Admita: você também participou do famigerado “10 years challenge” ou, em bom português, o “desafio dos 10 anos” que viralizou no Facebook. Se não conhece, a ideia é bem simples: em linhas gerais, a ideia é publicar duas fotos, sendo uma atual e outra feita há uma década. Uma brincadeira de rede social aparentemente inofensiva, não é mesmo?
Um americana publicou um artigo no site da conhecida revista norte-americana Wired com uma tese bem curiosa – e com ares de teoria da conspiração. Kate O’Neill, ex-manager de conteúdo do Netflix, co-fundadora de uma agência de marketing e transformação digital, consultora de negócios, além de presença constante e publica artigos na CNN, TIME, Forbes e outras comunicações famosas, afirma que tudo poderia ser um teste de um programa ou inteligência artificial de reconhecimento facial.
“Imagine que você queria treinar um algoritmo de reconhecimento facial em características relacionadas à idade e, mais especificamente, na progressão da idade (por exemplo, como as pessoas tendem a ficar à medida que envelhecem). Teoricamente, você desejaria um conjunto amplo e rigoroso de dados com muitas fotos de pessoas. Ajudaria se você soubesse que eles foram separados por um número fixo de anos – digamos, 10 anos”, afirma a especialista no início do texto.
Kate afirma que o suposto teste daria certo ou teria maior êxito se tivesse uma prévia edição feito por pessoas como eu ou você. Isso, por exemplo, poderia garantir uma quantidade menor de ruído durante a análise de informações, facilitando assim o trabalho da I.A. “As pessoas não fazem upload de imagens de forma confiável em ordem cronológica, e não é incomum os usuários postarem fotos de algo diferente de si mesmos como uma foto de perfil. Uma rápida olhada nas fotos de perfil de meus amigos do Facebook mostra o cachorro de um amigo que acabou de morrer, vários desenhos animados, imagens de palavras, padrões abstratos e muito mais”.
Em outras palavras, segundo ela, isso dependeria da nossa ajuda para não apenas escolher a foto, mas também incluir legendas. “Além do mais, para as fotos de perfil no Facebook, a data de postagem da foto não corresponderia necessariamente à data em que a foto foi tirada. Por quê? As pessoas poderiam ter digitalizado fotos off-line. Eles podem ter carregado fotos várias vezes ao longo dos anos. Algumas pessoas recorrem ao upload de capturas de tela de imagens encontradas em outros lugares on-line”, explica.
De quebra, esses posts teriam ainda informações adicionais, tais como endereço, local, data, entre outras informações que as pessoas acrescentariam no post. “Em outras palavras, graças a esse meme, agora há um conjunto de dados muito grande de fotos cuidadosamente selecionadas de pessoas de cerca de 10 anos atrás e agora”.
Mas e quanto à foto falsa?
Kate analisa o comportamento de quem participou da brincadeira, mas não seguiu as regras ao pé da letra. Houve quem publicasse uma ou duas fotos aleatórias, que poderiam ser de um bicho de estimação ou alguma celebridade.
De acordo com a especialista, os algoritmos de reconhecimento de imagem são muito sofisticados e têm a capacidade de distinguir uma pessoa de um animal ou se a foto mostra realmente você ou um famoso. “Se você fez o upload de uma imagem de um gato há 10 anos e agora – como um dos meus amigos fez – essa amostra em particular seria fácil de jogar fora”.
E o que Facebook disse sobre isso?
Kate ouviu o Facebook sobre o assunto, que prontamente negou qualquer envolvimento na brincadeira. No comunicado, a rede social afirmou: “Este é um meme gerado pelo usuário que se tornou viral”, disse um porta-voz do Facebook. “O Facebook não iniciou essa tendência, e o meme usa fotos que já existem no Facebook. O Facebook não ganha nada com o meme. Lembramos que os usuários do Facebook podem optar por transformar o reconhecimento facial ligado ou desligado a qualquer momento”.
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