A economia do bem-estar foi fortemente atingida pela pandemia de Covid-19, em 2020. Porém, se recuperou rapidamente nos anos seguintes. Essa recuperação se deu por vários motivos, entre eles, a necessidade do consumidor por qualidade de vida. Em 2023, essa economia saltou para US$ 6,3 trilhões, que representa 25% a mais que o valor que era avaliado em 2019 (US$ 4,9 trilhões). A expectativa é que, até 2028, o setor chegue a US$ 8,9 trilhões, segundo dados do Global Wellness Institute (GWI).

Segundo o relatório, a projeção é que a economia global do bem-estar crescerá a uma taxa robusta de 7,3% ao ano de 2023 a 2028. Essa taxa de crescimento é maior do que o crescimento projetado do PIB global (4,8% de acordo com as previsões atuais do FMI). Isso acontece à medida em que os 11 setores abordados se recuperam.

O levantamento aponta que esses 11 setores estão divididos entre:

• Medicina Tradicional e Complementar (US$ 553 bilhões);
• Saúde Pública, Prevenção e Medicina Personalizada (US$ 781 bilhões);
• Imóveis de Bem-Estar (US$ 438 bilhões);
• Bem-Estar Mental (US$ 233 bilhões);
• Turismo de Bem-Estar (US$ 830 bilhões);
• Cuidados Pessoais e Beleza (US$1,21 trilhões);
• Alimentação Saudável, Nutrição e Perda de Peso (US$ 1,09 trilhões);
• Atividade Física (US$ 1,5 trilhões);
• Spas (US$ 137 bilhões);
• Águas Termais (US$ 63 bilhões);
• Bem-Estar no Ambiente de Trabalho (US$ 52 bilhões).

Os três principais setores da economia do bem-estar

Cuidados Pessoais e Beleza

No relatório da Global Wellness Institute, os cuidados pessoais e com beleza – gastos do consumidor em produtos e serviços de higiene pessoal e aparência, como corpo, rosto, pele, cabelo e unha – aparecem com maior destaque. Esse setor representou 19,2% de todos os gastos com bem-estar globalmente em 2023.

Vale lembrar que os investimentos dos consumidores em cuidados pessoais e beleza foram atingidos pelo início da pandemia. Assim, caiu 12,0% de 2019 a 2020. Porém, em 2021, se recuperou rapidamente, com um crescimento global de 14,6% em 2020 e 2021. Em 2022 e 2023, continuou sua trajetória de crescimento positivo e atingiu um novo pico de US$ 1,21 trilhões em 2023.

O crescimento anual de cuidados pessoais e com beleza de 2019 a 2023 (3,1%) ficou um pouco atrás do crescimento dos gastos gerais do consumidor durante esse período (4,4%). Nos próximos cinco anos, o mercado de cuidados pessoais e beleza deve crescer 4,8% ao ano. Essa taxa reflete a de crescimento projetado dos gastos do consumidor, de 4,8%. Assim, a estimativa é que atinja US$ 1,53 trilhões em 2028.

Alimentação Saudável, Nutrição e Perda de Peso

O setor de alimentação aparece em seguida, com um crescimento de US$ 912,4 bilhões em 2019 para US$ 1.095,7 bilhões em 2023. Entre os avaliados pelo estudo, este foi um dos poucos que manteve uma trajetória de evolução, mesmo diante da crise da Covid-19. Além disso, engloba alimentação saudável, nutrição e perda de peso. Esse recorte foi responsável por 17,3% de todos os gastos da economia do bem-estar em todo o mundo em 2023. A projeção é que o ritmo evolua a passos largos até 2028, com um percentual de 6,4% ao ano e alcance US$ 1,49 trilhões.

Ao mesmo tempo, o relatório ressalta que uma dieta saudável não está acessível para grande parcela da população mundial. Isso tem relação com o aumento do preço dos alimentos, assim, contribui para a insegurança alimentar e a desnutrição em todo o mundo. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), mais de 2,8 bilhões de pessoas não conseguiram pagar por uma dieta saudável em 2022. Além disso, o custo de uma dieta saudável tem apresentado aumento anual desde 2017.

O estudo do GWI reforça ainda que, motivados pela pandemia e por choques globais posteriores, os preços de alimentos permanecem altos em todo o mundo. Nesse cenário, a insegurança alimentar é alta em países em desenvolvimento ou de baixa renda. Porém, atinge também grupos de pessoas em países ricos, um resultado do aumento da disparidade de renda.

Atividade Física

No terceiro lugar da lista aparece o mercado global de atividade física, estimado em US$ 1.059,7 bilhões em 2023. Esse setor foi responsável 16,8% de todos os gastos da economia do bem-estar no mundo no ano passado. Porém, passou por uma queda de 14,6% entre 2019 e 2020, devido à pandemia.

Com sua recuperação, a atividade física apresentou uma taxa de crescimento de 26,4% em 2021. Isso aconteceu conforme as empresas e instalações reabriram gradualmente. Já em 2021, a recuperação havia sido total. Desde então, a expansão do mercado de atividade física continuou e se estabilizou com uma taxa de evolução de 5,0% de 2022 a 2023. Agora, a projeção é que aumente 5,8% anualmente e, em 2028, chegue a US$ 1,4 trilhões.