O programa de renegociação de dívidas promovido pelo governo federal, Desenrola, começa a operar com o objetivo de estimular a regularização financeira de brasileiros. O programa tem potencial de atingir 70 milhões de inadimplentes, cerca de 40% da população adulta do país, e ajudá-los a limpar o nome e voltar a ter potencial de consumo.
A primeira fase abrange quem ganha até dois salários-mínimos ou que são inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) com dívidas de até R$ 5 mil contraídas entre 2019 e 2022. Além disso, com o Desenrola, imediatamente as pessoas que têm dívidas de até R$ 100 sairão da lista de negativados.
No programa haverá desconto para a renegociação, em formato semelhante aos feirões Limpa Nome promovidos pela Serasa, por exemplo, e negociação direta com as instituições financeiras.
“Quando estiver em operação em suas duas fases, o programa deve trazer visíveis benefícios à economia do país, especialmente aos consumidores, pois estimula a retomada do crédito para brasileiros que hoje estão sem acesso a ele. Quanto mais pessoas o programa conseguir reinserir na economia, mais benefícios para o ecossistema financeiro, para as empresas e principalmente para os consumidores e suas famílias”, destaca Aline Maciel, gerente do Serasa Limpa Nome.
Um dos diferenciais do Desenrola é que o governo garantirá o pagamento ao credor, funcionando como uma espécie de fiador dos brasileiros endividados. As dívidas por contas de água, luz, internet, cartão de crédito, entre outros estarão contemplados no programa para renegociação.
O pagamento da dívida poderá ser à vista ou por financiamento bancário em até 60 meses, sem entrada, por 1,99% de juros ao mês e primeira parcela após 30 dias, com valor mínimo de R$ 50.
Os débitos serão negociados diretamente com a instituição financeira em condições definidas por cada instituição financeira, que apoiam o programa.
“Manter as contas em dia é um desafio, principalmente em função da alta taxa de juros que a nossa economia pratica. Ainda assim, o esforço dos consumidores está em pagar as dívidas de bancos e cartões, o que garante o acesso ao crédito, e as de utilities, que assegura o atendimento das necessidades básicas. A queda da inflação e a redução do desemprego, aliadas à renegociação das dívidas, continuam como luzes no final do túnel para os brasileiros poderem honrar seus compromissos financeiros”, avalia o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.
Segundo a influencer Nath Finanças, em live recente, a maior parte da população de baixa renda se endividou no cartão de crédito para a sobrevivência cotidiana, especialmente na pandemia, e o Desenrola pode ajudar a recolocar a vida financeira desse segmento de volta aos trilhos.
“Vale a pena negociar. É muito bom colocar a cabeça no travesseiro e dormir sem pensar em cobrança. Especialmente para a população de baixa renda”.
Para se cadastrar no desenrola é preciso acessar o aplicativo gov.br, e o cadastro é realizado pelo CPF.
Nome limpo estimula consumo, que deve ser responsável
Além da quitação das dívidas, o Desenrola é visto como um impulso para a roda da economia voltar a girar. Com o nome limpo, é possível voltar a ter crédito e com isso há uma expectativa de aumento do consumo. A influencer lembra que ter dívidas não é necessariamente ruim, o problema é estar endividado.
No entanto, Nath Finanças ressalta que é essencial associar a renegociação da dívida à educação financeira. “É importante o governo ajudar a população a quitar as contas, mas não adianta ter ajuda sem buscar educação financeiro. O Desenrola deve ter um papel também de educar as pessoas, entender sobre juros de empréstimos, taxa Selic, que afetam diretamente a vida das pessoas”, avaliou a influencer nas redes sociais.
A própria Serasa apoia a inciativa, por considerar que faz parte de um mesmo objetivo. “Não adianta, por exemplo, tomar um empréstimo consignado para pagar dívidas e, ao mesmo tempo, entrar no cheque especial e gerar uma dívida nova: essa “bola de neve” da inadimplência costuma conduzir ao superendividamento. É por isso que a Serasa estimula, em todos os seus canais, essa responsabilidade no consumo, na solicitação de crédito e mesmo na hora de quitar suas dívidas e retirar seu nome dos cadastros de inadimplência”, destaca Maciel.
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