A ascensão do e-commerce fez com que inúmeras lojas modernizassem a forma de fazer negócios. Especificamente no setor de vestuários e calçados, o que se viu foi um aumento recorde de compras no online, enquanto as lojas físicas fechavam as portas. Assim, para manter ambas as modalidades em funcionamento, foi preciso inovar. E isso não foi diferente para a C&A, que após crescimento de quase 180% nas vendas online em 2020, a empresa passou a investir em um novo modelo de vendas: coleções novas em até 24 horas.
Segundo a empresa, a ideia é criar pequenas coleções em menos de um dia, que serão vendidas também no mesmo período pelas redes sociais — algo que chama exclusividade. A prática é uma tentativa de aquecer as vendas do e-commerce, também para compensar a queda de 21,7% registrada no varejo físico.
“Esse tipo de venda ainda nos traz um nível de assertividade maior, o que resulta em menos desperdício”, explica Paulo Correa, CEO da C&A, em entrevista ao Estado de São Paulo (Estadão).
Agilidade é a palavra para o novo e-commerce da C&A
A ideia de trazer as vendas em 24h é, segundo Correa, trazer mais dinâmica e velocidade às relações entre a empresa e os consumidores pelas redes sociais — onde tudo costuma ir e vir com muita rapidez. As coleções da C&A serão apoiadas também por influenciadores digitais.
O modelo de venda usa uma tática já trabalhada nos social commerces: a instantaneidade, com produtos limitados, que ficam disponíveis por um curto período de tempo e, portanto, induzem à compra por impulso.
Para que o modelo funcione, a C&A investiu em uma verdadeira linha de produção, na qual participam mais de 120 profissionais das áreas de moda e logística. Entre os funcionários, a empresa também destacou a presença de “buscadores de tendências”, para atingir as necessidades do consumidor em um tempo disputado.
Embora tão rápida seja a produção e divulgação dos produtos, a entrega vem em outro parâmetro: são 15 dias até que os itens cheguem às mãos dos clientes. Embora pareça um período longo, o novo prazo já vinha em diminuição desde 2019 e, em breve, terá uma estimativa de entrega ainda menor.
“Estabelecemos um alvo de 45 dias, e muitos acharam que era maluquice. Passados alguns meses, já estávamos conseguindo fazer em um mês”, afirma Correa durante a entrevista.
Lojas físicas em queda
Ainda que o varejo físico esteja em queda, a empresa ainda pretende abrir novas unidades e conta com a aceleração do calendário de vacinação para recuperar a queda causada pela pandemia. Vale destacar que, embora o e-commerce da marca tenha apresentado um bom crescimento em 2020, ele ainda representa apenas 15% do total de vendas. Em relação a 2019, a C&A ainda está com uma queda de 35%, que totaliza 776 milhões de reais.
De acordo com Paulo Correa, a rede pretende se expandir ainda em 2021 com 20 novas unidades, atingindo 305 pontos de venda.
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