Pelo sexto ano seguido, o Brasil caiu no ranking mundial de competitividade, segundo estudo divulgado pelo IMD (International Institute for Management Development) e pela Fundação Dom Cabral. Agora, o País ocupa a 57ª colocação no ranking geral com 61 países, descendo um degrau em relação a 2015.
O Relatório Internacional de Competitividade do IMD é feito desde a década de 1980 e se baseia em quatro pilares: “Desempenho Econômico”, “Eficiência do Governo”, “Eficiência Empresarial” e “Infraestrutura”. Para cada pilar, são analisados cerca de 20 subfatores, no total de 300 variáveis contabilizadas.
Neste ano, o Brasil está à frente apenas da Croácia, Ucrânia, Mongólia e Venezuela. O país soma um declínio de 19 posições em seis anos. “Esses dados revelam que a perda de competitividade apresentada em 2016 não é apenas relativa, mas absoluta se observamos no longo prazo. Porém, não trazem necessariamente algo inesperado, já que a situação econômica brasileira continua gerando entraves e alto grau de pessimismo entre os agentes econômicos. Para avançarmos em termos de competitividade é necessário olharmos com atenção para as gestões privadas e públicas”, afirmou, em nota, Carlos Arruda, coordenador do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral e responsável pela coleta e análise dos dados do ranking no Brasil.
“O principal fator para o declínio do Brasil é o seu desempenho econômico. O fraco crescimento do PIB, aumento do desemprego em combinação com aumento dos riscos para os investidores têm grande impacto na economia”, disse, em nota, o professor Arturo Bris, diretor do Centro de Competitividade Mundial do IMD.
Neste ano, os EUA perdeu a primeira colocação, que é ocupada agora por Hong Kong, seguido pela Suíça, que subiu duas posições e agora está em segunda colocação. O país norte-americano está na terceira colocação.
Cingapura, Suécia, Dinamarca, Irlanda, Países Baixos, Noruega e Canadá completam a lista dos dez primeiros colocados. Na América Latina, o Chile é o melhor classificado, em 36º, – queda de uma posição comparando com ano passado – enquanto todos os outros representantes da região estão entre os 20 últimos.
Sobre a América Latina, Bris comenta: “o setor público continua a ser um empecilho para essas economias. O padrão comum entre todos os países no top 20 é o seu foco na regulação ideal para negócios, infraestrutura física e intangível e instituições inclusivas. No presente momento nenhuma economia da América Latina chega perto de possuir essas qualidades como a medida necessária para fazer progressos significativos até a classificação”.