferias paulistanas, oferecendo recursos, visibilidade e mentoria de grandes marcas.

“Esperamos que essas coleções não apenas ganhem o palco do Festival, mas também gerem oportunidades reais de continuidade profissional, inserção no mercado e colaborações futuras”, destaca Cyntia.

O Esquenta Colabora leva o debate sobre moda sustentável a territórios muitas vezes negligenciados pelas grandes plataformas culturais. A expectativa é mobilizar mais de 2 mil pessoas nas edições regionais, para fortalecer a economia criativa local e democratizar o acesso a conteúdos e práticas de moda com propósito.

Já o Colabora Investe tem como missão acelerar soluções sustentáveis que possam transformar a cadeia produtiva da moda brasileira. A iniciativa foi desenhada não apenas como uma vitrine de inovação, mas como uma plataforma concreta de fomento e conexão com soluções que podem ser incorporadas à prática das empresas participantes.

A culminância do festival será em um evento com dois dias de programação intensa e a publicação da Revista Colabora, que deve impactar mais de 15 mil pessoas com painéis, experiências imersivas, desfiles, shows e workshops voltados especialmente para as gerações Y e Z. “Nossa expectativa é gerar uma verdadeira virada de chave no imaginário coletivo sobre o que é – e o que pode ser – a moda mais sustentável no Brasil”, reforça.

Sustentabilidade como eixo transversal

O Festival Colabora Moda Sustentável se conecta diretamente com as ações estruturantes que a C&A Brasil e o Instituto C&A já promoviam. Com um histórico consolidado de iniciativas voltadas à inclusão produtiva, ao empreendedorismo de impacto e ao fortalecimento comunitário, o Instituto potencializa essas frentes ao integrá-las em um movimento mais amplo.

“O Festival conecta essas frentes de forma estruturada, ao oferecer mentoria, aporte financeiro e visibilidade para criadores da moda autoral que historicamente enfrentam barreiras de acesso ao mercado”, afirma Cyntia.

Ela comenta ainda que, pelo lado da C&A, a participação reforça o compromisso público com metas ambientais e sociais, que vão desde o uso de matérias-primas mais sustentáveis até práticas de economia circular e rastreabilidade da cadeia.

“A marca foi pioneira na oferta de roupas com selo de sustentabilidade no varejo de moda nacional e desenvolveu programas robustos de compliance e rastreabilidade com fornecedores. Ao participar do Festival, a C&A reforça seu papel como agente ativo da transformação sistêmica do setor”, frisa a executiva.

Legado e aprendizados

Segundo Cyntia, um dos principais aprendizados dessa jornada é que a colaboração entre concorrentes não só é possível, como necessária. Para ela, o Festival mostra que os desafios de sustentabilidade devem ser enfrentados de forma coletiva. Além disso, é também uma forma de inovar e ouvir, de verdade, as demandas dos consumidores por uma moda mais responsável.

Ela destaca ainda que essa experiência tem inspirado a empresa a ampliar o engajamento das equipes internas e reforçar a sustentabilidade como eixo transversal dos negócios. “A partir dessa vivência, queremos ampliar o engajamento de nossas equipes, fortalecer nosso compromisso com inovação responsável e inspirar novas formas de fazer negócios com impacto positivo e propósito claro”, comenta.

Impacto na cadeia produtiva

A expectativa é que o festival também gere efeitos cascata na cadeia de fornecedores. Cyntia reforça que, quando uma marca decide apoiar uma coleção autoral com reaproveitamento têxtil, ela precisa articular com seus parceiros para viabilizar essa criação. Isso naturalmente gera novas demandas por flexibilidade, rastreabilidade e compromisso socioambiental.

“Queremos tornar essa discussão mais acessível e tangível para o grande público, porque acreditamos que isso pode impactar em grande escala toda a indústria de forma longeva”, reforça.

Além disso, ela acrescenta ainda que, em um setor historicamente marcado por competição e disputas por espaço, dados e tendências, o Festival Colabora Moda Sustentável propõe uma nova lógica: a da colaboração radical.

“Isso exige um alto nível de maturidade, confiança e alinhamento de valores entre as partes envolvidas. Pode parecer um desafio, mas na prática tem funcionado de forma muito positiva, com cada marca contribuindo para o projeto. Elas garantem que o evento seja um reflexo da diversidade e da inovação. O que o setor de moda sustentável precisa é do que cada uma das marcas já traz em seus DNAs”, finaliza.

*Fotos: Assessoria / Shutterstock.com

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