Embora a propaganda sempre faça parte do discurso político, campanhas de empresas e marcas interferem no interesse público. O uso da propaganda para moldar as atitudes públicas por meio das mídias sociais se tornou popular ao longo da História.
Na era digital e em um ambiente de informação caracterizado por altos volumes de informação e níveis limitados de atenção e confiança do usuário, as ferramentas e técnicas de propaganda se tornam uma parte comum da rotina dos internautas e das empresas.
Para entender o uso de informações nas campanhas e divulgação de conteúdos falsos pelas organizações, empresas e países, estudiosos da Universidade de Oxford mapearam diversas redes.
Segundo o relatório, o Facebook continua sendo a rede social com maior número de compartilhamento e divulgação de informações falsas e manipuladoras, como as fake news.
De acordo com o estudo, a rede de Mark Zuckerberg permanece como a plataforma escolhida para manipular usuários. Foram encontradas evidências de campanhas propagandísticas planejadas em no mínimo 56 países.
O compartilhamento de fake news pelas redes sociais é um dos grandes problemas atuais da internet. O número de países que começaram campanhas de desinformação aumentou de 28 para 48 entre 2017 e 2018. Em 2019, o número chegou a 70.
Além disso, vale reforçar que os 140 caracteres do Twitter também podem ser utilizados como mecanismo de manipulação. De acordo com o levantamento, a rede social é a segunda em nível de influência do usuário e compartilhamento de fake news.
Já o Whatsapp aparece em terceiro lugar em grau de influência. Segundo pesquisadores, a rede social é a maior difusora e compartilhadora de desinformações no Brasil, Colômbia, Guatemala, Índia, Venezuela, Espanha, Zimbabue, Nigeria, Quênia e México.
Conteúdo e manipulação
Em muitos regimes autoritários, a propaganda sempre foi utilizada como ferramenta de controle de informações gerando muitas vezes censura e ameaças de violência. O estudo britânico catalogou os tipos e objetivos de campanhas presentes em países sob esse tipo de regime:
1 -Para suprimir os direitos humanos fundamentais;
2- Desacreditar a oposição política;
3- Abafar a dissidência política.
Metodologia
A metodologia para o relatório consistiu em quatro etapas: análise de conteúdo dos artigos noticiosos, revisão de arquivos públicos, elaboração de estudos de casos e consultas a especialistas.
O relatório foi produzido a partir da observação e reflexão dos conteúdos divulgados em 70 países nos continentes americano, africano, asiático e europeu.
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