O número de franquias brasileiras presentes em outros países cresceu 62% entre 2010 e 2014, segundo pesquisa realizada pela ESPM em parceria com a ABF (Associação Brasileira de Franchising) divulgada hoje (21). Elas representam 3,8% do total das marcas brasileiras, que somam 2.376 redes.
Neste crescimento, destacaram-se as redes com apenas uma loja no exterior: elas eram 28 em 2010 e passaram a 51 neste ano, um crescimento de 82%. ?O que percebemos é que ainda tem muito o ?passou, levou?, quando alguém conhece uma marca e quer levá-la pra fora e o franqueador aceita, sem muito planejamento?, explica a professora Thelma Rocha Rodrigues, uma das acadêmicas da ESPM que conduziu o estudo.
Apesar disso, ela constata que o cenário tem mudado e muito por conta da qualidade da concorrência. ?As marcas estrangeiras estão chegando ao Brasil em um nível alto de estrutura e já com unidades espalhadas por diversos países. E o empresário brasileiro tem de lidar com isso?, diz.
Houve ainda crescimento, de 52%, entre as marcas com presença em dois a quatro países, de 21 redes em 2010 para 32 neste ano. Outro destaque é com as empresas com presença entre cinco ou mais países: elas eram 16 e passaram a 22 redes ? alta de 38%.
?Os processos de internacionalização estão acontecendo de maneira cada vez mais rápida. E quem já está em cinco países ou mais não volta mais?, afirma o professor Eduardo Eugênio Spers, que também conduziu o estudo. ?Hoje, o pessoal está olhando o mercado global e não apenas o Brasil?, diz o professor, ao ressaltar um dos motivos dos investimentos de franquias no exterior.
Ao todo, são 105 marcas brasileiras presentes em 45 países. O número difere das 121 marcas divulgadas pela ABF no início do ano porque foi realizado um trabalho de apuração para verificar o que de fato as franquias tinham lá fora e foram descartadas aquelas que exportavam apenas produtos ou serviços. Somente aquelas com lojas no modelo de franquias entraram na conta.
Segundo o estudo, o processo de internacionalização das franquias cresceu 300% na última década. Para Rogério Feijó, diretor de Inteligência de Mercado da ABF, esse crescimento deve-se ao novo entendimento do empresário brasileiro. ?Ele está amadurecendo. Não temos mais um mercado fechado e tanto as marcas podem sair, como há marcas entrando. E este cenário prepara as empresas para um mercado mais globalizado e não há muito o que fazer a não ser seguir esta linha?, afirma.
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