O setor de serviços apresentou alta pelo segundo mês seguido, crescendo 2,6% em comparação ao mês anterior, segundo a PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), divulgada nesta sexta-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com o novo aumento, o setor acumula alta de 7,9% nos dois últimos meses. O crescimento, porém, não foi suficiente para recuperar as perdas entre fevereiro e maio, devido à pandemia de coronavírus, afirma o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
“Vale destacar que o efeito da pandemia propriamente dito ocorreu entre março e maio. O resultado negativo de fevereiro ainda não era decorrente das medidas de isolamento social e sim uma acomodação do setor de serviços frente ao avanço do final de 2019. As perdas da pandemia entre março e maio somam 19,8%”, diz Lobo.
O gerente da pesquisa que a recuperação é mais lenta em relação à indústria e comércio devido à heterogeneidade ou ao peso de 70% que representa na economia.
Comunicação e logística
Das cinco atividades analisadas pelo IBGE, quatro apresentaram crescimento. Destaque para os setores de comunicação e informação, que aumentaram 2,2% e acumulam 6,3% em junho e julho, e o setor de logística, 2,3% em julho, com acumulado de 14,4% desde maio, depois de cair 25,2% entre março e abril.
Sobre o setor de comunicação, Lobo afirma que o avanço foi puxado pelas atividades de portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca na internet, além dos aplicativos e plataformas de videoconferência, que tiveram um ganho adicional durante a pandemia.
Já sobre o setor que abrange transportes, seus serviços auxiliares e correio, o gerente da pesquisa diz que crescimento decorre do transporte rodoviário de carga, que teve aumento de demanda por logística.
“Seja para atender os setores industrial ou de comércio para o transporte de mercadorias ou o de agronegócio, no transporte de grãos, o transporte rodoviário é o principal modal de deslocamento de produtos pelo país.”
Atividade turística
O índice de atividades turísticas cresceu 4,8% em julho frente a junho, terceira taxa positiva seguida, acumulado um ganho de 36,1% no período. Apesar da recuperação, a atividade segue longe de recuperar as perdas com a pandemia. No acumulado em 2020, a baixa é de 37,9%.
Demais serviços
Também tiveram aumento os serviços profissionais, administrativos e complementares (2%), com ganho acumulado de 4% desde junho, depois da queda de 17,4% entre fevereiro e maio; e outros serviços (3%), que avançaram 10,5% em junho e julho e conseguiram recuperar parte da perda de 11,8% acumulada entre março e maio.
Os serviços prestados às famílias caíram 3,9%, depois de crescer 12,2% entre maio e junho. No acumulado do ano, este setor, que inclui serviços como restaurantes e hotéis, apresenta queda de 38,2%.
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