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Crowdshipping: o delivery colaborativo que pode resolver problemas com entregas

Crowdshipping: o delivery colaborativo que pode resolver problemas com entregas

Formato beneficia pequenos negócios e é ideal para entregas em grandes centros

A entrega de uma mercadoria é, cada dia mais, um momento crucial na jornada de compra do e-commerce. Se esse processo não é bem feito, por exemplo, se leva mais tempo que o combinado ou o produto não chega em perfeito estado, a experiência do consumidor é prejudicada, o que põe em risco as chances de o cliente comprar novamente do mesmo vendedor.

Para facilitar entregas e torná-las mais rápidas e baratas, um novo formato vem chamando atenção de quem vende pela internet: o crowdshipping, uma maneira colaborativa de realizar entregas.

Com o modelo, empresas de qualquer tamanho podem ter um sistema de entrega mais rápido e eficaz, tornando esse momento tão importante mais satisfatório para o cliente. E tudo isso, buscando reduzir os custos de logística da empresa.

Crowdshipping: colaboração e agilidade

“O crowdshipping é um modelo de negócios que possibilita que múltiplos players de logística, desde empresas sólidas no mercado até pessoas comuns, façam a entrega a pé ou de bicicleta, por exemplo”, explica Thiago Coelho, CEO da OmniK, plataforma de soluções de e-commerce. Ele ainda completa que a técnica está contextualizada com as tendências crowd, bastante comuns em vários segmentos de mercado.

Dessa forma, o crowdshipping refere-se a um formato de logística de entrega que conta com a participação de pessoas comuns e até pequenas empresas, que oferecem o serviço de transporte para o varejista.

Assim, a loja conta com um time de entrega (referência a crowd, ou “multidão” em português), com várias pessoas contribuindo com a logística de envio, principalmente no momento last mile (literalmente, a “última milha”, como é chamada a etapa final da entrega, quando a mercadoria vai para a casa do comprador).

Segundo Thiago Coelho, o modelo tem como objetivo o ganho em larga escala a partir dos serviços de entrega realizados sem obstáculos de local e horário e que não tem vínculo direto com a empresa.

O formato tem potencial de crescimento no Brasil e já existem, inclusive, empresas como a Eu Entrego, que faz a ponte de contato entre o entregador autônomo e os varejistas. Na plataforma, qualquer pessoa pode se cadastrar como um entregador e selecionar o transporte que deseja fazer. Além disso, a empresa ainda oferece meios de transporte como bicicletas e carros para que realizem seu trabalho.

Alexandre Nogueira, CEO da Universidade Marketplaces, explica que esse movimento foi puxado também pelos grandes sites e canais de compras online, como Magazine Luiza, Mercado Livre, B2W Marketplace e aplicativos como Rappi, UberEats e iFood. Segundo ele, as pequenas lojas de varejo podem ser beneficiadas ao criar a própria rede de entregadores ou se conectar a alguma já existente.

Dessa maneira, a ideia não é algo novo ou que serve apenas para pequenos negócios, mas ganha potencial no varejo de loja menores, que não têm tanto investimento em logística de entrega, uma das mais desafiadoras para a empresa.

Benefícios para varejistas e consumidores

O formato é visto como potencial dentro dos sistemas de logística, pois pode reduzir custos e tornar o processo muito mais ágil – bom para o varejista e também para o cliente.

Isso pode ser observado, principalmente, em pequenas entregas, que não demandam espaço ou grande veículo de transporte, como explica Franklin Bravos, CEO da Signa, empresa de soluções para varejo. “O grande potencial está em pequenas entregas, com distâncias curtas, que é um desafio para grandes operações logísticas, acostumadas com transportes de longas distâncias”, explica.

Outro benefício apontado pelos especialistas é a redução da circulação de caminhões nas zonas urbanas, que muitas vezes dificultavam as entregas por terem horários restritos de passagem, principalmente em grandes centros. Por isso, o crowdshipping torna-se uma opção mais rápida e eficaz, principalmente nesses locais.

Dessa maneira, alguns benefícios podem ser citados como principais do formato:

  • Entregas mais ágeis em centros urbanos;
  • Pequenas entregas não dependem de grandes operações logísticas;
  • Mais rapidez na entrega e clientes mais satisfeitos;
  • Menores custos de entrega em grande escola;
  • Entregas mais flexíveis de acordo com a necessidade da empresa;
  • Possibilidade de entregas de produtos perecíveis de forma rápida e segura.

Potenciais para pequenos negócios

Com o crowdshipping ganhando cada vez mais espaço, a tendência é que o serviço se torne também mais convidativo para as lojas, tanto de grande quanto de pequeno porte.

Segundo Thiago Coelho, “o aumento da oferta do serviço possibilita mais opções de preço e prazo de entrega para o cliente final, aumentando a competitividade no mercado, reduzindo custos, melhorando o nível de serviço e a satisfação do cliente”.

Para Alexandre Nogueira, isso também abre mais espaço para que pequenos negócios aproveitem o potencial do crowdshipping. “Desde o pequeno comércio de bairro até as grandes lojas podem utilizar esse serviço. Existem plataformas que facilitam a contratação de ‘frete’ ou o próprio empresário pode criar a rede de entregadores dele, como freelancers”, aponta.

Segundo ele, entregas de bicicleta ou até mesmo a pé têm sido adotadas pelo formato para facilitar e baratear as entregas. “Com apenas uma coleta realizada na região, por exemplo, é possível distribuir os produtos como um todo”, explica.

Por isso, pequenas empresas de varejo conseguem, a partir do delivery colaborativo, melhorar o tempo e os custos de entrega, principalmente com produtos menores, que não exigem uma grande operação para serem entregues.

Desafios do formato até agora

Mesmo com todas as facilidades que o crowdshipping pode proporcionar, o modelo de logística também apresenta algumas dificuldades e desafios. O principal é referente ao local de atuação desses entregadores ou empresas de entrega.

“Quando a ideia é escalar este modelo para o interior e fora dos grandes centros urbanos, os players de crowdshipping podem enfrentar limitações na oferta do serviço, o que pode prejudicar a escala do negócio para certas regiões”, afirma Thiago Coelho, dizendo que nesses casos é importante estudar jornadas e desenvolver uma estrutura específica de entrega.

Para Franklin Bravos, mesmo que as entregas sejam feitas em grandes centros, a distância ainda é um impeditivo pois acaba aumentando os custos de frete e de transporte, mesmo no modelo colaborativo. Dessa forma, também é preciso elaborar uma estratégia levando em consideração a localidade, a distância e os custos dessa entrega feita por colaboradores freelancer.

O crowdshipping, mesmo já utilizado por grandes varejistas, vêm ganhando mais espaço agora com os pequenos negócios. O formato é visto como solução para demora e custos de entrega e, por isso, deve ser avaliado caso a caso, podendo ter um grande potencial para muitas empresas.


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