O crunch time, termo em inglês usado para definir a exaustão dos últimos minutos de um jogo de basquete, chegou ao mundo corporativo brasileiro. O país é conhecido pelo péssimo índice de saúde mental (ficamos atrás apenas do Reino Unido e África do Sul, de acordo com o relatório de Estado Mental do Mundo) e exaustão do trabalho (somos o segundo país com mais burnouts, conforme a Isma).
Agora, temos mais um fator para prestar atenção: o cruncht time. No contexto empresarial, o termo denomina a exaustão das horas finais ou extras do dia de trabalho. Natalia Rigolon, coordenadora de Desenvolvimento Organizacional da Luandre, empresa especialista em RH, destaca a importância de ficar atento aos sinais do crunch time:
“Não se pode normalizar o chamado crunch time. Em certas ocasiões é normal ‘passar um pouco do horário’ por conta de um compromisso externo ou uma entrega urgente, mas é importante que a empresa observe se essa é a exceção e não a prática”, ressalta Natalia.
Ela reforça a importância de prestar atenção aos sinais: “O corpo dá indícios de que algo não está indo bem, como sentimentos de irritabilidade, desânimo, insônia ou pensamento acelerado. Esses sintomas podem ser indicativos de que a rotina precisa ser revista.”
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A empresa frente ao crunch time
Para Natalia Rigolon, a empresa desempenha o papel principal na luta contra o crunch time. É preciso atentar-se, como marca e empresa, à reputação que como empregadora. Ela cita alguns pontos que as empresas podem reforçar para evitar jornadas exaustivas.
Segundo a especialista, é necessário entender o que é uma jornada exaustiva e quantas horas semanais são aplicadas por cada funcionário. Para isso, é preciso que os superiores mantenham-se em contato com os gestores, pois estes acompanham mais de perto as rotinas das pessoas, principalmente a questão de horas.
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Diante disso, há necessidade da análise de priorização e organização – entender como um processo se desenvolve é importante para planejar previamente a melhor maneira de distribuir horas de trabalho. Assim, evita-se exaustão, e os colaboradores podem executar as tarefas de maneira mais bem distribuída.
Por fim, é importante conversar com as pessoas que trabalham na empresa e entender o que elas têm a dizer e sentem em relação à jornada de trabalho. Pesquisas periódicas devem ser aplicadas.
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