A facilidade para adquirir cartões de crédito ou débito no Brasil fez com que a quantidade deles ultrapassasse o número de habitantes. De acordo com o Banco Central (BC), em dezembro de 2018 eram 98,9 milhões de cartões ativos no país. Já no final de 2022, essa soma subiu para 208,7 milhões. No mesmo ano, a população brasileira chegou a 203,1 milhões de pessoas, de acordo com o último Censo Demográfico feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Esse crescimento fez com que os cartões de crédito, débito ou pré-pagos se tornassem um dos métodos de pagamentos favoritos do brasileiro. Tanto que, segundo o estudo divulgado pela Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) que essas formas de pagamentos eletrônicos movimentassem R$ 1,7 trilhão apenas no primeiro semestre de 2023.
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Dentro desse valor, o cartão de crédito foi o responsável pela maior parte. As compras feitas nessa modalidade somam R$ 1,1 trilhão. Quando o número é comparado com o mesmo período de 2022, nota-se um aumento de 10,1%. Em segundo lugar está o cartão de débito. Os pagamentos feitos dessa forma somam R$ 471,8 bilhões, com declínio de -3,3%. Por último, o cartão pré-pago, que movimentou R$ 141,9 bilhões, representando um aumento de 42,7% em comparação ao ano anterior.
É de inserir ou aproximar? E assim o Brasil chega aos bilhões de transações
Apenas no primeiro semestre de 2023 foram registrados cerca de 113 milhões de pagamentos feitos por cartões. Já o número de transações chegou à casa dos 19,8 bilhões nos últimos seis meses. A forma de pagamento preferida do brasileiro foi o crédito, que representou 8,4% dos desembolsos. O débito ficou em segundo lugar, com 7,8 bilhões de transações. Por último, 3,6 bilhões de consumidores escolheram pagar pelo cartão pré-pago.
A facilidade de apenas aproximar o cartão para efetuar um pagamento presencial conquistou o brasileiro. No primeiro semestre de 2023, esse método foi o favorito dos consumidores, chegando a um valor de R$ 414,8 bilhões movimentados. Ao todo, foram mais de sete bilhões de pagamentos com NFC (Near Field Communication) nos primeiros seis meses do ano. Só em junho de 2023, 48% das compras presenciais foram pagas por aproximação. A expectativa da Abecs é que, até dezembro, esse percentual suba para 56%.
Já nas compras feitas por aplicativos, no e-commerce ou por demais métodos remotos, os cartões continuam a crescer. Foram R$ 372,2 bilhões movimentados. O valor representa uma alta de 10% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Cartões de crédito são a principal causa de endividamento no Brasil
O Brasil encerrou o mês de julho de 2023 com 71,4 milhões de consumidores inadimplentes. A soma das dívidas negativadas chega a 265,2 milhões, que representam um valor de R$ 351,7 bilhões. Estima-se que cada CPF tenha 3,71 contas que não foram pagas. Entre as principais causas de endividamento dos brasileiros, os cartões são a principal causa.
Em julho de 2023, o método de pagamento representava 29,5% das dívidas negativadas no Brasil. No mesmo período do ano passado, esse percentual era de 28,6%. Já o valor da das 231,3 milhões de dívidas totais negativadas – em todos os setores – chegava a R$ 287,7 bilhões. Os dados são do Serasa Experian.
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