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Resiliência e ESG permeiam inovação no varejo

Resiliência e ESG permeiam inovação no varejo

Grandes empresas do varejo brasileiro refletem sobre estratégias de inovação, e concordam que tecnologia deve estar aliada à criatividade

Um assunto que permeia o dia a dia de todas as empresas – e se ainda não está, deveria – é inovação. É consenso que a pandemia acelerou processos de digitalização e adesão à novas tecnologias, mas nem sempre isso se traduz em inovação.

“Tem muita empresa perseguindo inovação, mas se esquece do arroz com feijão”, avalia Caíto Maia, fundador da Chilli Beans, caçula do painel da Convenção Brasileira de Franchising, que discutiu inovação e transformação digital, com a participação ainda de Sandra Chayo, sócia e diretora da Hope; e Thiago Hering, CEO da empresa homônima fundada em 1880. Se nos últimos 20 anos, 15% das marcas de moda sumiram, as duas são exemplos de reinvenção e expansão.

Para a Hope, indústria fundada na década de 1960, inovação tem muito a ver com resiliência e evoluir algo que já existe: “a gente inovou ao entrar no varejo e abrir lojas próprias e franquias”, aponta Chayo. Atualmente são 250 lojas e quatro mil pontos de venda.

Leia Mais: Franchising cresce 12% este ano com foco em expandir pelo país

Buscar o passado para não se esquecer dos propósitos alimenta jornada de inovação na Hering. “Assim como olhar para o presente para compreender o contexto e se certificar que a proposta está dialogando com o espírito do tempo. Fazemos isso criando conteúdo relevante, engajando pessoas, mas sem perder autenticidade”, destaca Thiago Hering, CEO da empresa fundada há seis gerações.

O desafio da Hering é preservar seu DNA se mantendo contemporânea. Para manter esse alinhamento, Thiago acredita que há duas armadilhas a evitar. A de manter uma posição letárgica, ao acreditar que os modelos de negócios são inabaláveis e deixar de inovar. E se adaptar a tendências de mercado sem refletir sobre a adequação ao próprio negócio, mas seguindo modelos que não se encaixam no core das companhias.

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Foto: Marcel Terra/Divulgação ABF

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Pandemia acelerou inovação no franchising

O impacto da pandemia nos negócios não foi pequeno. Mas como brincou o mediador do painel, Carlos Zilli, “a necessidade fez o sapo pular”. Na Chilli Beans, antes da pandemia, as vendas online eram 3%, hoje são 18%. Segundo Caíto Maia, isso porque os franqueados se engajaram quando o comércio estava fechado.

Uma das medidas tomadas pela Chilli Beans foi apoiar os franqueados de sua rede a criar contas de venda no Instagram, para aproximá-los de seu público-alvo e garantir entregas rápidas para o consumidor que estava perto dele. Com isso, 20% das vendas passaram a ser originadas na rede social. “Este engajamento salvou a pátria. Estamos saindo da pandemia melhor do que entramos”, revela o fundador da Chilli Beans.

Para Thiago Hering, a pandemia obrigou a empresa, que é indústria, mas também varejo, a desenvolver uma visão mais sistêmica de ponta a ponta com um ecossistema mais colaborativo.

“Foi um exercício, inclusive pessoal, de reavaliar o que tem valor, o que é importante para a gente. Desenvolvemos um olhar mais transformacional e a pandemia forçou uma curva de digitalização. A indústria não pode ser apenas robustez, por isso investimentos em pesquisa e desenvolvimento, em inteligência de mercado ajudam que as tomadas de decisão fossem mais assertivas”.

“Acho que as pessoas estão com uma abordagem otimista com o futuro, na vida pessoal, nos negócios. Eu gosto do que eu vejo no ‘novo normal’, que não é tão diferente do ‘antigo normal’, apesar de estar 40% mais caro”, avalia Thiago Hering.

Leia Mais: O que diversidade tem a ver com inovação?

Home office é inovação que divide opiniões

A indústria é um setor que tem mão de obra intensiva e precisa de mão na massa. A Hope tem 800 costureiras e o home office é uma inovação que a pandemia trouxe, mas que não agrada à Sandra Chayo, também integrante do reality show Shark Tank Brasil.

“Preciso dessa mão de obra para fazer o produto acontecer. Na administração a cultura das reuniões online foi algo positivo, passamos a ter reuniões quinzenais com os franqueados porque não há necessidade de deslocamento. Nos aproximamos muito da rede, a comunicação ficou mais fluida. Mas por outro lado para quem está na operação, acho complicado para produzir cultura, para desenvolver um trabalho mais aprofundado no dia a dia”, explica Sandra.

A Hope ainda tem, em seus escritórios, uma política híbrida de trabalho, mas Sandra brinca que indica “o home office para o concorrente”. O contato energético com o time, mais uma vez o momento do cafezinho, é algo que Caíto Maia também não abre mão.

Na Hering a decisão de ficar em casa ou seguir no escritório aconteceu mais organicamente, mas com métricas e modelos de gestão e produtividade. Para Thiago, o principal aspecto a ser levado em conta na decisão de manter a política de home office foi, para boa parte da população, o teletrabalho trouxe ganho do bem mais precioso: tempo.

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“A gente está falando de um Brasil muito desigual, em que boa parte da população gasta muito tempo por dia se deslocando. É tempo para passar com a família, para consumir, para experimentar coisas novas. Nesse aspecto, o home office é um bom caminho”, reflete o CEO da Hering.

Apesar disso, Thiago pondera que ele é muito positivo para atividades programáticas, reuniões, mas pode tirar a espontaneidade das relações. “É o cafezinho, o almoço, onde a gente constrói cultura e reforça os valores da organização. Ainda estamos encontrando esse equilíbrio, não acho que é ‘ou’, mas ‘e’, isso se traduz de formas diferentes em setores diferentes”.

ESG é agenda de inovação sustentável para franquias

A agenda ESG, governança ambiental, social e corporativa, é pauta de inovação para as três empresas. A Hope desenvolveu uma iniciativa inédita no Brasil, de apoio à população feminina vulnerável com foco na economia circular.

“Um dos principais itens que faltam à população vulnerável é roupa íntima. Desenvolvemos a partir de pesquisas sobre a segurança para a saúde um sistema de higienização em que os clientes podem doar peças usadas, que são higienizadas pelos franqueadores e distribuídas à comunidade”, explica Sandra Chayo. Deste modo o desperdício de peças perfeitamente utilizáveis é reduzido, e vai para as mãos da população que precisa.

Na Hering, umas das poucas empresas B no Brasil – certificado internacional de excelência em ESG – o uso de dados é voltado também para reduzir o desperdício. “Desenvolvemos pela primeira vez modelagens em 3D com tecnologias que evitam desperdícios de material. Colocamos a ecoeficiência no centro do nosso negócio, e em um segmento tão poluente como o têxtil, conseguimos desenvolver vários produtos carbono neutro em todo seu ciclo de produção”, revela Thiago Hering.

A Chilli Beans prepara para o ano que vem 30% de sua produção toda feita de materiais recicláveis. Isso significa um milhão de peças, que acompanharão cases feitas de papelão reciclado. Caíto Maia ainda dá um spoiler: “o lançamento será feito em uma festa no Big Brother Brasil”.


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