O especialista em comportamento do consumidor e estratégia empresarial, Michael Barbera, concluiu o último dia do Consumidor Moderno Experience Summit dando uma aula sobre persuasão e storytelling para marcas. Ao resgatarmos o significado de mídia como um conjunto de diversos meios de comunicação, com a finalidade de transmitir informações e conteúdos variados, compreende-se a afirmação “toda empresa é uma empresa de mídia” – afinal comunicar-se da forma mais assertiva com o cliente é crucial para o sucesso de qualquer negócio ou serviço.
Nesse sentido, aprender com os roteiros de grandes histórias, como “De Volta para o Futuro” ou “Harry Potter”, pode ser de grande utilidade para as áreas de marketing, Customer Experience e, até, financeira de uma empresa, pois evita-se o desperdício de recursos com storytellings mal desenvolvidos.
Aplicar as técnicas de storytelling em uma campanha publicitária é fazê-la ir além da propaganda em si e alcançar a esfera do entretenimento, ou seja, da conexão real com o público, levando-os à boa experiência. De acordo com Barbera, um bom roteiro é aquele que aponta com precisão quem é o protagonista (ou herói) e o mentor da história. A exemplo do “Harry Potter” em que Dumbledore é o professor sábio que orienta Harry em sua jornada contra o mal.
Barbera mencionou a experiência mal sucedida de um hospital de câncer infantil nos EUA ao escolher sua equipe médica como a heroína de uma campanha publicitária, ao invés das crianças que vivem muitos desafios e superações. “O hospital perdeu a oportunidade de contar a história dessas crianças e suas aspirações, gerando muito mais empatia e proximidade com seu público”, ressalta Barbera.
No contexto do mundo contemporâneo, onde somos constantemente bombardeados por informações e distrações, o storytelling se destaca como uma ferramenta essencial para capturar a atenção e construir relacionamentos significativos. No entanto, Barbera afirma “nunca iremos agradar a todos”, e por isso é fundamental mapear para que determinada narrativa está sendo contada: quem são nossos “avatares” em relação à comportamento, demografia e status social.
Em resumo, o storytelling não é apenas uma habilidade artística do cinema ou da literatura, mas também uma estratégia poderosa das organizações para comunicar mensagens, criar conexões emocionais e inspirar ações. Ao dominar a arte de contar histórias, podemos não apenas entreter, mas também educar, motivar e transformar o mundo dos negócios.
O diretor executivo de conhecimento do Grupo Padrão, Jacques Meir, subiu ao palco para os agradecimentos finais do evento e deixou ainda algumas provocações para os mais de 130 líderes brasileiros de CX que marcaram presença no 12º Consumidor Moderno Experience Summit, desta vez realizado em Atenas, capital da Grécia.
“Depois de todos esses dias de conteúdo: qual será o legado que queremos deixar? O que nossas empresas representam em termos lúdicos? Quais são as histórias que as pessoas contam sobre nossas marcas, o que elas guardam para além de um produto ou serviço? E se deixarmos de existir, alguém sentirá a nossa falta?”.