O comércio voltou a crescer em 2017, após dois anos de retração, segundo dados consolidados da Serasa Experian. A alta foi de 1,1%, em relação a 2016, quando o setor viu uma queda de 6,6% na atividade do comércio. Em 2015, esse recuo foi de 1,3%.
A revista NOVAREJO digital está com conteúdo novo. Acesse agora!
Considerando os dados da série histórica do indicador da Serasa, a queda de 2016 foi a maior desde 2001. O segundo pior resultado foi em 2002, quando o comércio viu sua atividade recuar em 4,9%, conforme tabela abaixo.
A reação do setor no ano passado deve-se à queda da inflação, à contínua retração da taxa de juros, ao processo de desalavancagem do endividamento das famílias, ao ingresso dos recursos das contas inativas do FGTS na economia e à recuperação da massa real de rendimentos, segundo economistas das instituição.
Leia também
Inflação fecha 2017 abaixo da meta pela primeira vez
Segmentos
Dos segmentos analisados pela empresa, o de Supermercados, Hipermercados, Alimentos e Bebidas foi um dos grandes destaques, com alta de 1,2%.
Mas nem todos os segmentos apresentaram alta. O de Material de Construção, que junto com Veículos foi um dos que mais sofreram durante a crise por conta dos altos juros, não caminhou bem no ano passado e teve queda de 14,3%.
O segmento de Tecidos, Vestuário, Calçados e Acessórios também apresentou desempenho negativo, de 12,2%. Houve recuos também de 9,5% no segmento de Combustíveis e Lubrificantes, de 7,5% em Móveis, Eletroeletrônicos e Informática e também de 7,5% nas lojas de Veículos, Motos e Peças.
Crescimento no varejo ampliado
Os dados da CNC (Confederação Nacional do Comércio) projetam um crescimento maior para o setor, de 3,9% para o varejo ampliado – aquele que considera Veículos e Materiais de Construção.
Para 2018, a projeção é mais otimista, de alta de 5,1%. “Esse cenário se baseia na percepção de que a inflação permanecerá livre de pressões maiores no curto prazo e, mesmo em um horizonte mais amplo, deverá encerrar o ano abaixo do centro da meta de inflação”, afirmou em nota Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da CNC.
“Esse processo permitirá, portanto, que as taxas de juros mantenham a atual trajetória de queda – ingrediente fundamental para a sustentabilidade do crescimento das vendas ao longo de 2018”, completou.
Leia também
Vendas no varejo devem fechar 2017 com alta de 1,8%, diz ACSP