Durante muito tempo, a ideia de ser gestor de uma equipe formada por Millennials deixou muitos profissionais de cabelo em pé. Ser gerido por eles, então, parecia ideia de outro mundo. Contudo, o tempo passou e, agora, ter muitos membros da geração Y na mesma equipe é algo totalmente natural, afinal, muitos deles já tem aproximadamente 30 anos e, portanto, já têm posições consolidadas no mercado.
O que muitos ainda não perceberam, é que agora, chegando aos cargos de liderança e gestão, os profissionais Millennials terão, de fato, autonomia para mudar o que consideram que deve ser mudado dentro das empresas.
Como afirma Ana Marcia Lopes, vice-presidente de Recursos Humanos, Responsabilidade Social e Ouvidoria da Atento, essa geração está mudando as relações de trabalho e de consumo, provando que são profissionais aplicados, ambiciosos e comprometidos em realizar um impacto positivo no espaço em que trabalham e na sociedade em geral.
“Os Millennials buscam um propósito e não estão dispostos a trabalhar em uma empresa com a qual não se identificam, enquanto as gerações passadas eram mais submissas ao modelo corporativo instituído”, diz.
Um novo momento
Uma vez que os Millennials já estão assumindo cargos de gestão e liderança, é hora de lidar com os colaboradores da geração seguinte, que estão entrando no mercado de trabalho, escolhendo profissões e começando a dar a própria opinião sobre o formato de trabalho que existe hoje.
Nascidos a partir da segunda metade da década de 1990, a geração Z traz o amadurecimento de hábitos iniciados pelos Millennials. “Esses jovens despertam o interesse das empresas por sua forma de pensar, de agir e, principalmente, de consumir, uma vez que, até 2025, representará 70% da força de trabalho em todo o mundo”, afirma Ana.
Diferentemente da geração Y, os Z já nasceram em um contexto tecnológico desenvolvido. “Podemos dizer que formam a primeira geração completamente conectada e móvel desde o nascimento”, lembra a executiva. Por isso, dominam ferramentas digitais com muito mais facilidade e utilizam inúmeras plataformas para alcançar pessoas no mundo todo. “Isso os tornou mais comunicativos e com pensamentos rápidos e habilidades multitarefas”, acredita.
De acordo com a análise da McKinsey, essa geração possui outras habilidades inatas: são pragmáticos, adeptos do pensamento lógico e autodidatas. Ana afirma que eles pensam de maneira diferente e, com isso, abrem espaço para novas ideias. “Eles não aprovam processos burocráticos, por exemplo, por isso o tempo todo estão pensando em formas de otimizar tarefas e focar no que eles realmente acham que é importante”, acredita.
Visão da carreira
A percepção de sucesso de tais gerações é totalmente diferente daquela que seus pais tiveram. Ficar uma década em uma mesma empresa, por exemplo, é um problema. “Eles não pensam duas vezes em mudar de emprego, porque prezam primeiro pela sua felicidade, assim como não priorizam as questões financeiras”, explica a executiva. “Trabalhar pelo salário não é mais suficiente, pois querem se identificar com as empresas e ter um propósito para permanecerem por lá”.
Para ela, esse é o principal desafio para as corporações, afinal, torna-se necessário repensar práticas de gestão e estratégias. “Na busca por emprego, cerca de 40% das pessoas dessa geração preferem uma empresa onde possam aprender e melhorar cada vez mais”, argumenta.
Outro ponto importante é a importância dada pela Geração Y ao bom relacionamento com a liderança. “Perceber que é incluído na visão da empresa e ter um plano de carreira também são os atributos que a geração Millennial valoriza no mercado de trabalho”.
Desenvolvimento pessoal
Apesar das dificuldades, a vice-presidente de Recursos Humanos, Responsabilidade Social e Ouvidoria da Atento defende que as empresas têm que mudar a forma como se relacionam com essas gerações, focando nas pessoas e no propósito do próprio negócio, não somente nos produtos e no lucro, aprendendo com essa nova dinâmica de mercado.
“É um fato que cada geração tem uma maneira de lidar com o mercado de trabalho, questões e perspectivas relacionadas a ele”, diz. “Nós temos profissionais das mais variadas idades, desde os Baby Boomers até a Geração Z e acreditamos que são casos que devem ser avaliados individualmente”.
Crescimento
Conforme os anos passam, as empresas precisam cada vez mais lidar com a necessidade de treinar e promover colaboradores jovens – especialmente da geração Millennial. Entre os colaboradores da Atento, há 30 mil jovens de até 25 anos – são 40% dos funcionários da companhia. Ana explica que, por lá, há um programa de promoção interna – chamado projeto Escalada – por meio do qual é possível dar oportunidades de crescimento a todos os colaboradores.
Isso não exclui a necessidade de investir em questões delicadas, como inteligência emocional – habilidade que, de acordo com a executiva, está se mostrando cada vez mais essencial. “Durante muito tempo, as pessoas se preocuparam apenas em desenvolver habilidades técnicas e se esqueceram que no mercado de trabalho elas têm de saber lidar com comportamentos – tanto delas mesmas quanto de terceiros”, justifica.
Habilidade no atendimento
Para a Atento, esse é um fato duplamente real, afinal, além de ser a maior empregadora do País – e, portanto, reunir um número imenso de pessoas – o core da companhia é justamente o relacionamento. “Um indivíduo que tem apenas habilidades técnicas acaba tendo dificuldades durante um atendimento, porque precisamos entender e nos aproximar do consumidor”, afirma.
Por isso, para treinar e desenvolver os colaboradores, inclusive em Inteligência Emocional, há uma área de Educação Corporativa bem estruturada, que fornece treinamentos online e presenciais. Dessa forma, a Atento capacita pessoas para que elas se desenvolvam cada vez mais e alcancem os objetivos que almejam – seja em curto ou longo prazo.