Os consumidores brasileiros ocupam o topo do ranking de interesse em assistentes virtuais que funcionam através de inteligência artificial, superando a China e os Estados Unidos. É o que indica a pesquisa da PwC Global Consumer Insights 2018. Das mil pessoas ouvidas no Brasil, 59% gostariam de adquirir dispositivos deste tipo, ou seja, com capacidade de processamento de dados e de aprendizado. O estudo foi realizado com mais de 22 mil consumidores, em 27 países.
Segundo a PwC, a busca por equipamentos domésticos com IA é feita, em grande parte, pelos chamados early adopters, consumidores que gostam de experimentar tudo aquilo que representa inovação tecnológica e que preferem comprar online, via mobile. Homens, entre 18 e 34 anos, aparecem como os mais interessados.
Confira a edição online da revista Consumidor Moderno!
Atualmente, assistentes pessoais com inteligência artificial estão presentes em quase todos os smartphones com sistemas Microsoft (Cortana), Android (Assistant), Fire OS (Alexa) e IOS (Siri). Dispositivos como o Google Home e o Amazon Echo respondem perguntas, auxiliam pesquisas e reproduzem conteúdo de áudio. 14% dos consumidores brasileiros já possuem algum equipamento que atende por comando de voz.
O Mercado
A IA está em constante evolução e hoje já permite o aumento da capacidade produtiva de quem dispõe do recurso. Para Ricardo Neves, sócio da PwC Brasil, a nova tecnologia tem avançado cada vez mais no setor de varejo e consumo. “Nos próximos dois ou três anos, a inteligência artificial revolucionará a forma como os consumidores planejam e realizam seus desejos de compras, e como as empresas analisam, segmentam e atendem a eles”, analisa.
Segundo a pesquisa da PwC, 45% dos lojistas consultados esperam aumentar o uso de inteligência artificial nos próximos anos visando estimular o engajamento de potenciais clientes nas redes sociais e convertê-los em compradores. A utilização da IA vem transformando as operações logísticas e otimizando os estoques das lojas.
Mesmo assim, de acordo com Anand Rao, líder global de inteligência artificial da PwC, o mundo ainda está “engatinhando” quando o assunto é assistente virtual. “As assistentes pessoais ainda são primitivas. Elas respondem comandos, mas não contextualizam ou preveem padrões de comportamento”, afirma. Para Rao, de três a cinco anos, teremos sistemas de IA muito mais compatíveis com as atividades humanas.
Com o desenvolvimento do Big Data, a crescente adoção de aplicativos em nuvem e o aumento da demanda por produtos e serviços, o mercado de IA deve crescer 36.62% entre 2018 e 2025, de acordo com o último estudo divulgado pela Research and Markets, empresa global especializada em pesquisa de mercado.
Países Asiáticos: os que mais convertem
Apesar de o Brasil aparecer na pesquisa da PwC como o país onde os consumidores mais desejam aparelhos domésticos com inteligência virtual, é na Ásia que o interesse por esse tipo de produto mais se converte em compra. Na China, onde 52% dos consumidores gostariam de ter um dispositivo IA, um em cada cinco já comprou algum equipamento do tipo (21%). O mesmo cenário acontece no Vietnã (45% – 19%), na Indonésia (49%-18%) e Tailândia (45%-15%).