As mudanças no dia a dia e no comportamento das pessoas causadas pela pandemia foram extremamente velozes. Depois de um ano tão atípico, o que esperar de 2021? De acordo com a WGSN, consultoria global focada em tendências, muitas novidades estão emergindo – algumas delas bastante inusitadas.
Confira as 10 principais tendências identificadas pela consultoria para este e os próximos anos. Elas vão desde inovações digitais e sustentáveis até comportamento de consumo.
Ovos sem galinha
Os hábitos alimentares estão mudando cada vez mais rápido, ao mesmo tempo em que o consumidor se torna mais consciente. Não à toa, a previsão é que 2021 será o ano em que os ovos veganos se popularizarão globalmente.
Atualmente empresas já conseguem replicar com maior sucesso o visual, o gosto e a versatilidade dos ovos de galinha usando proteínas de plantas. Em 2020, a líder de mercado JUST Egg vendeu 50 milhões de seus ovos de feijão moyashi e agora se prepara para um IPO para expandir globalmente.
Outras empresas que devem ficar no radar são a inglesa Oggs Aquafaba, a israelense Zero Eggs, a indiana Evo Foods e a estadunidense Clara Foods.
Cor do ano
A Pantone é uma empresa mundialmente conhecida por divulgar a cor do ano. Para 2021, as escolhidas foram a Ultimete Gray e a Illuminating, tons de cinza e amarelo que passam uma mensagem de equilíbrio entre força e otimismo. Mas, para a WGSN, outra cor é tendência: a A.I Aqua – um tom de azul.
De acordo com a consultoria, essa cor é versátil: funciona bem nos meios digitais e pode ser usada tanto na moda conceitual quanto na esportiva, bem como na decoração e em produtos eletrônicos. Além disso, uma pesquisa com os sites mais populares da internet mostra que o azul é a cor mais utilizada.
Genuinfluenciadores
Novo tipo de skincare
Quanto tempo você fica com a cabeça abaixada olhando o celular ou qualquer outra tela? Por causa desse hábito a área do maxilar e do pescoço terão aumento na demanda por “ajustes”, segundo dermatologistas e cirurgiões plásticos.
Seja para papadas ou pescoços enrugados, em 2021, os consumidores devem buscar produtos e aparelhos que tratem esse área com resultados profissionais, incluindo o tratamento caseiro.
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Digisexualidade
A tendência de estabelecer vínculos românticos significativos utilizando a tecnologia acelerada pela pandemia deve ficar ainda mais forte nos próximos anos. Em um mundo cada vez mais digitalizado – e agora em isolamento social – a tecnologia se tornou o meio para atender necessidades amorosas, íntimas e de apoio.
As pessoas que se identificam como “digisexuais” usam tecnologia imersiva, inteligência articial e robôs para cultivar relacionamentos, se tornando independentes da presença física e da disponibilidade emocional de outros humanos.
O efeito cogumelo
O material mais usado em 2021 deve ser o micélio. Os cogumelo são a parte visível do micélio, que possui um importante papel na absorção de carbono e se tornou ingrediente-chave para produtos de beleza, alimentos e bebidas. Agora é visto como alternativa ao couro para bolsas, sapatos, sofás e até para a produção de embalagens de vinho e velas – as fases de teste estão sendo finalizadas e, em breve, esses materiais podem estar no mercado.
Marcas como a Adidas e a Lululemon investem alto no biomaterial Mylo para ampliar a cadeia de suprimentos dessa alternativa ao couro. O uso de cogumelos medicinais também deve estourar.
Tênis de corrida circular
Os amantes da corrida já começaram a ver um movimento importante do mercado: a chegada do tênis reciclável. Algumas marcas já estão trabalhando nesse conceito, que deve crescer nos próximos anos. Um exemplo é a Adidas, que está testando o Ultraboost DNA Loop, um tênis que, ao fim de sua vida útil, pode ser reciclado e dar origem a outro modelo.
No mesmo sentido, a francesa Salomon criou pontos de coleta para seu primeiro tênis de corrida inteiramente reciclável, o Index.01. Outras marcas, mesmo que menores, devem seguir o mesmo caminho.
Drinks moleculares
Em outro investimento de sustentabilidade, indústrias de destilados, vinho e café estão firmando parcerias com setores da ciência e tecnologia. A ideia é recriar bebidas como uísque e bourbon envelhecidos, saquês, vinhos e café com a engenharia reversa. As bebidas são feitas a partir de moléculas de plantas que trazem o resultando gastando menos água, terra, carbono e tempo.
A Atomo Coffe, de Seattle, por exemplo, reutiliza matéria orgânica como caroços, sementes e talos em sua versão molecular do café. Já a Alcarelle, uma iniciativa criada no Reino Unido, promete deixar bêbado sem dar ressaca.
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Do CBD ao CBN
A pandemia trouxe mais estresse e ansiedade para as pessoas. Não à toa, a procura por canabinoides deve crescer. O canabidiol (CBD) deve ceder espaço para o canabinol (CBN), um dos derivados da cannabis mais potente. Para ajudar na melhora do sono, marcas de bem-estar como a Kikoko e a Slumber estão criando óleos e gummies à base de CBN.
A prática de “mistura de canabinoides” também é tendência. Nela, compostos como CBN, CBD e o THC são combinados para potencializar os benefícios.
Robô pet
A falta da vida social trouxe um sentimento em comum: a solidão. Por isso, muitas pessoas estão comprando mais plantas ou adotando animais, mas o futuro mesmo são os robôs. Esses companheiros eletrônicos serão capazes de, além de ser amigo, cuidar das listas de compras e até divertir as crianças. As tecnologias estão ganhando personalidade e empatia para estreitar os laços com os humanos.