Em movimento de reaquecimento do setor supermercadista, a falta de produtos no segmento atingiu a marca de 10,38% no primeiro semestre de 2018. Os dados foram apresentados em levantamento feito pela Neogrid e Nielsen. Os números são menores do que a média apresentada no mesmo período de 2017, quando a índice atingiu 11,9%.
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Ainda como reflexo das paralisações dos caminhoneiros, alguns produtos apresentaram maior porcentagem no ranking fast movers (produtos de alto giro). Caso do leite longa vida, que lidera a lista com 18,1%. A listagem segue com frango in natura (12%), leite com sabor (11,9%), sorvetes (11,5%) e azeite (11,3%).
O fator atacarejo
Para o vice presidente de operações da Neogrid, Robson Munhoz, os números indicam uma retomada de aquecimento do setor de supermercados e a permanência do atacarejo no radar como alternativa pra economizar. “Apesar de ser um ano eleitoral, fatores econômicos mais positivos aumentam a confiança do consumidor. O brasileiro está voltando a comprar em diferentes canais. Ele ainda vai ao atacarejo, mas vemos um barulho muito forte nas lojas de proximidade”, diz.
Munhoz explica que, no retrato pós-crise, o consumidor tem voltado a flertar com marcas que deixou de consumir no ápice da depressão econômica, porém, não os encontra nas gôndolas. “O consumidor que comprava determinado produto parou de fazê-lo com a instabilidade econômica e o varejo, por consequência, não o repôs. Quando a economia dá uma aquecida, ele volta a procurar e não encontra. É uma gangorra”, complementa.
Futuro incerto
Embora o retrato do instante seja de ligeira melhora, a projeção para o final do ano ainda é nebulosa. De acordo com Munhoz, ainda é delicado realizar estimativas de ruptura para o último trimestre do ano. “É extremamente complicado fazermos projeções. Se o consumidor voltar a ter dúvida sobre os rumos da economia, é provável que ele migre para o atacarejo. Podemos, nesse cenário, ter um índice significativo, dependendo da categoria e do produto”, conclui.