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CM Entrevista: “Brasil tem potencial para ser protagonista em IA”, diz CEO do Opice Blum

CM Entrevista: “Brasil tem potencial para ser protagonista em IA”, diz CEO do Opice Blum

A pluralidade brasileira oferece boas perspectivas para o desenvolvimento de soluções de IA que atendam diferentes públicos e necessidades.

Com uma trajetória marcada pela inovação e pela busca constante por soluções tecnológicas, a equipe do Opice Blum Advogados tem se destacado em oferecer consultoria e assessoria a empresas e profissionais que buscam entender e implementar a Inteligência Artificial em seus processos.

Sobre o posicionamento do Brasil no que tange à corrida dos países do globo pela Inteligência Artificial, Henrique Fabretti, CEO do Opice Blum e especialista em Inteligência Artificial, diz que “estamos bem atrasados”. Isso porque, apesar de o país ter um potencial imenso em tecnologia e inovação, os desafios ainda se sobressaem. A falta de políticas públicas consistentes e investimento em pesquisa e desenvolvimento são algumas das barreiras que impedem o avanço.

Em entrevista à Consumidor Moderno, Fabretti ressalta a necessidade de uma abordagem colaborativa entre o setor público e privado. “É crucial que empresas de tecnologia, universidades e o governo unam forças para criar um ecossistema favorável”, afirma. E também menciona que o investimento em educação é fundamental para capacitar profissionais que possam atuar nesse setor em crescimento. Acompanhe, na íntegra, a entrevista.

Quem será o protagonista em IA?

Consumidor Moderno: Os países que incentivarem o desenvolvimento interno de tecnologias serão os protagonistas da IA nos próximos anos? 

Henrique Fabretti: Eu arrisco dizer que a corrida para desenvolver os maiores e melhores modelos de IA já começou há algum tempo. Com isso, os países que lideram essa corrida (notadamente, Estados Unidos e China) incentivam pesquisas em tecnologia e inovação há muito tempo. Portanto, quem começar agora terá muitas dificuldades para alcançar essa liderança.

Entretanto, as aplicações que utilizarão esses modelos ainda estão em fase inicial, e é nelas que realmente reside o potencial para fazer a diferença no futuro, pois são essas que permitirão a ampla adoção desses modelos em nosso dia a dia. Dito isso, acredito que o foco do incentivo brasileiro deveria ser nessa direção, ao invés de tentarmos desenvolver nossos próprios modelos de IA.

O Brasil na corrida da IA

CM: Onde está o Brasil nessa corrida? 

Em comparação ao avanço global em modelos de IA de ponta, ainda estamos atrasados. No entanto, existe um imenso potencial para nos tornarmos protagonistas no desenvolvimento de aplicações de IA e na geração de energia limpa necessária para operar esses sistemas. Temos um vasto espaço para crescer e, no futuro, buscar destaque nesse contexto.

CM: O País investe e apoia as empresas quando o assunto é IA e outras tecnologias? Ou o Brasil está mais preocupado em regular a tecnologia do que de fato beneficiar a sociedade com todo o potencial que ela oferece? 

O Brasil criou, em 2021, uma Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial. E, posteriormente, em julho do ano passado, criou o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). Ambos os documentos, elaborados no âmbito do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, trazem elementos visando o incentivo ao desenvolvimento dessa tecnologia no Brasil. No entanto, o principal problema que identifico nessas iniciativas é a falta de uma estratégia de longo prazo, que seja apartidária e possibilite uma colaboração entre governo, empresas e instituições acadêmicas com fundamentos sólidos que não se alterem conforme a administração em vigor.

Competitividade

CM: Em suma, para sermos competitivos, o que se faz necessário?

Para sermos competitivos, é essencial que tenhamos planos bem estruturados e que sejam implementados em horizontes de longo prazo: 10, 20, 30 anos. Quanto à regulação, se bem alicerçada, ela é importante para o desenvolvimento da tecnologia no Brasil, pois tende a trazer segurança jurídica para os investimentos nessa área. Não vejo a regulação como antagonista da inovação.

CM: Corre o risco de o Brasil estar fazendo um esforço enorme para regular a tecnologia, que não para de mudar, e daqui a pouco, essa regulação estar defasada? 

O modelo regulatório que está sendo desenhado é pautado no que se chama de “regulação baseada em risco”. Ela traz elementos mais principiológicos e generalistas, justamente para se manter eficaz e coerente independentemente do avanço tecnológico. É o mesmo raciocínio utilizado na Lei Geral de Proteção de Dados e em outras regulações sobre IA ao redor do mundo, como o AI Act, da União Europeia.

Agro, o ponto de partida

CM: Temos uma economia que depende diretamente da produção agrícola; enquanto as maiores empresas do mundo são as de tecnologia. O Brasil está fazendo algo de errado? 

Essa pergunta pode conter várias camadas de resposta, posto que, para sermos competitivos em tecnologia, é necessário um plano sólido de longo prazo e todo um ecossistema que abrange desde a educação básica até a segurança jurídica, custo de capital, academia, incentivos etc.

Por outro lado, considerando nossa vocação para o agro, talvez esse possa ser um ponto de partida: o incentivo e investimento em mais tecnologia voltada para o agronegócio e que possa ser exportada para o mundo.

CM: Do ponto de vista governamental, o que seria diferente no Brasil se os governos das três esferas se digitalizassem e se tornassem mais eficientes? 

Existem alguns estudos que demonstram inúmeros benefícios da digitalização do governo, desde uma maior eficiência até ganhos de transparência, engajamento da sociedade com as iniciativas governamentais e melhorias nas políticas públicas, considerando que as decisões podem ser tomadas com dados mais críveis e condizentes com a realidade. Considerando o tamanho do Brasil, não vejo outro caminho que não a profunda digitalização do governo.

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