A confiança do comerciante aumentou no último ano. Contudo, o sentimento não é refletido na intenção dos donos de micro e pequenas empresas do varejo e do setor de serviços em investir no próprio negócio. O indicador de demanda por investimentos, do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), mostra que a maioria dos empreendedores entrevistados não tem a intenção de investir nos próximos três meses.
Ao todo, 48,5% afirmaram que não farão aplicações. Outros 18% não souberam responder. Entre os que não vão investir, 38% dizem não enxergar necessidade. Já 32% mencionaram a situação econômica do País como razão de não investir dentro dos próximos meses. A falta de recursos fará com que 18% dos empresários não invistam nos negócios.
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Apesar do alto número de empreendedores que não têm a intenção de investir, o estudo mostra que em fevereiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, a propensão em investir cresceu – passou de 34,3 para 40,7 pontos, em uma escala onde 100 é a pontuação que representa máxima intenção de investir no próprio negócio.
A pesquisa mostra que um terço (33,5%) dos empresários de micro e pequenas empresas pretendem aplicar recursos no próprio negócio em três meses.
Otimismo com as vendas e dinheiro em caixa
Quando perguntados sobre o porquê investir, a maioria (53%) disse detectar um aumento nas vendas. Outros 21% citaram a necessidade de atender a demanda, que vem crescendo. Já adaptar a empresa a uma nova tecnologia é o que leva 20% dos entrevistados a querer investir nos próximos 90 dias.
Para que o investimento se concretize é necessário dinheiro em caixa. E a maior parte das micro e pequenas empresas (48%) vai usar parte do dinheiro guardado em aplicações. Enquanto 15% dos negócios vão empregar recursos da venda de algum bem. Outros 21% dos entrevistados vão tomar crédito em instituições financeiras.
Entre aqueles que preferem usar capital próprio, 51% listam como motivo os juros altos cobrados pelos bancos. O medo de não conseguir pagar o crédito tomado é o que motiva 13% dos empresários a usar o próprio dinheiro em aplicações nas empresas.
Onde os recursos serão empregados também foi tema da pesquisa. O dinheiro será direcionado principalmente para a compra de maquinário (26%). Já a reforma da empresa é prioridade em 24% dos casos. E esperando aumento nas vendas, 20% dos comerciantes vão ampliar o estoque.
A pesquisa da CNDL e do SPC abrange todo o território nacional. A amostra é constituída por 800 empresas de micro e pequeno porte que atuam no varejo e no setor de serviços.