Parece que o consumidor brasileiro assumiu de vez uma postura de protagonismo e responsabilidade. Estamos mais conscientes nas nossas escolhas e cada vez mais conscientes do nosso papel.
Ao menos é o que aponta a pesquisa ?O Consumo Consciente no Brasil?, realizada pela Shopper Experience com a participação de clientes secretos da empresa das principais capitais do país.
O estudo mapeou não apenas a percepção que o consumidor tem sobre o seu papel nesse contexto, como o envolvimento de empresas e do Governo no tema. As crises econômica e hídrica são apontadas pelos pesquisadores como responsáveis por essa ?nova? reflexão sobre o consumo.
Segundo a coordenadora, Stella Kochen Susskind, a preocupação se acentuou em todas as classes sociais e faixas etárias, sobretudo em São Paulo e no Rio de Janeiro, no auge da crise hídrica. ?No comparativo da edição 2014 e 2015 vemos claramente esse aumento na percepção de que o consumidor pode e deve ser o protagonista do consumo consciente?, analisa, acrescentando que questões como economia de energia elétrica e de água aparecem no topo do ranking das práticas associadas ao consumo consciente.
As melhores práticas de consumo consciente para os entrevistados, via respostas múltiplas, são:
Na questão ?práticas associadas ao consumo consciente no âmbito econômico?, 97% dos entrevistados apontaram alocação consciente do orçamento familiar; 95% uso consciente do crédito; 94% não acúmulo/controle de dívidas; 94% poupar parte dos ganhos; 83% pedir nota fiscal; 69% fazer previdência privada. Em 2014, os resultados foram respectivamente: 48%, 49%, 49%, 48%, 37% e 24%. O maior índice de crescimento ocorreu na prática de alocação consciente do orçamento familiar.
No âmbito social, as práticas mais valorizadas são: doar roupas/bens não utilizados para instituições de caridade (97%); evitar comprar produtos de empresas envolvidas em casos de exploração infantil/trabalho em locais não adequados (94%); realizar trabalho voluntário (88%); participar de algum projeto social (84%); e doar dinheiro para instituições de caridade (62%).
O estudo contou com 1.285 entrevistas de clientes secretos, que responderam um questionário estruturado ? composto por questões múltiplas e únicas. Na base da pesquisa, homens e mulheres com idades entre 21 anos e 65 anos; classes A, B e C, moradores das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. Entre os entrevistados, 58% são casados/moram com outras pessoas; 33% solteiros; e 9% não declararam.
* Veja amanhã a segunda parte do estudo, com as responsabilidades que o consumidor atribui às empresas.
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