O ramo de sorvetes não está promissor somente para as paletas mexicanas. Pelo contrário, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (Abis), a produção de massas supera em mais que o triplo a de picolés. Os sorvetes de todo o tipo, cuja produção cresceu 80% desde 2003, devem movimentar R$ 5 bilhões até o final do ano. Unindo dois setores em franca expansão, o de franquias e o de sorvetes, o empreendedor pode ter uma grata surpresa quando fechar as contas no final do mês.
A abertura de pontos de venda de franquia aumentou 3,6% no segundo trimestre e a expectativa da Associação Brasileira de Franchising (ABF) é que 2014 termine com um aumento de até 10% em unidades franqueadas. Algumas tendências que atingem tanto o negócio de paletas mexicanas quanto o de sorvetes de massa é a opção pela fabricação artesanal e a aposta em sabores exóticos, o que também agrega valor e possibilita um preço final maior.
Um relatório da Mintel do ano passado indica que este mercado de sorvetes premium tem potencial. Apesar de 66% dos consumidores brasileiros demonstrarem interesse nestes sorvetes com os rótulos ?natural?, ?plus?, ?funcional? e ?minus? de 2009 a 2012, somente 5% dos sorvetes lançados no Brasil vieram com este posicionamento.
A Sr. Sorvete escolheu a melhor estação do ano para iniciar as operações e abriu duas lojas no interior de São Paulo. Mais de 80% dos ingredientes do sorvete são produtos naturais, que são escolhidos rigorosamente por nutricionistas. O fundador, Leandro Sambini, vem de uma família que tem 120 sorveterias no Estado. Uma franquia da Sr. Sorvete custa de R$ 85 a R$ 135 mil e oferece um mix de sabores ousados como gorgonzola, mascarpone, champanhe com morango, pera com Martini e rosas.
Sabores gourmet da Sr. Sorvete
Bem mais antiga, a Stuppendo atua desde 1996 em Moema, na capital paulista com sabores similares: figo com nozes e gorgonzola, strudel, caqui e bem-casado, além dos tradicionais. A novidade é que a empresa acaba de entrar para o mercado de franquias.
O fundador, Leonardo Guedes, é irmão do chef de cozinha Edu Guedes e acredita que o segredo para se alcançar um sorvete fino é priorizar ingredientes como leite fresco, água mineral, açúcar orgânico e frutas orgânicas. De acordo com Guedes, suas lojas chegam a atender três mil pessoas por final de semana. O empreendedor que quiser ser franqueado da Stuppendo investirá pelo menos R$ 400 mil na loja e produzirá boa parte dos produtos na própria unidade, conforme a necessidade.
Stuppendo na capital paulista
O frenesi das paletas persiste
E não se pode falar de franquias de sorvetes no Brasil sem citar o boom das paleterias mexicanas. É difícil calcular até quando elas continuarão como franquia da moda, mas enquanto esse ramo perdura, novas marcas surgem todo mês. A catarinense Palecolé planeja abrir mais de 100 lojas por ano até 2016. Já a paulista Los Hermanos Paleteria ostenta 1,2 milhão de paletas vendidas em pouco mais de um ano e média de 60 mil ao mês.
Os números são impressionantes, mesmo na recessão técnica vivida pela economia brasileira. A Los Paleteros faturou R$ 22 milhões no 1° semestre, o quádruplo de 2013 e fechará o ano com lucro de R$ 70 milhões e 70 unidades operando. O investimento em uma franquia de paleteria varia de acordo com o tamanho, formato de loja e visibilidade da marca, mas varia de R$ 80 até R$ 250 mil e o prazo médio de retorno é de 36 meses.
Fila em inauguração de quiosque Los Paleteros no Shopping Iguatemi, em São Paulo
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