A energia elétrica ficará mais cara já neste mês, e o consumidor deve ficar atento. As chuvas bem abaixo da média e as temperaturas acima do normal em todo o Brasil fizeram com que as usinas termelétricas fossem acionadas. Devido ao custo elevado de geração de energia em comparação às hidrelétricas, a bandeira vermelha patamar 2 foi acionada pela primeira vez em mais de três anos, impactando assim o bolso de todos os consumidores.
Em termos financeiros, haverá um custo adicional de R$ 7,877 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Portanto, a medida comunicada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no dia 1º de setembro afetará diretamente o valor final da conta de luz.
“Este período é o mais adequado para a realização de ajustes nas tarifas devido a fatores climáticos”, explica Junior Helte, CEO do Grupo HLT, que abrange a HELTE, INIMEX e Ângulo e que opera no segmento de energia solar fotovoltaica. “Trata-se de uma estratégia para equilibrar o sistema de energia e promover um uso mais responsável. Essas variações impulsionam o desenvolvimento e a busca por fontes alternativas e sustentáveis, como os sistemas fotovoltaicos conectados à geração distribuída. Com a alteração da bandeira em julho, observamos um aumento de 20% em comparação ao mês anterior”.
A Aneel comunicou em julho que a conta de luz teria um aumento de R$ 1,88 a cada 100 kW/h consumidos. O acréscimo decorreu da bandeira tarifária amarela, referente a conexão das usinas térmicas, devido à escassez de chuvas e altas temperaturas no país.
Energia elétrica mais cara
A Aneel não acionava a bandeira vermelha patamar 2 desde 2 de agosto de 2021. E, em síntese, a partir de agora, a recomendação é que o consumidor adote uma postura preventiva, escolhendo economizar diante da expectativa de aumento nos custos. Portanto, o conselho é que haja cautela na utilização da energia, promovendo um uso mais consciente e evitando desperdícios, que impactam negativamente o meio ambiente e afetam o setor elétrico como um todo.
Em 2015, o governo implementou o sistema de bandeiras tarifárias para informar os consumidores sobre os custos de geração de energia no Brasil. Ademais, o sistema de bandeiras é uma maneira de ajustar o custo da energia conforme as condições de geração da mesma. As bandeiras verde, amarela e vermelha indicam, na devida ordem, situações favoráveis, intermediárias e desfavoráveis para a produção de energia.
Economia na conta de luz
De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), até 2031, a geração distribuída (GD) utilizando sistemas fotovoltaicos proporcionará uma economia superior a R$ 84,9 bilhões nas contas de luz dos brasileiros. “O uso da energia solar não só está crescendo, mas novas tecnologias têm impactado positivamente o setor. Podemos afirmar que a cada trimestre o mercado se transforma e esses câmbios têm sido benéficos”, defende Helte.
Segundo ele, apesar dos efeitos do cenário e da política externa, como a crise no Oriente Médio que afetou o valor do frete internacional e a alta do dólar, o custo-benefício continua sendo muito atrativo. “Quem está interessado em energia solar deve aproveitar essa oportunidade. Embora não se trate de uma mudança radical, os clientes que estão em dúvida sobre adquirir seu sistema podem perceber um aumento no custo nos próximos meses”, observa o CEO.
Com a variação da bandeira tarifária e o acesso ao crédito, Junior Helte destaca que, ao comparar com a geração solar, o retorno do investimento na aquisição e instalação do sistema teve uma redução significativa. Isso quer dizer que esse retorno leva pouco mais de 3 anos, o que é inédito para o consumidor. “Levando em conta os valores atuais, um mercado em pleno emprego e taxas de juros atraentes, essa alternativa se mostra bastante interessante. Isso vale para quem possui residência, empresa ou busca sustentabilidade e a diminuição dos custos de energia”.
Brasil: energia sempre em alta
O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de contas de luz mais caras, e o consumo de energia não para de crescer. A tarifa de energia elétrica no Brasil subiu em média 74% nos últimos cinco anos. Os dados são da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace). Em 2023, o Brasil consumiu 69.363 MW médios de energia. O número representa um aumento de 3,7% em relação a 2022, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Sabendo disso, Eder Perez, especialista em economia de energia da Andra Materiais Elétricos e Iluminação, compartilha algumas sugestões de contenção de gastos. Em síntese, são ideias que podem transformar a realidade tanto de residências quanto de empresas. Confira:
🏠 Em residências
- Banhos mais curtos: utilize um timer no chuveiro para limitar o tempo e economizar água e energia;
- Lâmpadas LEDs: troque as lâmpadas incandescentes por LEDs, que têm maior durabilidade e consomem até 70% menos energia;
- Sensores de presença: instale sensores de presença nas luzes para evitar desperdícios;
- Eletrodomésticos eficientes: escolha aparelhos com tecnologia inverter, que permitem economizar até 40% de energia;
- Desligue os aparelhos: retire da tomada TVs, computadores e outros eletrônicos quando não estiver em uso;
- Lavagem com água fria: sempre que possível, lave suas roupas com água fria, economizando energia no aquecedor. Além disso, maximize a carga da máquina para otimizar seu uso.
🏭Na indústria e no comércio
- Modernização tecnológica: substitua equipamentos desatualizados por modelos mais eficientes, diminuindo o consumo de energia sem comprometer a produtividade.