O nível de confiança do consumidor caiu 15% em relação a março de 2014 e chegou perto do patamar de outubro de 2003 (104,7 pontos), quando a economia brasileira também passava por um período de incertezas. A informação foi revelada pelo Índice de Confiança do Consumidor (ICC) produzido mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Na comparação com fevereiro deste ano (112,9 pontos) o recuo foi de 5,3%. O índice registrou, neste mês, 106,9 pontos, contra 125,8 pontos no mesmo período de 2014.
De acordo com a assessoria econômica da entidade, o aumento da inflação, a contenção do crédito e as taxas de juros elevadas afetam a vida financeira da população e, consequentemente, o espaço no orçamento para novas compras. Ao que parece, a queda do ICC pode ter sido provocada pela instabilidade socioeconômica que o Brasil enfrenta.
Em março, a retração do ICC foi acentuada em razão da queda nos dois subíndices que compõem a pesquisa: o Índice de Condições Econômicas Atuais (ICEA) e o Índice de Expectativas do Consumidor (IEC). A percepção com relação à situação econômica atual caiu de 5,8%, e passou de 109,7 pontos em fevereiro para 103,3 pontos em março. Em relação ao ano passado, o indicador despencou 22%.
O IEC, que avalia a expectativa do consumidor, registrou queda de 5% ao passar de 115,1 pontos em fevereiro para 109,3 pontos em março. Em comparação ao mesmo período do ano passado a redução foi de 10%.
Segundo a FecomercioSP, a proximidade dos dois indicadores, ICEA e IEC, desde 2013, é um fato inédito em um cenário de queda da confiança. Até 2005, independentemente da percepção em relação às condições presentes, sempre havia a expectativa de condições financeiras melhores para o futuro. No entanto, as incertezas quanto ao cenário econômico parecem ter representado uma ruptura desta lógica, o que deixa o consumidor inseguro quanto ao futuro da economia.
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