Mesmo com incertezas econômicas, sociais e políticas, empresas planejam investir em tecnologia e produtividade e esperam aumentar receitas este ano. É o que revela a pesquisa Agenda 2022 da Deloitte que coletou respostas de quase 500 negócios brasileiros, que faturam juntas o equivalente a 35% do PIB nacional (acumulado em 12 meses até o 3º trimestre do ano).
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As entrevistas foram feitas entre novembro e dezembro de 2021 com 64% dos respondentes em cargos de conselho, presidência e diretoria, e mostram que há a expectativa de estabilidade para o PIB neste ano. Além disso, as estatísticas elencam as principais preocupações dos executivos para o ambiente de negócios daqui para frente:
Em uma visão macro, as prioridades para o governo, segundo as empresas, e que poderão influenciar o mercado serão:
● Economia: geração de emprego, controle da inflação, infraestrutura e logística, política de juros;
● Empreendedorismo: micro e pequenas empresas, transformação digital e crédito a empresas;
● Impacto social: educação, saúde, saneamento básico, segurança pública;
● Gestão pública: reforma administrativa, combate à corrupção, desburocratização, planejamento estratégico;
● Regulamentações: reforma tributária, legislação trabalhista, legislação ambiental e ataques cibernéticos.
Com o surgimento e crescimento exponencial de uma nova variante do vírus, os impactos na economia global e uma eleição presidencial se aproximando no Brasil, seria possível supor um cenário de maior austeridade e retração de investimentos por parte das corporações em 2022.
No entanto, para o levantamento, o empresariado brasileiro planeja aumentar o investimento e a produtividade por meio de aportes em tecnologia e capacitação e espera o crescimento das receitas. As medidas são respostas à transformação digital que se intensificou no período recente e são fundamentais para a sustentabilidade dos negócios neste momento de instabilidade.
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Prioridades dos negócios brasileiros
De acordo com o estudo da Deloitte, 39% dos indivíduos consultados disseram que sua indústria precisa de revisões ou novas regulamentações. Entretanto, em termos de obtenção de receita, 10,2% é a média da taxa de crescimento de vendas esperada pelas companhias, 21% esperam crescimento das vendas maior que 20% e apenas 6% acreditam que haverá uma queda das vendas em 2022.
Ademais, 9 em cada 10 empresas vão aumentar ou manter investimentos em qualificação tecnológica, enquanto outras prioridades dos entrevistados também são:
Isso irá ocorrer porque a maior parte das empresas deve manter ou aumentar investimentos em tecnologia e capacitação de profissionais como forma de responder às exigências do universo digital e garantir a escalabilidade do negócio. Investimentos em capacitação tecnológica e profissional refletem uma lacuna na educação, a principal demanda social do empresariado para o setor público.
A fim de expandir os negócios, a pesquisa traz outros dados relevantes, como o fato de haver 75% dos investidores interessados em dedicar verba à pesquisa e desenvolvimento (P&D); 59% em máquinas e equipamentos; 41% em novos pontos de venda; 31% em ampliação de atuais unidades de produção; e 21% de novas unidades de produção.
Se tratando de ações estratégicas, as descobertas da Deloitte mostram que a maioria dos gestores (31%) irá se debruçar na participação em licitações e privatizações; 22% em aquisição de empresas; 18% em aquisição de produtos/marcas; e 13% em participação em concessões públicas: 25 empresas pretendem fazer IPO em 2022 e outras 46 pretendem emitir títulos de dívidas.
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Obstáculos a serem superados este ano
Como nem tudo são flores, este ano será palco para o enfrentamento de desafios que causam entraves aos negócios brasileiros que tentam tirar projetos de capital do papel, sendo os nove mais comuns apontados pelo relatório:
1. Volatilidade do mercado;
2. Imprevisibilidade de receitas/vendas;
3. Custo de captação para financiamento;
4. Imprevisibilidade dos resultados;
5. Falta de mão de obra qualificada;
6. Definição de orçamento;
7. Burocracia para captação de recursos;
8. Insegurança legal/jurídica;
9. Atendimento à ESG.
Essas são apenas algumas tendências que foram colocadas em evidência pelo estudo da Deloitte, mas outros pontos podem surgir no decorrer de 2022 ao passo em que novos acontecimentos forem surgindo.
De qualquer forma, ao analisar os pensamentos e insights de profissionais que ocupam cargos de liderança em seus respectivos locais de trabalho, torna-se viável prospectar ideias e estratégias singulares a serem desenvolvidas pelos times, levando em conta a experiência que os entrevistados possuem combinada ao cenário volátil que o Brasil se encontra.
Apesar de existir iniciativas com potencial, é essencial não tirar os pés do chão em ano de eleição – e Copa do Mundo – já que tudo pode mudar em questão de semanas e acabar, consequentemente, afetando os negócios.
A pandemia ensinou muito aos executivos, modificou hábitos de consumo, exigiu que as organizações proporcionassem experiências diferentes e deu espaço a inovações, evolução do e-commerce e do conceito do phygital.
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Em 2022, tudo o que foi aprendido nos últimos dois anos será colocado em prática. Aqueles que conseguirem assimilar tudo isso mais rapidamente tendem a sair à frente na disputa pelo mercado.
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