O presidente americano Donald Trump anunciou a intenção de elevar as tarifas em 200 bilhões de dólares para produtos chineses, passando a taxação de 10% para 25%. O anúncio foi feito pelo presidente americano via Twitter e confirmado no Diário Oficial americano nesta quarta-feira (09). A mudança será concretizada na sexta-feira, dia 10.
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A proposta de frear a entrada de produtos chineses é apontada pelo governo Trump como uma das saídas para recuperar a indústria americana. Os Estados Unidos é, de longe, o maior importador de produtos chineses no mundo. Alguns itens tipicamente americanos, como o Nike e o iPhone, têm boa parte de sua produção concentrada na China.
Por outro lado, o varejo americano pode ser impactado negativamente pela diminuição da oferta de produtos. Um relatório da Trade Partnership aponta que aumentar as tarifas nos níveis propostos impactaria também os empregos nos Estados Unidos. E a redução não é modesta: 934 mil empregos. A consultoria aponta ainda a possibilidade de redução de 0,37% no PIB estadunidense. Os custos das famílias americanas poderiam ser incrementados em 767 dólares.
Opinião do varejo americano
Em entrevista ao portal Chain Store Age, o vice-presidente de Relações Governamentais da National Retail Federation (NRF), David French, afirmou que, na ponta, quem arca com os custos é o cidadão. “Tarifas são impostos pagos por empresas e consumidores americanos, não pela China”, avaliou.
O executivo destaca ainda que a mudança abrupta pode impactar principalmente as pequenas empresas, “que têm menos recursos para mitigar o impacto”, aponta French.
A China havia interrompido as negociações com os Estados Unidos em relação à tributação de produtos chineses por alegar que não negocia sob pressão. “Se o governo quiser pressionar mais a China, ela deve formar uma coalizão multinacional com nossos aliados que compartilham nossas preocupações. Pedimos à administração que reconsidere o aumento de impostos sobre os americanos e permaneça na mesa de negociação”, solicita o executivo.