A Black Friday já bate à porta dos consumidores e marcas no Brasil e no mundo. Segundo levantamento da Neotrust, espera-se que a data represente um faturamento de R$ 6,92 bilhões em compras – com um crescimento de 12,6% no ticket médio do consumidor na comparação com seus gastos na edição da Black Friday de 2022. Os moradores das comunidades e favelas do país também estão preparados para a data: 47% deles pretendem fazer compras durante a Black Friday.
Estudo “Persona Favela”, do Nós Pesquisas, aponta para uma tendência de diversificação dos canais de compra por parte desses consumidores. Segundo o levantamento, 48% dos entrevistados planejam utilizar aplicativos e sites para realizar suas compras. Já 44% optarão pelas lojas físicas, enquanto 22% apontam as redes sociais como seus canais de preferência. Além disso, 44% dos respondentes afirmam que realizarão suas compras em mais de uma loja.
“Esses dados reafirmam que a conexão phygital e omnichannel devem continuar sendo alvos de investimentos das marcas e anunciantes do varejo também nesses territórios”, afirma Emilia Rabello, fundadora e CEO da holding NÓS, o Novo Outdoor Social.
Os mais desejados
Segundo a pesquisa, os consumidores moradores de comunidades e favelas brasileiras também apontam uma preferência pelos produtos que desejam adquirir na Black Friday. Entre os mais desejados, estão os eletrônicos – como apontado por 35% dos respondentes. A categoria é seguida pelas roupas e acessórios (33%), os eletrodomésticos e portáteis (30%) e pelos itens para a casa (28%).
O levantamento também aponta os fatores que mais influenciam as decisões de compra desses consumidores na Black Friday. Os preços atrativos, por exemplo, desempenham um importante papel: 30% dos moradores das comunidades afirmam estarem dispostos a optar por lojas exclusivas caso os preços caibam no bolso. Além disso, descontos acima de 50% e frete grátis estão entre os principais motivos pelos quais os compradores poderão ser levados a fazer compras não planejadas, segundo 57% e 43% dos respondentes, respectivamente.
Há também motivos para a desistência de compras. Para quatro a cada dez moradores das comunidades, o frete de valor alto representa um importante risco de desistência de um produto. Já 37% dos entrevistados apontam a confiabilidade das lojas e sites como um fator de abandono do carrinho de compras.
Experiência e influência
Para Emilia Rabello, os números são essenciais para a compreensão dos consumidores periféricos, assim como a melhoria de suas experiências de consumo. “É tão importante garantir que a jornada de compra seja a mais próxima do consumidor, com demonstração dos produtos e linguagem acessível, por exemplo”, afirma a executiva. “Também é interessante trazer esse cliente para experiências digitais mais imersivas e marcantes, oferecendo parcerias com creators locais para ativação”.
Para Rabello, o influenciador que reside na favela, ou então que tem proximidade com as comunidades, consegue transmitir maior confiança a esses consumidores ao divulgar e comentar sobre um produto de uma marca ou empresa. “Ou seja, se fazer presente na favela, com um creator periférico e estratégias de comunicação assertivas, atrairá públicos mais diversos e com potencial de consumo”, afirma. “Consequentemente, contribuirá para o aumento das vendas no varejo e a expansão da economia, confirmando o poder de transformação da periferia”.
O consumo das favelas
Segundo outro levantamento da Nós Pesquisas, o “Persona Favela – Dia da Favela 2023”, apontou que a renda média das famílias das comunidades periféricas do Brasil alcança o valor de R$ 3,036,23. Como resultado, o potencial de consumo supera os R$ 167 bilhões ano, sendo que a maioria dos consumidores pertence à classe C. O estudo também identificou a predominância das consumidoras mulheres nas favelas, com 51%. Em relação à faixa etária, a maioria desses consumidores se concentra entre os 25 e 49 anos de idade (30%).
Outro destaque foi a diversidade de produtos consumidos pelos moradores das comunidades. Enquanto os itens de cuidados pessoais e higiene movimentaram mais de R$ 465 milhões em 2023, estiveram também entre as preferências dos consumidores o consumo digital de aplicativos, streaming e serviços financeiros.