Parte da série de mudanças desde que foi comprado por Elon Musk, o “X”, antigo Twitter, anunciou o início de um teste para reduzir o número de robôs na rede social a partir de uma cobrança anual dos usuários. A estratégia anunciada pela plataforma tem uma taxa de US$ 1 para as novas contas criadas na rede social. Inicialmente, o teste funcionará nas Filipinas e na Nova Zelândia.
Em setembro, o CEO da Tesla e da SpaceX já havia mencionado em uma live que tinha o objetivo de passar a cobrar pelo uso da plataforma. Musk alegou que a estratégia tem o objetivo de enfrentar os inúmeros robôs que existem na rede social. A mudança seria uma forma de aumentar o custo de manutenção dos “bots”, uma vez que a cada nova conta seria necessário realizar um novo pagamento.
Em sua página oficial, a empresa anunciou a entrada em vigor do “Not A Bot” (Não é um bot) a partir de 17 de outubro de 2023. De acordo com a nota, a mudança trata-se de um novo método de assinatura para novos usuários nos dois países.
“Este novo teste foi desenvolvido para reforçar nossos já significativos esforços para reduzir spam, manipulação de nossa plataforma e atividade de bots. Isso avaliará uma medida potencialmente poderosa para nos ajudar a combater bots e spammers no X, ao mesmo tempo que equilibra a acessibilidade da plataforma com o pequeno valor da taxa. Neste teste, os usuários existentes não são afetados”, explica a nota.
Assine nossa newsletter! Fique atualizado sobre as principais novidades em experiência do cliente
Como funcionará a cobrança do X para combater robôs?
A cobrança afetará apenas novos usuários; os antigos não terão que pagar a taxa. Nova Zelândia e Filipinas serão os primeiros países a participar. Os novos usuários serão obrigados, inicialmente, a verificar o número de telefone para criar um perfil no X. Os usuários que participam do programa Not-A-Bot estão sujeitos aos termos e condições.
O segundo passo será escolher o plano de assinatura. Os preços podem variar de acordo com o país e a moeda local. Os novos usuários poderão realizar ações como postar conteúdo, curtir postagens, responder, repassar e citar postagens de outras contas, marcar postagens como favoritos. Já os que não optarem por assinar só poderão ler postagens, assistir vídeos e seguir contas.
Na Nova Zelândia o custo será de $ 1,43 NZD por ano, enquanto nas Filipinas o valor anual custará ₱42,51 PHP. A nota reforça que o programa nasceu como uma defesa contra bots e spammers que tentam manipular a plataforma e atrapalhar a experiência de outros usuários no X.
O que é um “bot”?
O bot, uma abreviação de robô em inglês, é um software ou script criado para automatizar determinadas ações e operar tarefas repetitivas. Inicialmente, seu objetivo não era malicioso. Porém, com o tempo os robôs passaram a ser usados no envio de SPAMs via e-mail, roubo de dados pessoais e fraudes.
O X, desde quando ainda era Twitter, passou a ser uma plataforma atrativa para os bots pela quantidade de dados que disponibiliza gratuitamente, mesmo que de forma limitada. Sua API (Application Programming Interface) possibilita que sejam obtidas informações de um ou vários perfis, além das atividades do usuário no site, como: publicações, curtidas e compartilhamentos. Além disso, são fornecidas informações como o horário que a postagem foi feita, data, idioma, localização do perfil e, até pouco tempo, até mesmo o dispositivo utilizado (Android, IOS ou Web).
Não será a primeira mudança desde que Musk assumiu o X…
Uma das mudanças mais impactantes começou pelo nome. O antigo Twitter passou a se chamar X. Musk chegou a publicar que “Comprar o Twitter é um acelerador para criar o X, o aplicativo para tudo”. O passarinho azul, logotipo da rede social criada por Jack Dorsey, deu lugar à letra X.
O novo dono da plataforma permitiu também que todos os usuários passassem a ter o selo de verificado, desde que pagassem para isso. A estratégia, inclusive, foi incorporada pelo grupo Meta no Instagram, por exemplo. Porém, houve uma polêmica com perfis falsos. Diante disso, foram criados os selos dourado e cinza, respectivamente para empresas e órgãos do governo.
Além disso, usuários que pagam o Twitter Blue passaram a ter mais limites de caracteres – até 25 mil – e a possibilidade de editar. Na versão gratuita, o limite é de 280. Musk anunciou ainda um limite diário de leitura de 1000 tuítes para contas não verificadas. As postagens também passam a mostrar o número de visualizações e quantas vezes foram salvas por outras pessoas, assim como já eram exibidos os números de curtidas, compartilhamentos e comentários.