O estudo Appetite for Growth, produzido pela Kantar, descobriu que o consumo de alimentos e bebidas muda de país para país, e as escolhas de alimentação são diretamente ligadas ao contexto dado àquela refeição. Ou seja: a cultura tem definições próprios da importância do almoço, por exemplo, e qual comida é melhor para aquele momento. Mesmo culturas próximas, como o Brasil e México, têm grandes diferenças de consumo.
A Kantar, para entender as diferenças de consumo de alimentos e cultura, definiu os “momentos de demanda para o consumo”. Em um primeiro nível, separou as ações que são influenciadas pelo Coração (relação emocional ou racional com o produto) e Estômago (saciar a fome e cozinhar por prazer). Ambas são influenciadas pelo Relógio (mostra o tempo para disposição de refeições e momento comum de consumo).
Esses espaços se subdividem em quatro cenários – Nutrição Diária, Restauração & Reestabelecimento, Tempo Juntos, Descontração e Relaxamento – que se desmembram, ainda, em 14 subcenários, chamados “momentos de demanda.” Estes são os que mais variam.
Por exemplo: tanto no Brasil quanto no México, a Nutrição Diária é o cenário mais importante (em 30% e 43% dos casos, respectivamente). Porém, no Brasil, temos preferência em 16% das vezes por refeições práticas e rápidas para o café da manhã, enquanto os mexicanos preferem refeições semanais práticas (27%). Lá, eles também preferem partilhar refeições com a família, enquanto nós priorizamos manter o ritmo de cada família.
Consumo de alimentos e bebidas no Brasil, em dados
- Para 30% dos brasileiros, o cenário de Nutrição Diária é o importante;
- Temos preferência por refeições práticas e rápidas para o café da manhã em 16% das vezes;
- No Brasil, os três alimentos mais consumidos são arroz (em 77,6% das refeições), feijão (64,8%) e óleo (50,4%)
Fonte: Kantar
Tipos de comida mudam por contexto
Outro fator que chama atenção é como o contexto de cada refeição muda o que ingerimos em cada uma delas e o consumo de alimentos. Por exemplo, no México, não é comum ter pequenos lanches entre as refeições maiores. Aqui no Brasil, este é o método favorito.
O que vai no prato também muda. No Brasil, os três alimentos mais consumidos são arroz (em 77,6% das refeições), feijão (64,8%) e óleo (50,4%). No México, isso dá lugar para vegetais (51,4%), especiarias (51,2%) e cebola e alho (49,6%).
Por fim, a inflação também alterou o consumo de alimentos como carnes, principalmente no almoço e no jantar. A carne bovina, que teve alta em ambos países, teve um resultado de -2,9 p.p., enquanto o consumo de proteínas mais baratas, como carne suína, cresceu.