Comportamento frugal remete à moderação e simplicidade. É o ato de decidir o consumo, os gastos e ações considerando o que realmente importa. Essa é uma característica marcante da geração Z, que está entrando no mercado consumidor e promete mudar os formatos de consumo nos próximos anos.
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Entenda o que é o comportamento frugal e como ele exige estratégias diferentes.
O comportamento frugal
Ter um comportamento frugal nada mais é do que agir, em diversos âmbitos, levando em consideração aquilo que realmente importa para sua vida. O conceito está ligado principalmente a ideias de moderação, minimalismo, simplicidade e sobriedade. Ou seja, as ações, hábitos, valores e propósitos mostram uma propensão ao essencialismo.
As principais características do comportamento frugal são:
- Consumo consciente;
- Controle financeiro;
- Minimalismo e essencialismo;
- Investimento em produtos que vão ao encontro dos princípios;
- Foco nas experiências;
- Autenticidade é mais importante.
A frugalidade é um comportamento característico da geração Z, que engloba os nascidos de 1995 a 2015. De acordo com especialistas em gerações, a fluidez e a autonomia são marcas desse público, que decide o que quer e o que merece seu apoio ou não.
Esses jovens estão iniciando suas vidas profissionais e serão o próximo mercado consumidor mais ativo, em todas as partes do mundo.
Por isso, esse minimalismo do consumo e o investimento apenas no que interessa a ele (sem seguir modas, por exemplo) são pontos que vão pedir mudanças na maneira que as empresas se posicionam na sociedade – e, principalmente, em como vendem seus produtos.
De acordo com o relatório “A equação da geração Z”, da WGSN, empresa mundial especializada em tendências e gerações, “eles pertencem a uma geração definida pela tecnologia, fluidez, contradição e pela união de diferentes culturas. Eles fazem parte de uma geração dividida, mas apesar disso, todos eles estão conectados por esses elementos em comum”.
Tendência no pós-pandemia
O comportamento frugal, entretanto, também vem sendo apontado como uma tendência para momentos pós-pandemia, mas não por questões geracionais. As crises financeiras esperadas em todo o mundo por causa do coronavírus também tornará o consumo mais essencialista, com clientes consumindo apenas o que realmente desejam ou precisam.
O consumo desenfreado e a reprodução de tendências, marcas das gerações mais velhas, vão perder força tanto pela mudança geracional quanto pela situação financeira da população.
O que vai valer, a partir daí, é um consumo sem exageros, utilizando poucos recursos, pensando em formas de economizar tempo e dinheiro, além de investir o dinheiro em produtos, experiências e marcas que realmente se adequem ao que a pessoa entenda como importante.
E nesse caso, até a definição de importante é algo característico: depende de cada pessoa. Enquanto uma acha que vale a pena comprar o melhor fone de ouvido do mercado, outro se satisfaz com os comprados em uma loja qualquer na rua. O que importa também é relativo, e a geração Z não liga para essas diferenças.
O que muda no mercado de consumo da geração Z
As principais mudanças que o comportamento frugal traz para o mercado estão relacionadas às novas formas de atrair esse público.
Além das características como fluidez, conexão, uso constante da tecnologia, há também outras marcas da geração Z que merecem atenção:
- Não seguem tendências;
- São disruptivos quanto aos formatos de trabalho;
- Entendem o uso do dinheiro como investimento;
- Valorizam o que é essencial para eles;
- Não ligam para marcas;
- Valorizam a diversidade;
- Querem praticidade e comodidade;
- Buscam autonomia e autenticidade;
- Valores e princípios são importantes;
- Agregar conteúdo é essencial;
- Comunicação mais livre, sem barreiras.
Ou seja, a frugalidade da geração Z é apenas um reflexo de inúmeros outros comportamentos esperados desse grupo. E as mudanças de consumo vão girar em torno dessas características.
O que a geração Z espera é consumir de empresas que vão ao encontro de seus valores, que ajudem na sua autenticidade, que valham à pena o investimento e que tragam algo de bom para sua rotina, que deve ser cada vez mais prática e única.
5 formas de se adequar ao comportamento frugal da geração Z
Relacionar-se com a geração Z pode ser um desafio, principalmente para empresas e marcas que não se adequarem às tecnologias, ao mundo digital (praticamente integrado com o físico) e que demonstrem seu papel no mundo.
O relatório da WSG aponta alguns destaques de ações que se adequam aos desejos da geração Z e seu comportamento frugal.
1. Construa uma marca única e disruptiva
A unicidade é essencial para gerações frugais. Por isso, é preciso destacar o que há de único na empresa, aquela ação que apenas esse negócio promove ou a facilidade que somente sua marca propõe. Isso pode ser feito desde marcas pequenas até as consolidadas no mercado. É preciso saber comunicar essa autenticidade.
“Os jovens da Geração Z tendem a buscar marcas que, assim como eles, valorizam a capacidade de se autoexpressar e de autonomia. Eles não têm interesse em marcas que tentam agradar a todos e preferem aquelas que dão mais valor ao indivíduo”, diz o relatório da WGSN.
Entretanto, não espere que os genZ sejam completamente fiéis a uma marca. “Esses jovens são menos conectados com marcas do que as gerações anteriores. Quando perguntamos do que eles gostam, as respostas são pulverizadas. Muitos nem chegam a ter marcas favoritas, independentemente de as terem experimentado ou não”, aponta o estudo “Família, Futuro e Diversão: conheça as portas de acesso para a Geração Z”, do Think With Google.
2. Cultive a empatia
Esse é um dos princípios mais valorizados por esse público. Por isso, marcas que mostram empatia com situações sociais, econômicas, de meio ambiente, entre outras, ganham destaque entre os genZ. Promover ações – verdadeiras! – mostra a eles que toda empresa consegue se colocar no lugar do próximo e entender suas necessidades.
De acordo com o artigo “Geração Z, influenciadores e conteúdo na web”, do Think With Google, essa geração valoriza a prática muito mais do que o discurso. Por isso, é importante promover ações que, de fato, mostrem essa empatia.
3. Promova a diversidade com ações
Diversidade é outro princípio imprescindível para essa geração. Mas de nada adianta ter um discurso sobre e não promovê-la dentro da empresa. Em um mundo conectado, a geração Z vai perceber que algo não está certo.
“Não fale da diversidade apenas em suas campanhas, represente-a dentro do seu espaço de trabalho e com as pessoas que fazem negócios com você. Essa geração vai olhar além do superficial”, aponta o relatório da WGSN.
4. Otimismo na comunicação
Outra tendência para conversar com a geração Z é ter otimismo nas comunicações. Esperanças de um mundo melhor é o que move os comportamentos e hábitos de consumo desse público. Portanto, adotar uma visão positiva para o que ainda está por vir conversa diretamente com os jovens e mostra que a empresa está preocupada em contribuir com o futuro.
5. Mostre seus valores
A relação de marca e cliente irá mudar. Com o comportamento frugal, a geração Z deixa de se importar com a marca em si e passa a analisar se as ações da empresa vão ao encontro com seus princípios e valores. Construir bases fortes e, principalmente, seguir de fato o que é idealizado, irá valer muito mais do que um nome ou um símbolo de marca.
Como foi visto, o comportamento frugal vai mudar inúmeros pontos do mercado consumidor, desde a relação entre marca e cliente até o que é considerado importante ou não. Acompanhar as tendências de comportamento é essencial para qualquer mercado. Para as marcas, é importante mostrar sua importância para essa geração, destacando ações e valores que vão ao encontro com o que esperam, sempre de maneira autêntica.
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