Restam poucas cafeterias que remetam a um passado de tradição, charme e ruas mais convidativas no centro de São Paulo. Sobrou para um português tentar a sorte e resgatar, mesmo que de forma tímida, essa vivência e contemplação da região central, que foi se perdendo com o passar do tempo.
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O empresário João Barbosa, CEO da Deltaexpresso, inaugurou em junho deste ano a flagship da rede de cafeterias, atingindo o auge de seu negócio. Um toldo marrom, cobrindo cadeiras e mesas de madeira, chama a atenção de quem passa na calçada da Praça do Patriarca. Em meio ao ambiente descuidado nos arredores, o histórico e tombado Edifício Lutetia, assinado pelo arquiteto mais famoso da cidade, Ramos de Azevedo, ganhou mais vida e mais cor com o charme da cafeteria ocupando sua fachada.
A mistura entre o moderno e o clássico, com a identidade visual esverdeada da marca e pelo prédio de caráter antigo, convida a uma parada para um café. Lá, é possível degustar torra de grãos de todas as partes do mundo, que são importados pela Delta, tradicional indústria portuguesa de produção e distribuição cafeeira.
O ambiente é despojado, com espaço do lado de fora, mesa comunitária na entrada, poltronas mais intimistas e um mesão mais alto e informal, com banquetas à disposição. O som nas caixas toca uma música lounge e calma, que extrai um pouco do conceito de pausa na vida corrida na metrópole. Nas paredes, vê-se um mapa com a rota de produção do café e um manifesto sobre a cultura cafeeira: “Eis que entra em cena o café, um senhor respeitável que atravessou fronteiras do tempo”, dizem as letras garrafais.
A loja se destaca das outras da rede por reunir uma parte exclusiva e bem aproveitada de conveniência. Canecas, copos, cápsulas e até uma máquina própria para fazer as bebidas estão à venda no espaço. Também podem ser encontrados pacotes de café, originários de Angola, Timor-Leste, Colômbia e com blends do próprio Brasil, um dos maiores produtores e exportadores do mundo.
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