Existem habilidades do mundo corporativo que precisam ser desenvolvidas para serem aplicadas especificamente no dia a dia de trabalho. Porém, há outras tão necessárias que podem ser carregadas também para a vida pessoal. Uma delas é a autogestão.
A autogestão está relacionada ao senso de responsabilidade de uma pessoa, assim como a sua capacidade de organização e orientação para os objetivos estabelecidos.
Quando um indivíduo consegue implementar essa habilidade em sua vida, gerir o tempo para equilibrar a vida pessoal e profissional, a rotina fica bem mais fácil, trazendo qualidade e bem-estar em todas as esferas.
Portanto, essa é uma aptidão extremamente importante para exercitar a inteligência emocional e a autonomia, já que a autogestão faz o indivíduo perceber seus limites e desenvolver métodos para potencializar habilidades e superar dificuldades.
Desenvolvendo a autogestão
Praticar a autogestão faz parte do um projeto pessoal de autodesenvolvimento. Por isso, desenvolver essa habilidade é como seguir uma jornada para a vida toda.
O ponto de partida é a autoconsciência, que é a capacidade de um indivíduo monitorar suas emoções e pensamentos. A autocrítica vem como um complemento para avaliar o entendimento de si, gerenciando pensamentos, emoções e comportamentos.
Para José Carlos Severo Andrade, especialista em Recursos Humanos, Coaching e Gestão Estratégica de Pessoas, para desenvolver a autogestão é preciso ter consciência das emoções e seus efeitos, assim como os sentimentos e também os valores de uma pessoa, pois muito de suas reações estão diretamente ligadas aos valores que construiu no seu convívio social.
Ele ainda elenca outras atitudes importantes para implementar a autogestão como um plano de desenvolvimento pessoal e profissional, sendo elas:
- Aprenda a gerir o tempo e organizar suas prioridades;
- Defina metas claras e possíveis e gerencie processos;
- Elabore planos de ação para tarefas, e acompanhe de maneira visual, ágil e simples;
- Pratique a capacidade de conviver com os outros, aposte nas relações humanas;
- Desenvolva a empatia, ou seja, tente se colocar no lugar do outro.
Sendo assim, um profissional pode exercer diferentes papéis em ambientes profissionais e familiares. Contudo, não deixa de ser um só indivíduo. E os benefícios de relacionamento, organização, empatia e tudo que a autogestão proporciona pode e deve ser usado nos diferentes papéis da vida.
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Colhendo os benefícios
Ao desenvolver a autogestão, não apenas as pessoas colhem os benefícios com mudanças pessoais positivas – tornando-se mais produtivas e apresentando melhor comportamento, por exemplo –, mas também as empresas sentem as benesses na adoção deste modelo.
“Uma das principais vantagens para empresas que atuam com o modelo de autogestão é que ela desencadeia o espírito de liderança nos colaboradores, além de tornar a organização muito mais democrática, sem falar no avanço gigantesco no relacionamento interpessoal, visto que os objetivos, interesses e necessidades são vistos como uma ação coletiva, exemplifica José Carlos Severo Andrade.
Para a adoção desta cultura em uma empresa, testes e treinamentos são necessários, estimulando os colaboradores a tomarem suas próprias decisões.
Acompanhar e dar as diretrizes para construir a cultura organizacional baseada em autogestão consiste em reconstruir diariamente os processos da empresa, exige bastante dedicação. A partir desse modelo, é possível criar equipes autônomas, com divisão de responsabilidades, além da demarcação de prazos e processos para trazer mais agilidade e produtividade para a empresa.
Uma habilidade que se destaca no mercado
Toda a empresa busca a conciliação perfeita entre o conhecimento técnico e o tácito, ou seja, as habilidades adquiridas ao longo da vida. Profissionais que conseguem combinar essas características se destacam na carreira profissional, e a resposta está na autogestão, fruto deste equilíbrio.
“O profissional se destaca porque não precisa de ninguém lhe cobrando, informando que ainda não bateu uma meta, por exemplo, pois um autogestor tem consciência que não atingiu a meta, e por isso já criou um planejamento para alcançar esse objetivo”, esclarece José Carlos.
“Nesse momento, as pessoas com essas características estão em evidência, pois vivemos um período de pandemia, onde o home office está em alta e a principal característica para o sucesso nessa condição é a autogestão”, conclui o especialista.
O papel das competências transversais no trabalho
Segundo os princípios dos recursos humanos, para ser competente no que se faz, não basta apenas o conhecimento, mas sim a compilação entre conhecer, saber fazer e querer fazer.
Sendo assim, as habilidades técnicas são aquelas adquiridas por meio de treinamentos, cursos, palestras, experiências e outras organizações. Já as habilidades transversais reúnem uma série de conhecimentos e atitudes que, somadas às habilidades técnicas, torna o profissional muito mais empregável e competitivo no mercado.
Isso porque não basta ter o conhecimento técnico se o profissional não souber como utilizá-lo, como fazer para gerar resultado para a empresa ou mesmo como vender o seu projeto.
“Exemplos de habilidades transversais são: autogestão, inteligência emocional, boa comunicação verbal e escrita, tolerância, marketing pessoal, liderança, resiliência, ou seja, uma série de habilidades não adquiridas em uma universidade ou um curso de extensão, mas sim aquilo que torna uma pessoa única”, conclui José Carlos Severo Andrade.
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