O atacado distribuidor faturou R$ 287,8 bilhões no ano de 2020 com crescimento nominal de 5,2% e real de 0,7% vs 2019. Os dados são da pesquisa anual do Ranking Abad (Associação brasileira de atacadistas e distribuidores) em conjunto com a Nielsen, publicado em maio de 2021. Trata-se de um canal relevante no Brasil que tem a missão de disponibilizar produtos aos mais de 5500 municípios deste país, consolidando a cadeia de distribuição nacional que complementa a malha das empresas de bens de consumo, alcançando mais de 1 milhão de pontos de venda.
Segundo a Nielsen, as vendas do primeiro trimestre de 2021 por formato demonstram o crescimento em valor do atacarejo (C&C) em 23,1%, do autosserviço independente em 21,2%, do supermercado grande em 17,5%, do canal tradicional 17,5% e do supermercado pequeno em 16,3%. Esse comportamento se deve à necessidade dos consumidores de buscar melhores ofertas no atacarejo para abastecer suas casas, otimizando seu orçamento, e à segurança e conveniência das compras de reposição nos formatos de lojas próximos à sua residência.
Nesse contexto pudemos observar a importância do comércio local que tem sido valorizado pelos consumidores. No gráfico da Nielsen a seguir, é possível visualizar as vendas em valor e volume por canal do primeiro trimestre de 2021 versus o mesmo período de 2020.
A retomada dos negócios no segundo semestre, em função do avanço da vacinação somada às mudanças estruturais da digitalização trazidas pela pandemia, impõem desafios para o setor que estão sendo debatidos na ABAD 2021 ATIBAIA – 40ª Convenção Anual do Canal Indireto, que foi realizada em São Paulo, entre os dias 09, 10 e 11 de agosto de 2021 .
Entre diversos temas relevantes, os líderes estão debatendo a digitalização das operações dos distribuidores e atacadistas no que diz respeito a transformação digital, a criação da cultura de dados, o relacionamento comercial com os fornecedores, logística e principalmente as ferramentas tecnológicas utilizadas na integração dos negócios com seus clientes, como: varejistas de diversos segmentos, transformadores, empreendedores etc. Um projeto de um Marketplace B2B, patrocinado pela entidade, foi divulgado durante a convenção e vai conectar os varejistas à rede de distribuidores.
Outros desafios que o setor tem pela frente passam pela gestão da ruptura, a inflação dos alimentos, a competitividade entre os diversos canais, a prestação de serviços aos varejistas para melhoria da execução e a transformação do papel do representante comercial em um consultor de negócios que agrega valor aos clientes.
O canal está passando por grandes transformações desde o início da pandemia, demonstrando resiliência e agilidade. E como Ricardo Amorim ressaltou em palestra no evento: “um ponto fundamental é que na pandemia vimos nossa capacidade de adaptação e principalmente a velocidade com que implementamos diversas mudanças nas empresas.”
*Tania Zahar Mine é diretora da Trade Design e professora de Pós-Graduação na ESPM e na FIA.
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