Apesar de a variação mensal da inadimplência apresentar uma queda de 0,39% em setembro de 2023, o número de consumidores inadimplentes no Brasil continua na casa dos milhões. De acordo com um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), são 66,56 milhões de pessoas endividadas e com o nome negativado no país. A quantidade representa 40,71% da população brasileira e um crescimento no volume de contas em atraso de 5,78% em comparação com o mesmo período no ano passado.
As mulheres são maioria entre as pessoas inadimplentes no Brasil, representando 51,11% dessa população. Já os homens são 48,89%. Quando segmentados por faixa etária, aqueles que têm entre 30 e 39 anos somam a maior parte dos devedores (23,76%), sendo 16,52 milhões de pessoas. Em segundo lugar está a população dos 40 aos 49 anos (21,04%), que são 14,50 milhões. Os inadimplentes com idades entre 50 e 64 anos ficam em terceiro lugar (19,84%) e são 13,35 milhões dos devedores.
Consumidores inadimplentes no Brasil devem em média R$ 4 mil
O estudo da CNDL com o SPC Brasil mostra ainda que a maior parte dos brasileiros (44,78%) deve em média mil reais, seguidos pelos 20,35% que têm débitos de valores entre R$ 1.000.01 e R$ 2.500. Logo atrás, e com percentual não muito distante (20,04%), estão os que devem entre R$ 2.500, 01 e R$ 7.500. Por último, a população com dívidas com valores superiores a R$ 7.500.
Ainda de acordo com o levantamento, em setembro de 2023 cada consumidor negativado deve cerca de R$ 4.256,61 quando somadas todas as dívidas. A média de empresas credoras foi de 2,09 por consumidor, e entre elas se destacam os bancos, que evoluíram em 17,18% no número de dívidas e somam 63,61% de todos os débitos no Brasil.
Em seguida aparece Água e Luz. Esse setor teve uma evolução anual 25,18% e hoje representa 11,67% das dívidas no país. Por outro lado, o setor do Comércio viu o número de devedores diminuir em 0,08 nos últimos 12 meses que antecederam o levantamento, porém, ainda somam 11,40% das dívidas. A maior queda ficou para o setor de Comunicação, com -13,35%, e encerrou o mês com 6,48% dos débitos existentes no país.
De forma geral, o número de dívidas em atraso no Brasil aumentou 12,71% em setembro de 2023 com relação ao mesmo período do ano passado.
Assine nossa newsletter! Fique atualizado sobre as principais novidades em experiência do cliente
Serasa apresenta número de acordos feitos por consumidores inadimplentes no Brasil
Já de acordo com dados do Mapa da Inadimplência, elaborado pelo Serasa e publicado em agosto de 2023, a maior parte da população inadimplente concentra-se no estado do Rio de Janeiro (53,17%), seguida pela Amapá (52,86%) e pelo Distrito Federal (52,45%).
Ainda de acordo com a entidade, foram fechados 3.364.502 acordos no Serasa Limpa Nome, o que resultou em mais de R$ 9 bilhões de descontos para aqueles consumidores que estavam inadimplentes no Brasil e buscaram renegociar suas dívidas. 32,65% das renegociações foram feiras com empresas de telefonia e comunicação, enquanto 14,38% foram com grandes bancos. Em terceiro lugar, com um percentual de 26,02%, aparecem as securitizadoras.
Número de inadimplentes não mudou com Desenrola Brasil, aponta FecomercioSP
Criado pelo Governo Federal com o objetivo de recuperar as condições de crédito dos consumidores inadimplentes, o programa Desenrola Brasil não apresentou grandes mudanças no número de pessoas com restrição ao crédito em São Paulo, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), feita em setembro.
De acordo com o levantamento, a diminuição de famílias endividadas foi muito pequena em setembro (0,06%) com relação a agosto. Atualmente, são 994 mil lares inadimplentes no mês analisado, contra 996 mil no mesmo período do ano passado. Os números representam 68,7% das famílias paulistanas, quando em agosto esse percentual era de 68,9%. Já as famílias que possuem algum tipo de dívida são 2,78 milhões, e 10,9% não têm condições de pagar os débitos existentes.
Na capital paulista, o cartão de crédito é a principal razão do endividamento da população. 81,6% dos lares têm débitos nessa modalidade de pagamento. Os carnês aparecem em seguida, mas com uma distância e percentual de 14,4%. Por último, aparece o crédito pessoal, com 12,5%.
Desde 2019, esse é o maior nível (56,2%) de atrasos em pagamentos que ultrapassam três meses. De acordo com a FercomercioSP, o dado é preocupante, pois as taxas de juros seguem altas, além das tarifas cobradas pelas operadoras de cartão de crédito. A pesquisa mostra ainda que a taxa de inadimplência das famílias que ganham acima de dez salários mínimos apresentou um novo recorde da série histórica e chegou a 12,3%. Já as que ganham menos tiveram uma pequena queda, embora ainda sejam as que estão com mais dívidas atrasadas: 29,4%.