Se pararmos para analisar o contexto global dos últimos dois anos, podemos traduzi-lo em uma palavra: mudança. Afinal, quem imaginaria um movimento como o Brexit ou mesmo que Donald Trump seria eleito como presidente dos Estados Unidos? Alguém ousaria dizer que o Brasil passaria por um processo de impeachment? Esses são apenas alguns exemplos de fatos inesperados que trouxeram novas perspectivas para o mercado mundial. Em cada País, os fatos repercutem de uma forma e alimentam novos olhares para a sociedade, bem como seus executivos.

Anualmente, o estudo global da PwC com CEOs traz o olhar desses profissionais sobre os negócios mundiais. Em sua 21ª edição (21stAnnual Global CEO Survey), a pesquisa ouviu quase 1300 líderes de 85 países e traz uma surpresa: os líderes empresariais brasileiros são os mais otimistas do mundo em relação à recuperação econômica mundial. 80% deles acreditam em uma melhora já nos próximos 12 meses.

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Ao mesmo tempo, as expectativas para o mercado nacional são um pouco mais conservadoras. Quando o assunto é o aumento de receitas em curto prazo, 39% dos executivos dizem estar confiantes que isso ocorra neste ano. Já para os próximos três anos, esse número sobe para 54%.

No cenário internacional, os três países que, na opinião dos CEOs, serão mais estratégicos para os negócios das empresas brasileiras são Estados Unidos, China e Argentina, respectivamente.

Para Fernando Alves, sócio-presidente da PwC Brasil, o otimismo dos executivos em relação ao futuro é reflexo da recuperação econômica nas principais economias do mundo. Isso faz com que os liderem acreditem que este movimento tenha reflexo positivo em seus negócios. “Para crescer neste contexto, as empresas devem estar alinhadas com as novas demandas da sociedade, tornando-se mais relevantes para seus stakeholders nos próximos anos”, explica.

Crescimento

O levantamento mostra que, para os CEOs brasileiros, a principal forma de expansão dos negócios em 2018 será pelo crescimento orgânico (87%). Em seguida vem redução de custos (83%) e parcerias com empreendedores ou startups (70%). Além disso, 65% dos líderes pretendem fazer novas alianças estratégicas e 46% almejam novas fusões e aquisições para ampliar a rentabilidade dos negócios.

Esse contexto também traz algumas preocupações. Dos CEOs entrevistados, 59% estão extremamente preocupados com a oferta de talentos com domínio de habilidades digitais e 35% têm planos de aumentar o quadro de funcionários das suas companhias nos próximos 12 meses. Globalmente, 54% dos executivos devem ampliar sua força de trabalho; na América Latina, 43% esperam ampliar seus quadros de colaboradores.

Em relação às principais ameaças ao crescimento dos negócios, 91% dos executivos brasileiros citam a falta de infraestrutura, 78% o excesso de regulação e 76% o aumento da carga tributária. Medidas populistas (67%), as mudanças nos hábitos de consumo (67%), velocidade das mudanças tecnológicas (72%) e ameaças cibernéticas (59%) também constituem dificuldades para as perspectivas de crescimento das empresas.