A presença feminina no mercado digital tem avançado em ritmo acelerado, mas enfrenta desafios significativos. Estudo recente da UNCTAD (UN Trade and Development, entidade parte do Secretariado da ONU) revela que as mulheres, em todas as regiões do mundo, ainda lidam com o preconceito de gênero, o acesso limitado ao financiamento e uma menor participação nos processos de tomada de decisão. No entanto, em meio a esses desafios, as mulheres vêm conquistando posições de destaque na Economia Criadora.
De acordo com o 2023 Influencer Marketing Report, da Collabstr, 79% dos influenciadores no Instagram são mulheres, evidenciando o potencial feminino nesse mercado em expansão. Esse crescimento é refletido também na educação digital, um setor onde as empresárias vêm se destacando. Um exemplo claro disso é a Hubla, plataforma de vendas de produtos digitais no Brasil, fundada em 2020. Segundo dados da empresa relativos ao primeiro trimestre de 2024, as empresas lideradas por mulheres registraram um ritmo de crescimento de faturamento e ticket médio três vezes superior ao das lideradas por homens. Vale pontuar que, nos últimos 5 meses, a plataforma teve 5 mil acessos.
“O empreendedorismo feminino costuma ter um apelo maior de causa”, comenta Arthur Alvarenga, sócio fundador da Hubla. “Isso gera um efeito de comunidade mais forte e a consequência direta é o aumento de conversão e de recompra, além de possibilitar um ticket médio maior”.
Empreendedorismo feminino impulsionado
Nesse cenário, a plataforma tem investido na atração e apoio a mulheres empreendedoras. “Entender este público foi essencial para o direcionamento de algumas ações especialmente ao longo de 2024”, explica. “A partir dessa compreensão e analisando a performance das empresárias digitais na plataforma, investimos muito em ações para dar confiança e empoderar essas profissionais. Diversos eventos proprietários e com nossas parceiras destacaram, justamente, mulheres que tiveram êxito nesse ambiente e as colocaram no palco para mostrar como isso foi possível. Além disso, há um esforço extra na nossa comunicação em parceria com essas empresárias”.
Ao mesmo tempo, embora as empresas digitais estejam em ascensão, enfrentam desafios específicos, como a falta de confiança e a necessidade de criar um ecossistema de suporte. Para enfrentar essas questões, a Hubla trabalha com quatro pilares principais: tecnologia; parcerias estratégicas; ecossistema de empreendedorismo; e eventos e patrocínios.
“Tudo isso com relatórios customizados que vão mostrar o tempo todo como está sendo a sua performance. É com isso que estamos ajudando a construir os negócios do futuro”, pontua.
Uma das vantagens competitivas das empresárias digitais é o alto nível de engajamento. Geralmente, as empreendedoras já têm uma base de seguidores consolidada antes de lançarem seus produtos digitais. Essa base engajada se transforma rapidamente em uma comunidade que apoia o crescimento do negócio.
Além disso, a construção de comunidades sólidas também se dá pela promoção de eventos frequentes, que estreitam os laços criados no ambiente online. “Esse caminho tende a ter mais sucesso”, ressalta Arthur.
Inclusão e valorização
Apesar de o mercado digital ainda ser majoritariamente liderado por homens, a Hubla tem trabalhado para mudar esse cenário. A empresa destaca suas parceiras em conteúdos e eventos, promovendo e ampliando a visibilidade das mulheres no setor. Outro ponto mostrado é que, embora os setores de marketing, o desenvolvimento pessoal e a educação profissional sejam atualmente os mais lucrativos para as empresárias digitais, ainda há um grande potencial em áreas como gestão de negócios, finanças e design.
“Existe um papel fundamental de mostrar a outras mulheres que elas também têm espaço no mercado, dando o exemplo para que ainda mais delas abracem o empreendedorismo, escalem seus negócios e criem empresas sólidas”, finaliza.
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